DEU NO JORNAL

Vinicius Mariano

O politicamente correto veio, em 2017, com mais uma exigência: trata-se da “proibição” de usar fantasia de índio porque, nas palavras de Katu Mirim, a indígena que usa, para falar suas asneiras na internet, todo o tipo de tecnologia que foi inventada por não indígenas, “fantasia é algo que não existe e quando você se fantasia de índio, você está assumindo que a cultura indígena não existe, o que é ofensivo”. Em outras palavras, ao fantasiar-se de índio, o indivíduo estaria cometendo “apropriação cultural” da cultura indígena, algo que, como sabemos, não faz o menor sentido sob o ponto de vista epistemológico, mas vamos entender o porquê a partir do uso racional da lógica. Não se esqueça de deixar seu comentário do que você acha no final desse artigo ou no meu Twitter. Precisamos ouvi-lo para continuar melhorando.

A “apropriação cultural” parte do princípio de que uma cultura possui um certo “dono”, sendo, portanto, a cultura “propriedade privada” desse dono, que é um grupo específico de pessoas que a esquerda chama de “minorias”. Tal premissa não poderia ser mais falsa. A propriedade privada, como já expliquei em outra oportunidade, trata-se do resultado de um ato de apropriação original (isto é, você se apropriar de algo que não pertence a ninguém), de produção (isto é, você pegar uma série de matérias primas suas e transformá-las, através de um processo, em um produto novo, como ocorre com celulares, carros, casas e quaisquer outros bens que compramos), troca (isto é, você tem uma coisa e troca essa coisa por outra com uma pessoa que queira a sua coisa) ou transferência (que é a doação ou a herança, por exemplo). O resultado desse ato, seja em qual forma for, lhe permite exercer jurisdição sobre aquele bem que se tornou sua propriedade, ou seja, permite você escolher o que quer fazer com ele e quem pode ou não usa lo.

Por exemplo: você pode escolher quem pode entrar ou não na sua casa, usar o seu carro, usar um bem seu, como, seu telefone celular etc. Falar que “cultura” é propriedade privada de alguém é inverter o próprio sentido dessa palavra, que significa um conjunto atividades voltadas para a descoberta e contemplação do supremo bem ou do sentido da existência humana individual ou coletiva (por este motivo, inclusive, as culturas criam diferentes deuses, a exemplo dos deuses gregos, romanos e egípcios). Assumir, portanto, que cultura é propriedade privada restrita a um determinado grupo significa dizer que nenhuma outra pessoa pode buscar o sentido de sua existência utilizando os meios que aquele grupo já está utilizando, o que culmina na ditadura totalitária do pensamento descrita por George Orwell em 1984, obra clássica que critica, em forma de um romance, o socialismo e a censura.

A ideia de apropriação cultural é prejudicial à própria cultura e à história em si: se somente um grupo minoritário pode usar determinados adereços, como no caso dos índios, dentro de alguns séculos, quando este grupo não existir mais, sua cultura ou será apagada da história ou não haverá elementos culturais suficientes para que as futuras gerações, inclusive os descendentes, compreendam o modo de vida daquele grupo, prejudicando o estudo e compreensão da antropologia. No caso dos indígenas, por exemplo: sabe se que os índios estão se modernizando cada vez mais, estando cada vez mais inseridos na sociedade criada pelo homem europeu. Isso significa que daqui a alguns séculos, não haverá mais índios como hoje, que vivem na floresta e vivem da caça e da pesca. Se ninguém pode se fantasiar de índio, toda a cultura indígena, rica em elementos e tradições, deverá desaparecer e as gerações futuras não saberão suas origens e raízes porque a esquerda acha que ninguém que é índio pode se fantasiar de tal.

