CÍCERO TAVARES - CRÔNICA E COMENTÁRIOS

Francisco de Assis, à época da prisão, em 1989

O filme de título “Maníaco do Parque”, que está sendo rodado em São Paulo e será lançado em 2024, contará a história do serial killer Francisco de Assis Pereira (1967), o motoboy psicopata vivido na tela pelo ator (Silvero Pereira), foi condenado por um júri popular a mais de 268 anos de prisão por atacar mais de vinte e uma mulheres, tendo assassinado dez delas e escondido seus corpos no Parque do Estado, em São Paulo.

A história do assassino em série e os detalhes da sua psicopatia são revelados por Elena (Giovanna Grigio), uma repórter iniciante que enxerga na investigação dos crimes cometidos pelo maníaco a grande chance de alavancar sua carreira. Enquanto Francisco de Assis segue vivendo livre e atacando mulheres, sua fama na mídia sensacionalista cresce vertiginosamente, gerando terror na capital paulista.

Tendo suas primeiras cenas gravadas no parque de São Paulo, o filme o “Maníaco do Parque,” está sob a direção do competente diretor Maurício Eça, produzido por Marcelo Agra e roteiro de L.G. Bryão, Thaís Nunes, com estréia prevista para 2024, conta a história do motoboy, o serial killer Francisco de Assis, matador de mais de dez mulheres no parque da zona sudeste de São Paulo nos anos noventa e abusado de mais de vinte e uma delas. Isso é o que está comprovado nos inquéritos policiais.

A história do Maníaco do Parque é assustadora, aterrorizante, exigindo uma abordagem séria do diretor que a conduz à telona. Filmar a história do Maníaco do Parque com seriedade, fugindo dos clichês dos filmes brasileiros, é saber decifrar com seriedade o poder de persuasão do maníaco para atrair suas vítimas para dentro do Parque com promessas vãs. “Me aproximava das meninas como um leão se aproxima da presa. Eu era um canibal. Jogava tudo o que eu podia para conquistá-la e levá-la para o parque, onde eu acabava matando e quase comendo a carne. Eu tinha uma necessidade louca de mulher, de comê-la, de fazê-la sentir dor. Eu pensava em mulher 24 horas por dia.”

O famoso motoboy recebia várias cartas de admiradoras na prisão. Alguns trechos desses documentos]:

“Eu não sei o que fazer para te distrair. Mas eu tenho uma ideia: primeiro quero dizer que te desejo todas as noites. É muito bom. Te acho gostoso, meu fogoso. Você está juntinho comigo, dentro do meu coração. Depois que chego em casa, queria você de corpo e alma, te amando. Te quero de qualquer jeito. Eu te amo do fundo do meu coração. Não perca a esperança, acredite em Deus, porque algum dia a gente vai se encontrar. Sei de seu comportamento doentio, por isso quero que fique calmo… ”

“Por enquanto, nossos beijos são assim. Mas quero te beijar de verdade. Acho que tens saudades. Eu te amo, te amo, te amo etc., te desejo, te quero de corpo e alma. E me perdoe por tudo que estou sofrendo. Sabe Francis, eu não me conformo, e choro. E eu preciso ser forte (…)”

“Quero te dizer que estou morrendo de saudade, querendo você… Aih meu Deus como te desejo todas as noites. Eu durmo sozinha e querendo você aqui. Mas sei que é impossível. O certo é eu ir te ver. E como posso sentir. Que é meu?”

“Francisco, não deixe a tristeza tomar conta de você e acabar com o brilho do seu olhar. Acredite em Deus, você não está e nunca ficará sozinho. Jesus te ama, sua mãe e seu pai também e, principalmente, eu…”

“Depois que tudo aconteceu, tentei dar um fim a minha vida, mais uma coisa super interessante teve que acontecer, eu pensei muito e tive esperanças, acredite o mundo dá voltas, quando a gente menos espera algo de bom sempre acontece.”

O jornalista e roteirista Gilmar Rodrigues publicou, em 2009, o livro “Loucas de Amor: mulheres que amam serial killers e criminosos sexuais” (editora Ideias a Granel), onde tenta entender por que o Maníaco é desejado por tantas mulheres. Segundo o autor, ele ficou impressionado com as cerca de mil cartas de amor que o criminoso recebeu um mês após ser preso, ainda em 1998.

Espera-se que o diretor Maurício Eça seja honesto na transposição para a telona desse tema tão integrado e salve o cinema brasileiro das porcarias que são lançadas há de séculos.

Maníaco do Parque conta o que sente ao ver fotos de suas vítimas

5 pensou em “FRANCISCO DE ASSIS – O MANÍACO DO PARQUE

  1. Tem tudo para ser um grande filme. Esperamos, como você, que o diretor seja honesto ao contar a história, sem tentar transformar o bandido em herói, o que é sempre um risco, ainda mais em se tratando de produções brasileiras.

    • Marcos Mairton,
      Quando tomei conhecimento pelas Redes Sociais, que estavam produzindo um longa metragem com a história do Maníaco do Parque – título do filme, fiquei desconfiado.

      Desconfiado sim! Porque quantos filmes históricos importantes não já foram jogados na lama por diretores irresponsáveis? Um exemplo que ficou para a história foi o filme PIEDADE, do diretor caruaruense Cláudio de Assis, que transformou uma história importante, a expulsão dos ribeirinhos de SUAPE, numa pornonchacha de quinta categoria, com cenas homossexuais de sexo explícito!

      UM NOJO!

  2. É sempre assim nesta merda. Fazem filmes somente acerca da vida de pilantras, estelionatários e criminosos. Por isso o cinema tupiniquim não vale um vintém, pois esses diretores noiados cheios de maconha no rabo ficam inventando essa palhaçada. O cidadão de bem está cansado desses filminhos tupiniquins de bosta.

  3. Há quem diga que esse filme promete muito, principalmente por ter em seu elenco a atriz MEL LISBOA que dá uma aula de interpretação desempenhando o papel de uma PSIQUIATRA. Quem teve oportunidade de assistir as primeiras imagens nos conta que o filme não se resume apenas em entreter os espectadores com um enredo cheio de suspense e emoção, mas também proporciona uma reflexão profunda sobre a sociedade ao abordar um dos casos de assassinato em série mais chocantes da história do Brasil.

    P.S.: – Parabéns ao ótimo cinéfilo TAVARES, por trazer à tona essa notícia da filmagem de um tenebroso caso acontecido na década de 90. Parabéns TAVARES, você é dos meus!!!

    • Obrigado, mestre Altamir Pinheiro, pelo comentário oportuno sobre o filme Maníaco do Parque, que vá contar um dos casos de serial Keller mais aterrorizador já ocorrido no Brasil.
      Se esse filme não prestar pode, pode trancar o cadeado da esperança em filme tupiniquim.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *