CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

Carta Aberta – Fica Eduardo

Excelentíssimo Sr. Deputado Eduardo Bolsonaro:

Assisti ao vídeo de V. Exa. na internet expondo as razões pelas quais sente-se qualificado a ocupar o cargo de embaixador do Brasil nos EUA.

Caro Deputado, não vou entrar nos prós e contras desta nomeação. Muita gente já escreveu sobre isso, falando bem ou falando mal. Existem inúmeros argumentos válidos para os dois lados. Minha questão é outra.

Peço-lhe, aliás, imploro, para que fique no país exercendo seu mandato de deputado para ajudar-nos na hercúlea tarefa de derrubar o Estatuto do Desarmamento. Juntamente com a aprovação do pacote anti-crime do ministro Moro, essas são as duas mais importantes tarefas que o governo Bolsonaro tem pela frente e a sua participação nesse esforço é fundamental.

No caso específico do desarmamento, sua participação pode ser muito maior que apenas um voto em plenário. V. Exa. é um entusiasta e conhecedor de armaria. Pode, portanto, levar esclarecimentos fundamentais a outros políticos. Lembre-se que estamos há 30 anos com o governo federal e a GLOBO fazendo campanha desarmamentista de forma continuada. Até hoje, passados mais de 6 meses da posse do presidente Bolsonaro, ainda há cartazes da campanha do desarmamento na sede da Polícia Federal – Entregue sua arma aqui! Não será fácil vencer esta cultura tão disseminada no país.

Observe que é muito fácil para uma pessoa leiga no assunto deixar-se influenciar pelos argumentos falaciosos e emotivos que revestem as campanhas anti-armas. Existem muitos deputados de boa índole e não vinculados à esquerda ideológica, que estão inseguros sobre o assunto. Considerando seu conhecimento sobre o assunto, cabe a V. Exa. (assim como a seu irmão Flávio no Senado), fazer este importante trabalho de “meio de campo” com os políticos.

Outro dia mesmo vi um deputado de Goiás, que se apresenta como nosso aliado – contrário ao desarmamento – criticando o decreto presidencial que libera alguns calibres de armas curtas para uso civil. Dizia ele que não via sentido em permitir que civis possuíssem armas tão poderosas. Esse é um erro muito comum. As pessoas confundem letalidade com poder de parada. Uma pequena pistola de bolso calibre .22LR é extremamente letal e é a arma preferida de serviços secretos e assassinos profissionais. Se o intuito é matar, o calibre 22 atende perfeitamente, inclusive com menos barulho. Mas para parar um agressor, bom mesmo é o calibre .45, não é mesmo? Porque um cidadão comum não pode possuí-lo? As armas de fogo mais letais já construídas foram os fuzis usados na Guerra de Secessão americana (antecarga, tiro simples, pólvora negra e projétil minié), mas as pessoas hoje estão preocupadas é com o AR-15 e seu sub-calibre 5,56mm. Vencer essa barreira cultural criada pela ditadura Vargas desde 1934 será muito difícil.

Por isso precisamos de pessoas gabaritadas como V. Exa. para fazer este trabalho. Estes esclarecimentos técnicos não chegam até os ouvidos daqueles que vão decidir sobre o direito de todos os brasileiros. Portanto é fundamental a presença no plenário de pessoas com conhecimento sobre o assunto. Infelizmente meus artigos e de outras pessoas do meio não atingem este público.

Qualquer diplomata de carreira pode fazer um bom trabalho na embaixada dos EUA, mas para realizar este trabalho de convencimento corpo-a-corpo no congresso contamos com pouquíssimas pessoas e sua ausência será uma grande baixa.

Assim, pense seriamente em suas responsabilidades para com seus eleitores e com o país e fique por aqui mesmo fazendo este trabalho importantíssimo.

Com minhas cordiais saudações, despeço-me

Atenciosamente,

Leonardo Arruda
O último dinossauro da Direita Nacionalista

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