A Agência do Banco do Brasil em Garanhuns, fundada em 10 de novembro de 1923, se estabeleceu na Av. Santo Antônio, 446, com instalações modernas e funcionários de boa categoria, sobremodo em termos de educação.
Não se poderia imaginar que 40 anos depois viesse a registrar um fato capaz de deixar dúvidas quanto à reputação do funcionalismo como um todo, caso houvesse algum “vazamento” sobre o desprezível comportamento de apenas uma pessoa.
Com equipe de quase 20 rapazes, se soube que havia um – considerado “furico de ouro” – porque não se sentando como os demais, e sim colocando as partes glúteas no assento de plástico, defecava acocorado, com os pés em cima da louça com sapato e tudo.
Mas o assunto acabou correndo à boca-pequena, o que levou o então Gerente, Eutíquio Calazans, à obrigação de baixar uma Portaria, alertando para as regras sanitárias, documento que só agora vem à luz, após decorridos mais de 50 anos, o qual merece registro por sua característica tão fora do comum.
Conheci o Gerente Eutíquio quando fiz uma reportagem em sua Agência e o assunto foi relembrado. Em tom de gracejo, sobre o assunto, me disse:
– Olhe Carlos Eduardo, um sujeito que não respeita seus companheiros de trabalho e se torna “notável” por sua má educação, só poderia nos causar profundo desagrado. Aquilo era forma de obrar? Acocorado em cima da bacia do aparelho? De sapato e tudo? Só poderia estar mesmo pensando que tinha um “furico de ouro”.
Esta folha que está a seguir deve ser incluída como documento da “História Caganográfica” de Garanhuns:
Caro Carlos Eduardo,
Em Garanhuns, é danado para, de vez em quando, aparecer um lobisomem desses.
Esse safado nunca foi oficialmente identificado, mas houve comentários de uma cena que ocorreu tempos depois; e foi um quebra-pau danado.
Um Servente, ao iniciar bem cedo a limpeza dos banheiros, viu uma porta entreaberta e flagrou o cabra peidando com as calças penduradas no prego da porta, e de cócoras estava, ainda mais com os sapatos em cima da bacia.
O Servente deu-lhe um murro, chamou-o de filho de rapariga e a coisa pegou fogo, porque ele saiu correndo pela agência, com as calças na mão.
Só escapou de uma demissão porque a ocorrência foi antes do expediente, bem cedo.
O esmurrado, pediu desculpas e disse ao colega que cagava no Banco pra não perder a hora, porque na casa dele residiam a esposa, duas cunhadas e três filhos, e todos usavam o “aparelho” logo ao levantar. Aí ele achava melhor defecar no Banco pra não perder a hora e economizava papel de limpar cu.
Alegou que não gostava de deitar seus glúteos onde todo mundo metia a bunda.
Ambos se acertaram em não revelar à Eutíquio, o Gerente, a causa da briga, face ao perigo de uma punição mais severa. Todavia, estando – por azar deles a agência sob Inspeção, o mal-quer vasou e ambos foram transferidos para duas agências bem distantes da Capital.
O “cu de ouro” deve agora estar defecando no mato que rodeia a agência do BB em Araripina e limpando o rabo com folha de urtiga.
Grande Carlos ……!!!!
Inacreditável ……… !!!!
Se suas histórias não fossem de verdade iam parecer mentiras ……. Ka Ka Ka……..
Furico de Ouro, o equilibrista …..!!!!! ………
Caro Arthur,
Grato, mais uma vez por sua leitura e aflorados comentários.
Um abração.
Ele deve ser do tipo que, quando o tolete despendido se atritava com a água da bacia sanitária, ele dava um rápido pulo para evtiar o respingo d’água no seu ‘dourado furico’. Se sentado, por mais hábil que fosse, o pulo não evitaria o contato indesejado da água com seu precioso orifício. Só se for! A conferir com o mestre Carlos Eduardo.
Caro Xicão,
Você assemelha sua impressão ao Monsenhor, leitor que aparece num desses comentários, com um verso que é a cara de sua opinião.
Sou seu leitor fanático. Grato por seu comentário.
Sherlock Sancho observa que o texto do gerente está no plural, o que indica furicos de ouro. Que se apure devidamente quantos e “quens” eram os furiculeiros auríferos que se mantiveram no anonimato.
Sancho,
Você é um inimitável criador de verbetes esculhambatícios. Um incorrigível!
Um fato é você chegar, já se cagando, a um sanitário de Rodoviária e ao olhar para dentro do bacio e ver aquele conjunto toletício, parecendo vários “Dórias”, como estão dizendo, todos boiando descontridíssimos.
Numa situação dessas, até o velho cu se retrai, as pregas entram em greve e o furico decreta “passagem interditada”.
No BB, felizmente, a gerentada tinha o máximo cuidado em manter os sanitários em condições efetivamente sanitárias.sobremodo para atender a algum cliente.
Mas, aproveitando seu comentário, informo que teve um funcionário na agência do Recife-Centro que levava pra casa os “sabonetes-de-bola”, (aquele sistema em que ficavam penduradas numa correntinha) ao observar que a própria já se havia tornado uma “bolinha”. Assim, roubava o Banco descaradamente.
Com eram 3 privadas e uma Privativa da Gerência (para atender à clientela, naturalmente) um prestador de serviços de limpeza, encarregado de repor os sabonetes, comunicou à ua empresa que as tais bolas não chegavam nem à metade e no outro dia ele tinha que repor.