Um exemplo disso já ocorreu na Grécia antiga, com as cidades Atenas e Esparta: a cultura ateniense era aberta, o que a fez difundir-se pelo mundo ocidental e criar bases para a nossa civilização, como a democracia e a filosofia grega, ao passo que Esparta, que era uma cidade fechada e isolada, não teve participação significativa como Atenas na formação do mundo, isto porque Esparta, pelo pouco que se sabe, possuía uma cultura militar muito rica: eram os campeões das guerras gregas, ganhando quase todas que participaram, e contavam com um sistema de combate e treinamento de soldados muito eficiente (por isso que sempre venciam). Logo, vê se que a história, a qual o povo de esquerda te manda “ir estudar”, é a maior prejudicada pela ideia imbecil de apropriação cultural.

Há ainda o fato de que os indígenas usam adereços criados pelo homem que não é indígena, como celulares, carros e demais invenções e estão certíssimos em fazer tal uso, pois essas invenções são frutos do capitalismo, que cria cada vez mais bens e serviços que melhoram a vida da população e conduz, assim, a sociedade a um estado cada vez mais próspero, algo que foi reconhecido pelo próprio Karl Marx. Inclusive, a ideia de apropriação cultural fere as ideias de Marx, que era contra a propriedade privada (na teoria, apenas contra a propriedade privada dos meios de produção, mas na prática, contra a propriedade privada em si, pois no socialismo, o governo deve necessariamente confiscar o que foi produzido pelo trabalhador para distribuir, o que destrói a ideia de direito natural de propriedade e passa a assumir que a propriedade é fonte da caneta do governo).

Marx, em uma das poucas vezes que falou algo que fazia sentido, dividiu a sociedade em infraestrutura e superestrutura: a primeira, infraestrutura, eram as relações econômicas e a segunda, superestrutura, era o que emanava dessas relações econômicas, como a cultura. Quando a esquerda fala que “somente índio pode se vestir de índio“, ela está invertendo esse pensamento de Marx e assumindo que a infraestrutura não produz a superestrutura, mas sim que a superestrutura (cultura) é apenas um pedaço de pensamento isolado que surgiu de um determinado grupo de pessoas do nada.

A propriedade privada foi uma descoberta do homem para delimitar as ações que uma pessoa pode ou não realizar sobre um determinado recurso escasso, como um pedaço de terra, um carro, uma loja e outros bens privados, por isso, é provado por mais uma vertente que não existe apropriação cultural, visto que a cultura não é um bem escasso, é algo que emana do pensamento do homem, que leva em conta necessariamente as relações econômicas em que está inserido, para, como explicado, descobrir e contemplar o supremo bem ou buscar o sentido da própria existência.

A esquerda fala hoje em apropriação cultural porque suas ideias fracassaram de forma absoluta, então foi isso que sobrou: fracassaram na economia, pois as ideias socialistas destroem qualquer ordem econômica que funciona (Venezuela, Argentina, Alemanha e Reino Unido são bons exemplos, além de muitos outros); fracassaram no direito, pois as ideias jurídicas esquerdistas, como o garantismo penal, fazem os crimes aumentar e os inocentes morrerem; fracassaram na filosofia, pois as ideias do maior filósofo de esquerda, Karl Marx, trouxe fome e destruição social por onde passaram, e a esquerda quer, agora, destruir a cultura também e se conseguirem, alcançarão a única forma possível de se implementar o socialismo, que são as ideias propostas pelo filósofo esquerdista Antônio Gramsci e pela escola de Frankfurt, e quando isso ocorrer, conseguirão, finalmente, destruir a sociedade, pois tal como satanás, a esquerda veio para matar, roubar e destruir, e isso pode ser visto na prática, pois quando um governo de esquerda assume em qualquer lugar do mundo, o que se vê é um aumento dos homicídios, programas gigantes de corrupção e desvio de dinheiro em massa e destruição dos valores morais da sociedade, substituindo os por ideias imbecis como essa da apropriação, a qual temos o dever de desrespeitar se fantasiando do que bem entendermos, inclusive de retroescavadeira, como lembrou nosso amigo e articulista Paulo Costa, só não pode sair por ai atropelando mulheres e trabalhadores, como um certo político de esquerda, que diz defender mulheres e trabalhadores, fez semana passada.

