Estarei à beira do luar
na hora em que morrer o dia.
E no incerto instante em que o sol se for,
rezarei uma Ave-Maria.
Pedirei a Deus que, ao dia que virá,
seja-lhe concedida a sorte
que a este foi negada
antes de sua iminente morte.
Não acenderei velas
na hora em que o dia for embora:
de luzes, ele não precisará
além da que vem da lua e lhe devora.
A ele bastará o silencioso som
que só se ouve quando o dia tem seu fim.
Assim, a Ave-Maria rezarei no mais baixo tom
e só as estrelas escutarão o meu rezar
na hora em que o dia acabar.
E dele, ao finar-se,
não verei o seu fenecer:
estarei festejando com as estrelas
o dia novo que está por nascer.
E eu pedirei para estar junto do gênio Xico Bizerra, nessa hora. Abraços, Mestre.
O sol e o poema têm luz própria.
Ambos nos dão alegria e esperança, além de nós aquecer de esperança.
Também estarei à beira do luar na hora em que morrer o dia.
Parabéns, mestre Xico Por FIM DO DIA!