Eu também me atirei do mesmo jeito
Nos abraços dos braços de Maria
Lambuzei-me do doce da orgia
Bem mais doce que doce de confeito
Vi meu peito batendo no seu peito
Num compasso de gelo se quebrando
Eu gostando do beijo, ela gostando
E o romance rondando o lugarejo
Eu senti seu amor naquele beijo
E até hoje seguimos nos amando
Mote: Marcone Santos
Glosa: Marcílio Pá Seca Siqueira
Inspirado na extraordinária glosa acima, do poeta tabirense Marcílio Pá Seca Siqueira – porém, como sou fã de versos hoje em dia chamados de “sofrença” – eu imaginei uma situação ao contrário e escrevi a poesia que ora segue abaixo.
DESPEDIDA
Fim de tarde você me abandonando
Me dizendo “adeus e fique bem”
Eu calado, na dor, virei refém
Do olhar que lhe dei se afastando.
Eu confesso também fiquei chorando
Abraçado ao passado com carinho
Escorrendo do olhar, como um espinho,
Certa água furando o meu rosto
Você foi e eu fiquei a contragosto
Me lembrando que agora estou sozinho.
Você não sabe quanto eu chorei.
“Vá em paz” você disse e foi embora
Eu sozinho na rua atordoado
Sem saber onde ir, ou qual o lado
Deveria seguir naquela hora.
O passado apenas me escora
Me ampara de vez na solidão
Pois, por mais que você diga que não
Eu ficava feliz quando voltava
E a você, meu amor, eu me entregava
Como sendo só seu meu coração.
Você não sabe quanto eu chorei.
Mas agora acabou. O que fazer?
Lhe desejo também que vá em paz
E o destino brincando uma vez mais
Eu lhe juro não vou mais lhe perder.
Só me resta saudade e escrever
Alguns versos compostos de lamento
E viver de momento em momento
Sem saber o que a vida nos reserva
Guardarei no meu peito, em conserva,
Meu amor, meu mais nobre sentimento.
Ainda choro por você.
Espetacular! Parabéns, querido amigo Jesus!
Obrigado pelz visita, Terezinha.
Arretado! Poderíamos fazer um cordel: Marcílio, Jesus e Wellington Vicente. Caramba, daria um negócio da porra.
Como diria nosso estimado Berto “um trio de três da p0rra”.