ROQUE NUNES – AI, QUE PREGUIÇA!

Esta semana fiz algo que detesto… fui fazer o meu “rancho” mensal em um atacadista e, de quebra, fui ao shopping em anexo, junto com a Renata. E, ficamos a observar as crianças e adolescentes, os chamados de “millenials”, ou seja, aquelas pessoas nascidas do ano 2000 para cá. Crianças, adolescentes e jovens andando pelas lojas, nas praças de alimentação, saindo de academias com suas roupas de marca, seus Iphones com numeração que chega ao milhão, mas que é igual ao anterior, só o preço é que é estratosférico.

E, nesse pensar, peguei-se-me matutando nessa geração e cheguei a uma constatação estarrecedora e preocupante: o ocidente está prestes a ver o número de suicídio de jovens e adolescentes crescer de maneira exponencial em relação às gerações passadas. Não quero aqui trazer dados estatísticos, ou mesmo falas de especialistas como uma forma de comparação entre uma e outra situação. O que quero é fazer uma reflexão com vocês sobre como essa geração, e de forma mais aguda, a próxima, será campeã em suicídios.

Mas, como todo bom caeté, é necessário a gente comer o Sardinha por partes, assim não estraga a carne e nem os demais indígenas da taba Pindorama ficam com indigestão. Há uma base bastante sólida nesta minha digressão para afirmar, ainda que de forma temerária, essa constatação que é fruto de um processo pensado para se chegar a esse estado de coisa que está se aproximando de nós. Apesar disso, ainda temos alguns bastiões de serenidade em Pindorama, alguns pontos de resistência que estão sendo atacados de forma encarniçada, todos os dias, a toda hora.

A geração “millenial” pode ser caracterizada como um movimento que não é etário, mas sim comportamental, social e judicatório. A geração que hoje está entre 07 e 20 anos cresceram em um ambiente em que dizer “NÃO” se tornou quase um crime. Um ambiente em que regras, limites, posturas, fronteiras, simplesmente não existem. Os seus pais caíram na lorota de que impor limites é “castrar” a criatividade, os sonhos e as potencialidades dos seus filhos. O resultado é uma geração mimada, que não sabe ouvir não, infantilizada, melindrosa e fútil. Uma geração cujo mundo não passa da tela de um celular e cujas experiências da vida são aprendidas em redes sociais. E é aí que mora o perigo.

Os pais dessa geração, contradizendo toda a educação que receberam, deixaram que a televisão, as redes sociais, psicólogos, pseudofilósofos, educassem seus filhos. E, essas pessoas foram minando a estrutura da família, de maneira que os filhos passaram a ser um sol em que todos devem gravitar ao seu redor, e suas vontades devem ser feitas, quase que de imediato. Nas escolas, a figura do professor, até então, detentor do saber formal, foi contaminada com a lorota de que “aquele que ensina, de repente, também aprende”, nivelando todos em um igualitarismo absurdo e sem sentido.

O resultado é que, nas escolas, o professor perdeu o seu status de “professor”, e passou a ser “educador”, assumindo a responsabilidade de ensinar respeito, civilidade, limites, honra, ética, para seus alunos, enquanto seus pais, os legítimos responsáveis por essa educação, ficam confortavelmente prometendo viagens, celulares novos, férias em praia caso seus rebentos passem de ano e não deem dor de cabeça a eles. Os pais dessa geração criaram crianças e adolescentes para os quais estudar não é uma forma de crescimento intelectual e pessoal, mas somente um meio de se conseguir satisfazer desejos mesquinhos e fúteis.

Aliada a essa visão de mundo, o movimento politicamente correto, associou-se ao sindicalismo comportamental militante e criou outros melindres e absurdos que essa geração tem consumido e adotado como se sua fosse sua: chavões absurdos como “palavras machucam”, “dívida histórica”, “coitadismo”, “vitimismo social”, “respeito às minorias”, “aceitação” a comportamentos que, na minha geração, eram inaceitáveis, já que faziam parte da vida privada, e sua demonstração pública era vista como algo censurável. Não por causa das pessoas em sim, mas por causa do respeito às demais que estavam ao redor.

