ARISTEU BEZERRA - CULTURA POPULAR

“Nós, brasileiros, temos um vício, que é muito perigoso, de nos contentar muitas vezes com o possível, em vez de procurarmos o melhor.”

“É necessário cuidar da ética para não anestesiarmos a nossa consciência e começarmos a achar que tudo é normal.”

“Se uma pessoa conversa com Deus é um caso de religiosidade. Se uma pessoa conversa com Deus e diz que ouve respostas Dele é um caso de psiquiatria.”

“Elogie em público e corrija em particular. Um sábio orienta sem ofender, e ensina sem humilhar.”

“Chegar ao topo e ser reconhecido é agradável, mas a questão é o que se teve de deixar de lado para chegar lá, incluindo a diversidade de vida, e, mais, o essencial à vida. Se a pessoa abandona o essencial, ela perde a identidade.”

“Estar satisfeito consigo mesmo é considerar-se terminado e constrangido ao possível da condição do momento.”

“Cuidado com gente que não tem dúvida. Gente que não tem dúvida não é capaz de inovar, de reinventar, não é capaz de fazer de outro modo. Gente que não tem dúvida só é capaz de repetir.”

“Felicidade é a capacidade de você ter inundado por uma alegria imensa naquele instante ou por aquela situação, felicidade não é um estado contínuo mas sim um eventual.”

“É necessário fazer outras perguntas, ir atrás das indagações que produzem o novo saber, observar com outros olhares através da história pessoal e coletiva, evitando a empáfia daqueles e daquelas que supõem já estar de posse do conhecimento e da certeza.”

“Esse mundo que aí está foi feito por nós, portanto, pode ser por nós reinventado.”

“Na vida, nós devemos ter raízes, e não âncoras. Raiz alimenta, âncora imobiliza. Quem tem âncoras vive apenas a nostalgia e não a saudade. Nostalgia é apenas uma lembrança que dói, saudade é uma lembrança que alegra.”

“Faça o teu melhor, na condição que você tem, enquanto você não tem condições melhores, para fazer melhor ainda!”

“As famílias confundem escolarização com educação. É preciso lembrar que a escolarização é apenas uma parte da educação. Educar é tarefa da família.”

“Fracassei em tudo que tentei, mas, meus fracassos são minhas vitórias, detestaria estar no lugar de quem me venceu.”

“Por que eu preciso morar em grandes cidades, viver desesperado dentro de um carro para lá e para cá, restringir imensamente o meu tempo de convivência com as pessoas de quem eu gosto, reduzir o meu ócio criativo para ficar num lugar onde vão me oferecer apenas e tão-somente dinheiro?.”

“Volto ao ponto: minha liberdade não acaba quando começa a do outro, ela acaba quando acaba a do outro.”

“Tem gente famosa que não é importante. A passagem de cada um pela vida deve contribuir para que, ao final, o mundo não esteja pior do que era antes. As pessoas são lembradas pelo comportamento que tem no trabalho, com os amigos, na família.”.

“Há muita gente com intensa religiosidade que não tem religião. Religiosidade se manifesta com convivência, fraternidade, partilha, agradecimento.”

“O filósofo quer a definição, quer a percepção… Nem sempre ele aceita a acomodação. Quando você coloca água numa caneca ela se conforma à caneca. O filósofo é aquele que gosta de transbordar. Ele quer transbordar e convida todos a transbordarem, ultrapassarem as bordas impostas. Ele não se conforma…”

“Não é a morte que me importa, porque ela é um fato. O que me importa é o que eu faço da minha vida enquanto minha morte não acontece, para que essa vida não seja banal, superficial, fútil, pequena.”

Mario Sergio Cortella, paranaense de Londrina, 67 anos, é filósofo, escritor, com mestrado e doutorado em educação e professor titular da PUC-SP, com docência e pesquisa na Pós-graduação em Educação. É professor-convidado da Fundação Dom Cabral. Foi Secretário Municipal de Educação de São Paulo (1991-1992), tendo sido Assessor Especial e Chefe de Gabinete do prof. Paulo Freire. Comentarista da Rádio CBN nos programas Academia CBN e Escola da Vida. É autor de mais de trinta livros.

11 pensou em “FRASES SÁBIAS DE MARIO SERGIO CORTELLA

  1. Caro Aristeu, v. já colocou frases muito sábia aqui. Um exemplo, o Millor. Gosto demais de sua coluna. Porém, tem um porém (não se sinta criticado por isso);

    Estas do Cortella para mim são frases lacrativas que não querem dizer muita coisa, platitudes.