4 pensou em “ÍNDIO É FANTASIA SIM

  1. Muito bom. Li tudo e entendi. Agora, aquela índia idiota, me perdoem os Índios e os idiotas, não vai entender nada, caso leia o artigo.

  2. Se nos fantasiarmos de índio ou de índia estamos dizendo que a cultura indígena não existe, as índias se fantasiarem de brancas estão dizendo que a cultura do branco não existe?. Ô índia não usas internet, camiseta, calças jeans, sandália havaiana? Vai te catar!

  3. Ia comprar os livros do Luiz Berto Fº, mas não vou mais, não mesmo!!!

    Descobri, em tempo, o seu plano diabólico e vigarista, muito bem bolado – já que é um sujeito muito inteligente.

    Já imaginaram se eu gostar de algumas ideias e costumes, ali contidos?

    Vai ser um perigo iminente, pois posso cair na tentação de usá-los – pois até a linguagem é cultura, e aí?

    Já imaginaram um gaúcho como eu me apropriar da linguagem, das vestimentas e adereços, dos costumes, da culinária de um nordestino-pernambucano-palmarense???.

    Gostei do chapéu de boiadeiro. Vou usá-lo.

    Quero conseguir as receitas para fazer as comidas citadas.

    Ou encomendar umas bebidinhas típicas, para uns tragos com os amigos.

    Et caterva.

    Aí, tô bem fodido e mal pago!!!

    Porque o mínimo que o Dom Luiz Berto Fº vai fazer é deliciar-se – me pondo na prisão.

    Isso se ele estiver de muito bom humor.

    Pois, se estiver com fígado meio azedo, vai exigir – e ganhará!!!- um baita ressarcimento, uma montanha de “pilas”, por apropriação cultural, além de danos morais-culturais.

    Nem quero pensar em mais coisas que ele pode me exigir judicialmente.

    Já basta eu estar bem fodido, até agora, triplamente, e muito mal pago.

    Estou escrevendo isso, para alertar os fubânicos e fubânicas, do imenso risco que correm se comprarem as obras (êpa!!!) do Dom Luiz Berto Fº.

    Dizem os/as que já as compraram que são obras (êpa!!!) ótimas.

    Porém esse plano maquiavélico-satânico (do Dom Luiz Berto Fº, de aproveitar-se dessa qualidade) vai servir para ele pôr todos – os leitores das suas obras (êpa!!!) – “numa sinuca de bico”:

    Sabe-se que ele precisa urgentemente pagar os 12 meses do ano retrasado, mais os 12 meses do ano passado, mais os 2 meses deste ano, mais os respectivos 13ºs da Chupicleide (mais, ainda, a alfafa de cada dia do Polidoro, que está tão fraquinho, tão fraquinho de fome, mesmo, que só zurra baixinho, baixinho, de vez em quando – para demonstrar que ainda está vivo e não virar churrasco, e que, também, já nem levanta mais a sua baita pajaraca).

    Mas, por trás desta atitude, aparentemente filantrópica e filasinina, esconde-se o objetivo verdadeiro que é ele, a Dona Aline e o Joãozinho querendo fazer um cruzeiro – em um transatlântico de luxo, e ao redor do mundo – além de fazer umas comprinhas e trazer umas lembrancinhas, não muito caras, em cada porto, além das aquisições nas lojas de grife de dentro do navio.

    “Comprem, comprem, comprem as minhas obras (êpa!!!), para eu ganhar uma baita dinherama, ao pôr Vcs. todos na justiça, por apropriação cultural e danos morais-culturais!!!” – repete, continuamente.

    “Kkkkkkkkkkkkkkkk…” – gargalha, enquanto esfrega as mãos, bem satisfeito.

    “E a nossa viagem de transatlântico será magnífica!!!, nééé, Aline e Joãozinho.”

    “E Vcs., otários e otárias, vão pagar sem bufar!!!” – complementa.

    Por isso, vamos todos espalhar na internet:

    #naocompremnenhumlivrodoluizbertofilho.

    Buenas… tendo feito a minha boa ação,

    Um baita abraço,
    Desde o Alegrete-RS,
    Adail.

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