Deu um bolo e houve ameaça de inquérito. Até que surgiu um poeta anônimo com um verso safado, colado na parede do sanitário “Privativo do Gerente”:
Pra trinta e tantos rapazes
Três privadas somente
Mas uma toda catita
Privativa do Gerente.
O autor, Clóvis barbicha, só foi conhecido ao aposentar-se, quando se identificou por este e outros poemetos trelosos.
Morei em Garanhuns de 1958 a 1964 e me espantei ao ver que já 1923 havia uma agência do Banco do Brasil.
Não é pra menos, pois no ano anterior foi inaugurado ali no alto do bairro da Boa Vista, o “Monumento do Ipiranga”, comemorando o centenário da Independência do Brasil. Hoje está lá o obelisco a espera de seu centenário, em 2022, junto com o bicentenário da Independência.
Na época (1922) o prefeito teve a ideia de homenagear o centenário e pediu ao seu engenheiro Ruben Van Der Linden -pioneiro do urbanismo-, às pressas, um “monumento”. Ruben fez o que podia: um obelisco, que hoje é o “pirulito” da cidade no topo de uma das 7 colinas que circunda a cidade.
Hoje o prefeito bem que poderia ter a mesma ideia de seu antecessor de 1922, e refundar Monumento; resgatá-lo e colocá-lo na condição de primeiro “Monumento do Ipiranga”. O monumento p.p. dito foi também inaugurado às pressas em 1922, no alto do Ipiranga em São Paulo, mas só foi concluído em 1926.
Dr. Brito.
Você me devolve lembranças do Grande Benemérito de garanhuns: Ruben Van der LInden, que era pai de minha tia: Maria Van der Linden Santos.
Depois que Waldemar Lagreca foi transferido para Araripina, por castigo, tendo sua Fé de Ofício toda borrada de bosta por seus atos anti-higiênicos, a cambada da agência resolveu mandar uma carta-anônima, com 18 assinaturas imaginárias, dirigida ao Prefeito sugerindo uma estátua de ‘Vavá Cagão”, conforme seu apelido.
Mas tudo ficou numa brincadeira que nem você sabia.
Um dos ex-Gerentes de Garahuns, nos de 40 era Dr. Carlos Emílio Schuler, que ainda está vivo e me contou essas histórias, bem lembradas em todos os detalhes, mesmo sob a pressão dos seus 105 anos de lucidez plena e residindo no Recife.
Sr. Carlos Eduardo. Suas histórias são curiosas, hilárias, verdadeiras e de envolvente leitura.
Com certeza que o “furico de ouro” não queria sentar diretamente com a bunda na tampa do vaso.
Teria que saber se era só no banco, que agia assim ou em casa também. Tem gente que tem nojo, não confia na limpeza, etc., e tal.
Digo isso, porque uma vez fui ao “wc” do meu trabalho e encontrei um colega de outra seção, cagando no nosso banheiro, exatamente como o “furico de ouro”.
Ele esqueceu de fechar a porta. Quando abri, deparei-me com aquela figura empoleirada igual galinha. Alegou, que tinha
“nojinho” de se sentar.
Mas, no entanto, sujou a tampa com os solados dos seus sapatos. Falta de respeito com todos. Como o “furico de ouro” também.
Não tive dúvida. Dei-lhe um safanão, de boa e xinguei uns três filho da puta. Ele saiu correndo, sem se limpar e segurando as calças pra não cair.
Passado um tempo. Tomou vergonha na cara e pediu desculpas para os demais colegas. Como era uma sexta-feira. Saiu todo mundo pra “bebemorar”.
Tempos bons!
Caro Luiz Carlos,
Agradecido fico por sua leitura e comentários.
Empoleirar-se como um pato velho na bacia sanitária é uma desfeita que só merece gritos de difusão e cacete.
Parece que v. descreveu uma história que realmente ocorreu na mesma agência do BB, cujo relato comento em outras páginas.
Realmente, a ciência e os técnicos bem já poderiam ter estudado uma forma de “aparelho” que permita a cagança coletiva sem a gente ter que deitar a bunda na tampa do bacio.
Brigadão!
Lendo os comentários me fez lembrar uma pichação no banheiro da faculdade que dizia: Toda vez que cago sinto uma tristeza profunda, a merda bate na água e a água bate na bunda.
Respeitável Autoridade Religiosa.
Cabe, aproveitar a deixa, para comentar dois versinhos de meu avô, o jornalista Pacífico dos Santos – que tem nome de rua no Recife – que ao ficar idoso transformou-se num versejador e trocadilhista.
Dele, papai guardou estes versos:
A mão da Raimunda
É a mesma
Que estando a dama
Em canto recatado
Desce a mão até o cu
E limpa a bunda.
Há outra que ele contava, sem que se soubesse o autor.
Em ladeira de João Pessoa um hóspede de Pensão expressou sua revolta com a quantidade de comida oferecida aos comensais, fixando atrás da porta do sanitário, no dia de sua despedida, o seguinte:
Adeus Pensão desgraçada
Nunca mais me verás tu
Criei ferrugem nos dentes
E teia de aranha no cu.
Pingback: JOSÉ DOMINGOS BRITO – SÃO PAULO-SP | JORNAL DA BESTA FUBANA