JESUS DE RITINHA DE MIÚDO

Seu Moço, meu carnaval
Eu brinco só na vontade
Ouvindo o som do passado
Bailando sobre a cidade
Marchinha, frevo e samba…
Hoje meu passo descamba
Na folia da saudade.

Seu Moço, hoje me invade
Um bloco de nostalgia
Cantando um samba enredo
Na avenida da alegria
A letra diz que restou
Naquele jovem Pierrot
Só saudade da folia.

Carnaval sem euforia
Sem pandeiro, tamborim,
Sem treme-terra, agogô…
Seu moço, hoje é assim:
O surdo sem marcação
Esvaziaram o salão
Já não chora o Arlequim.

Sinto falta do cetim
Da ilusão por fantasia
Dos confetes, serpentinas
Do apito que fremia…
O lança não me apraz
Eu penso nem sentir mais
A saudade da folia.

Porque sem toda magia
Da batucada contida
Naqueles dias, Seu Moço,
Essa saudade sentida
É folia repentina
Passista tal Colombina
Que passou na avenida.

E se perdeu no passar.

2 pensou em “FOLIA SAUDADE

  1. Maravilhoso seu poema. Deus abençoe esse poeta. O destino conduz, mas é possível ajudá-lo Tragada pela tragédia, decidi dar uns nós no meu. Possuo pouco tempo, não posso permitir caminho de dor, devo driblar as estradas pedregosas e poeirentas, enfim, procuro os caminhos da leveza, dos aromas, da alegria, dos frutos bons que há nos pomares da jornada. O tempo todo e todo tempo.

  2. Muito bom, Jesus. Houve um tempo que se brincava o carnaval, hoje não há mais atrativos. Basta olhar o que acontece vc om o frevo. O bloco da saudade retrata seu poema. O pessoal aí da curte capiba e, até sei, o compositor mais atual é Gratuito Cavalcanti

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