    Exemplo do que diz Cortella: “Volto ao ponto: minha liberdade não acaba quando começa a do outro, ela acaba quando acaba a do outro.” Frase distorcida, esquisita, pois existe a liberdade individual e a coletiva. Ambas tem validade universal.

    Isso não tem nada a ver com “O seu direito termina onde começa o do outro”, que é o real dito popular.

    • João Francisco,

      Agradeço a sua sinceridade e não me sinto criticado. Já tive oportunidade de um leitor achar que a frase “Eu não troco o meu oxente pelo ok de ninguém” de Ariano Suasuna. Ele defendia que era uma frase de Oliveira de Panelas. Na verdade, a frase serviu de mote para uma canção do repententista Oliveira de Panelas, amigo do autor. Nesse meu artigo descrevo os versos de um poeta popular que fez muito sucesso na época dessa referida frase. Respeito sua opinião e aproveito para selecionar frases de outros filósofos contemporâneos. Valeu!

      Saudações fraternas,

      Aristeu

        • ENRIQUECIMENTO MÚTUO

          Comentário de um amigo
          É recebido com alegria,
          Se for elogio, eu aceito.
          Se for crítica; me guia,
          Pois se eu fosse perfeito,
          Na Terra, não nasceria.

          Saudações fraternas,

          Aristeu

  2. As frases de Mario Sergio Cortella misturam filosofia com educação. Algumas são ótimas,; outras, deixam dúvidas quanto a realidade que o escritor quis dizer. Não levo para o lado ideológico, então, vou escolher uma bem interessante: “Na vida, nós devemos ter raízes, e não âncoras. Raiz alimenta, âncora imobiliza. Quem tem âncoras vive apenas a nostalgia e não a saudade. Nostalgia é apenas uma lembrança que dói, saudade é uma lembrança que alegra”.

    • Vitorino,

      Nem sempre um filósofor, escritor e professor está inspirado e elabora frases brilhantes. Corlella gosta de uma polêmica e de vez em quando vemos na televisão alguns debates acalorados bem interessantes. Compartilho três frases de Mario Sergio Corlella:

      1) “Quem sabe, divide.
      Quem não sabe, pergunta.”

      2) “Há uma frase de que gosto muito e que, para mim, é a expressão da presença política: “Os ausentes nunca têm razão”. Embora pudessem estar com alguma razão, eles a perdem pelo fato de se ausentarem.”

      3) “Há um ditado chinês que diz que, se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando um pão, ao se encontrarem, eles trocam os pães; cada um vai embora com um. Porém, se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando uma idéia, ao se encontrarem, trocam as idéias; cada um vai embora com duas.
      Quem sabe, é esse mesmo o sentido do nosso fazer: repartir idéias, para todos terem pão…”

      Saudações fraternas,

      Aristeu

  3. Costumo assistir aos comentários de Cortella no Jornal da TV Cultura. Os seus comentários costumam provocar polêmicas, pois nem sempre sua opinião coincide com o que pensamos, entretanto como filósofo suas frases têm lógica. Se eu fosse escolhor uma para votar nessa sua seleção, a minha preferida é a seguinte: “O filósofo quer a definição, quer a percepção… Nem sempre ele aceita a acomodação. Quando você coloca água numa caneca ela se conforma à caneca. O filósofo é aquele que gosta de transbordar. Ele quer transbordar e convida todos a transbordarem, ultrapassarem as bordas impostas. Ele não se conforma…”

  4. Neide,

    1) “Quando estiver no fundo do poço, a primeira coisa a fazer para sair dele é parar de cavar”.

    2) “O bom hábito chega pouco a pouco, o mau hábito também sai pouco a pouco.”

    3) “A expressão mais inteligente, mais forte que existe para criar renovação, reinvenção, inovar a vida, inovar a capacidade e reforçar é a expressão: “NÃO SEI”. É a expressão que inaugura o novo. Aquele que entre nós que incapaz de pensar “NÃO SEI”, ele só repete. Por isso, cuidado com gente que não tem dúvida, essas pessoas não inovam, não reinventa, não revigora competência, só repete…”

    Saudações fraternas,

    Aristeu

  5. Parabéns pela excelente postagem, “FRASES SÁBIAS DE MARIO SERGIO CORTELLA”,. O famoso filósofo e Escritor , apesar de ter uma inteligência privilegiada, tem gerado polêmicas entre os seus leitores, em face da pitada de pessimismo e amargura, que seus textos transmitem.

