APELO A SÃO JOÃO
No princípio, a culpa das chagas sociais recaia sobre variados fatores, extintos, dentre os quais, as secas recorrentes, a tuberculose (doença predominante entre os pobres, por isso a “praga dos pobres”), o subdesenvolvimento e as balas provindas dos bacamartes do cangaço.
Mas, e agora, (Drummond?). As secas se tornaram indulgentes, a tuberculose fora reprimida pela medicina, o subdesenvolvimento fora ultrapassado por reluzente progresso e o cangaço, posto em sepultura, subsiste apenas no imaginário popular ou nas páginas mofadas dos fastos da história. Destarte, como justificar tamanha excrescência social, aliás tão bem retratada pelos que, padecendo as dores da exclusão social, jazem às margens das ribeiras ou se amontoam às bordas caóticas das urbes brasileiras?
Embora o Lampião tenha sido apagado outros Lampiões surgiram matando muito mais. Não usam cutelo, bacamarte nem punhal; dispõem de armas modernas, de alta letalidade. É o banditismo de paletó e gravata, os abomináveis agentes da corrupção.
Assim como JESUS, antes de morrer, confiou Maria aos cuidados de João Batista, seu amado discípulo, eu e os brasileiros de boa-fé, neste dia 24.06.2019, também encomendamos esta pátria a esse bondoso e milagroso São João Batista rogando que conceda ao Brasil a graça de pôr termo às ações dos lampiões engravatados, cuja viciosa prática rapineira resulta em sentenciar duros castigos aos que habitam os bolsões ugandenses, que, aliás, no parecer dos saqueadores, teimam em viver, ainda que de modo insalubre, quando, pelas suas desgraças, melhor fariam se tivessem morrido.