CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

DÓRIA – MAIS UM EXEMPLO DE COMO NÃO SE DEVE CONFIAR NELE

Há uns cinco anos, mais ou menos, numa entrevista ao programa Bola da Vez, da ESPN Brasil, Jô Soares relatou uma historinha entre ele e o atual governador de São Paulo, João Dória. O cenário foi uma seção eleitoral da capital paulista, onde o humorista e apresentador votava. Não guardei o ano em que ocorreu a eleição, nem se era para prefeito, ou governador. De certo, é que esse Dória ainda não era candidato, mas como filiado ao PSDB, estava no local como cabo eleitoral do seu partido.

Ao avistar Jô percorrendo o corredor que levava à sua seção, Dória se atirou na direção dele. Deu um abraço em Jô – daqueles abraços costumeiros das pessoas falsas, que pouco faltam para sufocar o outro, entremeados do riso escancarado e das palavras que são como veneno para os diabéticos – e entabulou uma conversação que, principalmente, visava a se exibir para os presentes e causar-lhes inveja por mostrar uma familiaridade com uma celebridade.

Sendo uma pessoa pública, além de impedido pela direção da Globo de manifestar a sua preferência eleitoral, Jô fora à seção eleitoral despojado qualquer indício que denunciasse o seu voto. No entanto, depois de se livrar do arrocho dos braços dorianos e das palavras melífluas, talvez até saltadas da boca com poções de cuspe, e avançar alguns passos, Jô sentiu algo nas costas e percebeu o olhar atento das pessoas. Passou a mão nas costas, sentiu a aspereza de um papel; ato contínuo, puxou com força o troço e viu na mão um panfleto contendo a propaganda do candidato do partido de Dória. Com a destreza de um gatuno, este colara nas costas do humorista aquele documento que deveria atestar o seu voto. De tanta raiva, Jô rasgou o papel e atirou os pedacinhos no chão. É de se imaginar a sua reação se reencontrasse ali mesmo o outro.

Pois é. Esse é o pilantra que pretende ser o salvador da pátria. Tibes! como dizia a mamãe, quando algo ou alguém tirava-a do sério.

4 pensou em “FRANCISCO SOBREIRA – NATAL-RN

  1. Parabéns pela excelente postagem, prezado Francisco Sobreira

    Essa tática desonesta é muito comum. Já vi esse ” filme” numa eleição para presidente da OAB/RN. As proporções são outras, mas o grau de mau-caratismo é o mesmo.

    Grande abraço!

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