    Destaco:

    “O filósofo quer a definição, quer a percepção… Nem sempre ele aceita a acomodação. Quando você coloca água numa caneca ela se conforma à caneca. O filósofo é aquele que gosta de transbordar. Ele quer transbordar e convida todos a transbordarem, ultrapassarem as bordas impostas. Ele não se conforma…”

    “Não é a morte que me importa, porque ela é um fato. O que me importa é o que eu faço da minha vida enquanto minha morte não acontece, para que essa vida não seja banal, superficial, fútil, pequena.”

    Uma ótima semana, com muita saúde e Paz!

    Violante Pimentel Natal (RN)

    Obs. Compartilhei com você um texto de Câmara Cascudo, respondendo ao seu comentário na minha última postagem (A Modinha)”. Espero que goste.

  6. Violante,

    Grato por seu comentário com observações importantes. Concordo que o filósofo e escritor Mario Sergio Corlella é inteligente, entretanto gosta de polemizar não só na mídia quanto nos seus livros. Há frases interessantes e outras intimistas, que muitas vezes o leitor não chega a entender onde ele que chegar.Compartilho três frases de Cortella com a prezada amiga:

    1) “Agir conforme aquilo que se fala, alinhar discurso e prática, além de ser uma postura ética, é um sinal de autenticidade.”

    2) “Tem que ter esperança ativa. Aquela que é do verbo esperançar, não do verbo esperar. O verbo esperar é aquele que aguarda, enquanto o verbo esperançar é aquele que busca, que procura, que vai atrás.”

    3) “Só sei que nada sei por completo
    Só sei que nada sei que só eu saiba
    Só sei que nada sei que eu não possa vir a saber
    Só sei que nada sei que outra pessoa não saiba
    Só sei que nada sei que eu e outra pessoa não saibamos juntos.”

    Uma semana plena de paz, saúde, alegria e harmonia

    Aristeu

    PS.: Li, reli e gostei, então anotei para ter acesso quando precisar pesquisar. Valeu, prezada amiga!
    Você tem muitos talentos, mas predomina ser uma pessoa assistencail.

    Diz o Mestre Luís da Câmara Cascudo (em “ACTAS DIURNAS” – Crônicas publicadas na Tribuna do Norte – 18.04.1940):

    “O acompanhamento de modinha não é o solo de ” fox-trot” a saxofone. Tem um estilo, isto é, uma maneira, um processo conhecido e que não deve ser alterado. É tão respeitável quanto um coral. Fazer uma “jazz-band” acompanhar uma modinha é o mesmo que obrigar os vinte e cinco bombos de um maracatu executarem um moteto de João Sebastião Bach. Cada instrumento no seu galho. Não há execução nem habilidade capaz de justificar a presença de certos instrumentos em certas peças de canto.
    …………………………………………………………………………………………………………………
    Compreende-se que a modinha, canção romântica do século XVIII e que fez-se vitoriosa no século XIX, pertencia aos salões, e é produção mental superior, literalizada, feita por poeta sabedor de ritmos e seguro nas rimas certas. Passou a modinha às ruas pela serenata.

    Na primeira fase, é música de salão, de piano, instrumentos de corda, como violino e um de sopro, a flauta.
    Os acompanhantes à viola foram, primeiramente, aplaudidos. O violão chegou depois.
    A viola perdeu a coroa, indo para o povo, e aí se tornou privativa das cantigas e danças tradicionais. O violão ficou , com o violino, o piano e a flauta, pertencendo ao séquito da modinha. São esses os instrumentos modinheiros. O que existir, além desses enunciados, é exótico ou raridade.
    ……………………………………………………………………………………………………………………………….
    O violão chegou mesmo a determinar a maneira do acompanhamento. Certas modinhas só serão dignas de audição e aplauso ao violão ou no estilo violonístico. Qualquer instrumento de sopro, fora a sonhadora flauta, é um macaco na loja de louças. Quebra totalmente o efeito, cismarento e doce, da modinha bonita.”

  7. Obrigada, Aristeu, por compartilhar comigo estas três frases do polêmico filósofo Mário Sérgio Cortella.

    Gostei muito das duas primeiras frases, de fácil interpretação. Porém, a terceira frase parece inspirada no chamado “paradoxo socrático”, “SÓ SEI QUE NADA SEI”, um dizer muito conhecido, derivado da narrativa de Platão sobre o filósofo Sócrates.

    A frase indica que se deve ter noção da própria ignorância, e que quanto mais se aprende, mais se tem o que aprender.

    Grande abraço.

    Violante

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