Na manhã de hoje estava vendo duas situações absurdas nos jornais: a primeira, o depoimento de uma mãe que declarou criar sua filha sem nenhum limite: sem horário para dormir e acordar, sem obrigação de ir para a escola, sem imposições de limites, sem disciplina entre atividades diária. E ainda declarou: “Se ela quiser dormir às cinco da manhã e acordar às quatro da tarde, não há problema”. O segundo caso foi de outra mãe dizendo sentir-se orgulhosa do filho de cinco, isso mesmo CINCO anos de idade, sentir-se uma menina e apoiar ele a fazer a transição de comportamento. Recuso-me a usar gênero: Na espécie, somos de um único gênero; o humano. E, no cotidiano, apenas palavras possuem gênero. Seres biológicos possuem sexo, e quero ver quem me prova o seu contrário.

Essas coisas que vi e li aprofundaram ainda mais a minha reflexão sobre essa geração chamada “millenial”. Posso dizer, com certeza, que se trata de uma geração fraca, frouxa, infantilizada, feminilizada no homem e masculinizada na mulher, com uma erotização precoce de crianças. Ontem no referido shopping vi meninas entre 7 e 11 anos vestindo-se de uma forma sensual que não entendo. Micro shorts, micro blusas, maquiagem carregada. Os meninos entre 9 e 13 anos, vestindo quase roupas femininas e com comportamento feminilizado.

Sem os pais, com celulares do momento nas mãos, tirando fotos – alguns chamam de selfies, mas no meu tempo era fotografia mesmo -. Captei parte do boquejar deles… assunto insosso, sem sentido algum, sem perspectiva alguma, sem desejos de futuro algum. Foram apenas momentos e fios de conversa que meu ouvido vadio ouviu, mas já deu para perceber uma coisa: essa geração não conversa com seus pais, não questionam seus pais, não se aconselham com seus pais. Mesmo porque os pais preferem dar dinheiro, presentes caros, badulaques para os filhos e se furtar à tarefa de educá-los e prepará-los para o mundo.

O corolário de tudo isso é que essa geração, ao não ter limites, a não aceitar um não, ao primeiro revés que a vida der, não irá aguentar. Se hoje, qualquer contrariedade é motivo para se correr ao psicólogo, ao terapeuta, amanhã, quando a Vida der as primeiras cacetadas, não haverá papai, nem mamãe, nem psicólogo. Uma geração que não aprendeu a ter limites, que não aprendeu a lidar com negativas e com frustrações do cotidiano, que não aprendeu a se calejar e a engrossar o couro na lida diária de não. Não pode. Não vai. Não dá. Não permito! Estará fadada a cair em uma espiral de depressão e frustração, cuja única saída será o suicídio.

Esse é, para este velho caeté, o maior temor que a geração de “millenials” deixará para o futuro dela mesma!

9 pensou em “GERAÇÃO SUICIDA

  1. Caro Roque! A realidade atesta a perfeição do seu ponto de vista! Nunca se viu tanta depressão, síndrome do pânico, ansiedade, etc, que são as “doenças do milênio”! Criou-se uma geração mentalmente fraca que são os pais dessa meninada que você viu no Shopping. Como poderia alguém tão fraco criar filhos mentalmente fortes?

