CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

O DIA DE ORLANDO TEJO E ZÉ LIMEIRA

Ontem, que por acaso foi o dia 22 de dezembro de 2020 e por incrível coincidência caiu em uma terça-feira, tivemos o prazer lascado de assistir a mais uma apresentação de parolagem no Cabaré do Berto, transmitida pela TV Besta Fubana, comandada a fuleiragem pelo ínclito, púlpito e séquito Maurício Assuero, criador da presepada.

Tivemos o prazer de ouvir Luiz Berto, editor do Jornal da Besta Fubana, dissertar sobre a vida e a obra de Orlando Tejo, autor, dentre outras, da famosa obra poética Zé Limeira, o Poeta do Absurdo, com leitura de trechos do livro e também com relatos de casos engraçados e interessantes vividos por Berto em seu relacionamento com o homenageado.

Berto e Orlando Tejo

Como não pode deixar de faltar, fizemos o registro estatístico do comparecimento de público ligado na tela dos computadores e chegamos a números absurdos: a Polícia Militar, que faz a contagem dos participantes utilizando meios obsoletos, assinalou o total de 33 pessoas nos momentos de pico, o que, mesmo constituindo um recorde de público, chega a ser ridículo, uma vez que com o nosso moderno processo digital, isto é, contado nos dedos, verificamos a participação de quinhentos e setenta e seis indivíduos e indivíduas dando acesso, havendo boatos de que a Abin gravou tudo.

Com pesar registramos a ausência de quatrocentas e trinta e sete mil pessoas que não vinheram e aproveitamos para avisar que não será mais admitida a devolução de ingressos mediante as desculpas esfarrapadas de sempre.

Enfim, foi mais uma noitada agradável, da qual podemos extrair um desafio, que é o de criar um poema do tipo dos feitos por Zé Limeira, tipo assim o seguinte exemplo de uma das absurdidades dele:

Quando a guerra zuou dentro da França
eu ouvi os estrondos do Sertão.
Gosto muito de fava e de feijão,
a muié que eu quiri tinha uma trança.
Japonês e alemão entrou na dança,
a estrada do Brejo é tão comprida,
é pecado matar vaca parida,
a Alemanha da China tá tomada…
Vou fazer serenata na calçada
da menina que amei na minha vida.

O desafio é livre; quem quiser pode terminar com o mote:

Eu querendo também faço
Igualzinho a Zé Limeira

13 pensou em “GOIANO BRAGA HORTA – PETRÓPOLIS-RJ

  1. Goiano, cadê a estatística do percentual de participantes? Omitiste com medo Abin foi macho?

    Só registrasses os quatrocentos e trinta e sete mil faltosos. E os presentes, que deva ter estourado a boca do balão com a apresentação de Berto, rememorando as presepadas do Orlando?

    • Cícero, mesmo as pessoas de grande magnância e elevado saber profundo se enganam, o que não é o meu caso.
      Foi uma rata minha:
      Onde está escrito “verificamos a participação de quinhentos e setenta e seis indivíduos e indivíduas dando acesso” faltou a bobaginha de três zeros, de modo que o registro foi de QUINHENTOS E SETENTA E SEIS MIL! Quinhentos e setenta e seis mil cabras e cabritos da peste babando ali na primeira fila e desmaiando igual macacas de auditório no programa do César de Alencar na Rádio Nacional!
      Foram todos recordes absolutos de público, faltante e presente,
      que dificilmente mesmo eu serei capaz de bater!

  2. Grande Goiano

    Não faço verso agora que não sou doido
    Mas queria recitar um versinho do doido.
    Depois tento fazer uma doidura e mando.

    “O velho Tomé de Souza, governador da Bahia,
    casou-se e no mesmo dia fez que nem raposa,
    comeu na frente e atrás.
    E lá na beira do cais, onde o navio trafega
    comeu o padre Nobrega e os tempos não voltam mais”

    Abraços e bom Natal à todos os fubânicos e não fubânicos também.

    Brito

  3. Lamentavelmente me apareceram tribulações das quais não pude fugir e perdi essa sessão plenária e, decerto, furibunda, do nosso Cabaré, sério como uma porca.
    Agora, só me resta chorar lágrimas pela cachaça derramada, pois não acredito que algum desses ilustres partícipes ainda lamentem a perda de leite …

  4. Um amigo de mais de sessenta anos, que na juventude viveu na Paraíba, atribui a Zé Limeira o seguinte verso: “Adão foi feito de barro
    E Eva de uma costela
    E Adão em cima dela
    Fez o primeiro pecado
    E veio o arrependimento
    Tirando a pica de dentro
    Notando que estava nu,
    Deu-lhe uma cãibra no cu
    Diz o Velho Testamento.”
    Como diria o italiano, “Se non e vero, e bene trovato”.

  5. Muié bonita é toda
    teje aqui ou na boléia
    beba água ou tome soda
    seja nova ou seja véia
    Assim pregando na roda
    Dizeu para a patuléia
    Para os brode e para as broda
    O Jesus da Galiléia
    E eu repito nesta moda
    Mulé deu sopa? Oréia!

  6. ALMANAQUE DO
    XAROPE BOLSOMINION

    Veja, ilustre cavalheiro,
    O belo tipo faceiro
    Parado ali na esquina
    E no entanto, acredite,
    Quase morreu de Covid,
    Salvou-o a Cloroquina!

  7. O cabaré botou pra lascar. Ficamos até 21h17, quer dizer eu fiquei. Zona da porra! Fred Monteiro já comentou e Goiano, como sempre Goiano (se é que vocês me entendem) prestimoso com as estatísticas mais sérias do que o Ibope

  8. Assuero, eu vararia a madrugada, não fosse um temporal da porra que pegou minha cunhada na subida da Serra de Petrópolis onde deu de tudo, árvore caída em cima de caminhão, enxurrada igual rio e “le diable à quatre”, de modo que, como avisei a Berto, esperava apenas a chamada dela para me ausentar, o que só se deu por volta das vinte horas – ou seja, pelo menos estive presente durante o tempo regulamentar. O problema é que a estatística pode ter furado, caso depois de minha saída tenham entrado mais trocentas mil pessoas…

      • Caro amigo Maurino, teu acreditamento procede! Na minha contagem as presenças não são calculadas por área não, as pessoas são contadas uma a uma, a dedo, com carinho e emoção.
        Abraço! Feliz Natal e Feliz Ano Novo!

  9. Tiradentes se formou
    Em doutor “adevogado”
    Depois foi engaiolado
    Amarrado num trator
    Junto com padre Nobrega
    Até entrar no cangaço
    Caçava tatu e peba
    Com uma baleadeira
    Eu querendo também faço
    Igualzinho a Zé Limeira.

  10. ALMANAQUE DO SEC. XXI
    Ode as vítimas das desordens São Paulinas.

    Veja, ilustre passageiro
    o belo tipo faceiro
    que o senhor tem ao seu lado.
    E, no entanto, acredite
    quase morreu na velhice
    Salvou-se sem máscara e sem medo.

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