  2. Para ter uma ideia das idiotices que campeiam nosso tempo, um dia desses minha esposa falava com uma vizinha que tem filho menino. Não sei o assunto mas, em dado momento a vizinha falou que não dava armas de brinquedo para o filho de jeito nenhum, nem mesmo uma pistolinha de água! Me intrometi na conversa e perguntei porquê. Ela me responde com muita convicção que estava provado que dar armas de brinquedo aos filhos, estimulava a violência na sociedade! Perguntei se ela tinha ouvido ou lido em algum lugar, ou quem sabe ela teria criado da própria cabeça a teoria? Me respondeu que era fato provado e comprovado pelos psicólogos!!! Não pude deixar de me irritar e tive que usar de ironia: “Quer dizer que de uns trinta anos para cá, uma meia dúzia de psicólogos baitolas inventou essa babaquice, a maior parte dos pais embarcaram na onda (nem se acha mais aqueles revolvinhos de espoleta que brincávamos na infância – por falta de quem os compre) e a violência do Brasil vem diminuindo ano a ano”! Aí é pra acabar…

  3. Eh meu amigo belo texto, e de uma lógica matemática, eu mesmo tenho um problema desse aqui em casa, são quase onze horas e minha filha de 21 anos nem pensa em acordar, quanto mais em trabalhar. Passou a noite na inernet, uma hora da tarde mais ou menos ela grita a mãe dela, pra preparar o seu grao de bico, pois não come carne dos animais que segundo ela são friamente assassinados. Segue fielmente esse roteiro explicitado competentemente por você acima. Tento fazer alguma coisa, mas sou francamente impedido pela mãe que se aliou a ela, aí amigo só me resta fazer uma coisa, avisa-la VAI SE LASCAR, NÃO TEM FUTURO DESSE JEITO…

  4. Parabéns pelo excelente texto, prezado Roque!

    Você retratou de forma perfeita a realidade brasileira, onde uma geração passou uma borrachinha nos valores passados, ligados à educação, moral e respeito. E assim, surgiu uma geração que abana a cara dos pais, professores e idosos.
    O posicionamento contrário à cadeia alimentar animal, “instituída” desde o começo do mundo, criou uma alimentação paralela, que gera pessoas mentalmente fracas, com tendência à depressão ou coisa pior.

    Bom final de semana!

  5. Texto conciso, Roque, direto ao ponto sem salamaleques.

    Você, como educador, tem muito a dizer a essa geração que está seguindo um padrão de comportamento barbiesiano, onde a fuleiragem dá a ordem a desordem e esta obedece sem ter consciência do rumo que está tomando.

    Essa semana mesmo, a Revista Faroeste, postou uma reportagem onde uma adolescente sem eira nem beira de conhecimento, por meio de um vídeo, tenta explicar para os normais o que é abrossexual: identifica as pessoas em que sexualidade flui e alterna ao longo do tempo, podendo mudar de pansexual para assexual, por exemplo. Assexual: caracteriza aqueles em que o relacionamento amoroso não está vinculado ao sexo.

    É o fim de tudo?

    Meus parabéns, mais uma vez, pelo excelente texto.

  6. Só verdades, Mestre Roque.
    Você passou a régua e pediu a conta.
    Geração de inúteis. Uma verdadeira geração de suicidas. Infelizmente!

    Há dois anos pedi e fui adicionado num extinto grupo denominado “Freud e Schopenhauer” grupo de “filósofos”. Fui excluído inúmeras vezes mas, sempre um dos administradores me adicionava novamente. Era um grupo formado por jovens formados em filosofia, sociologia , serviço social, história… ou seja, “só cabeça pensante”. Fui um fatídico contraponto. O que mais postavam era desanimo com a vida , com situações sem solução, em resumo quase todos tinha tendência
    ao suicídio. Inclusive, com data marcada/marcante para o “apoteótico ato”, cujos comentários de apoio, era de arrepiar. 99% deles de ideologia socialista. Iludidos com a falácia envenenadora da esquerda. Creio ter ajudado muitos jovens mas, a maioria me tachava de “burguês opressor”, “bom vivan”, “nasci em berço de ouro” “branco, machista, retrogrado, velho, “o que é que esse gado velho tá fazendo aqui no grupo?
    postavam piadas, frases e charges ridículas sobre os males do capitalismo.

    Lamentável

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