VIOLANTE PIMENTEL - CENAS DO CAMINHO

Não me canso de relembrar o Escritor Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta, com o seu FEBEAPÁ – Festival de Besteira que Assola o País, (1ª edição – dezembro de 1966 e FEBEAPÁ 2, dezembro de 1967).

O besteirol tem aumentado muito nos dias atuais. Há muito mais besteiras hoje, do que na época de Stanislaw Ponte Preta.

Nunca ri tanto, como com esse episódio da Baleia Jubarte X Bolsonaro. Tenho certeza de que se essa baleia pudesse falar, ela absolveria o Ex- Presidente de todos os pecados a ele atribuídos por causa dela. Ela se sentiria vaidosa de ser alvo de tão importante polêmica, envolvendo o Ex-Presidente Bolsonaro, admirador das belezas naturais do Brasil e um motonauta admirável.

O ex-presidente da República Jair Bolsonaro prestou depoimento, na tarde desta terça-feira (27), na Polícia Federal, em São Paulo, sobre um caso de suposta importunação de animal marinho, ocorrido em junho de 2023, em São Sebastião, no litoral paulista.

Na época, vídeos publicados nas redes sociais mostraram que, de jet ski, com o motor ligado, Bolsonaro se aproximou de uma baleia jubarte no momento em que ela aparecia na superfície da água. O ex-presidente chegou a ficar a menos de 15 metros de distância do animal. Uma portaria do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no entanto, proíbe embarcações com motor ligado a menos de 100 metros de qualquer baleia. No local, não há nenhuma sinalização, cartaz ou bandeira, que alerte os motonautas, para a distância que existe entre eles e o habitat” das baleias “jumarte”.

O advogado de Bolsonaro, Daniel Tesser, que acompanhou o depoimento, disse que o ex-presidente se reconheceu nos vídeos, mas declarou que não houve importunação do animal. “Você não consegue controlar um animal daquele tamanho que surge, ele emerge da água, de baixo. Foi exatamente o que aconteceu. O presidente tomou todas as precauções a partir do momento em que avistou a baleia, sem saber a que distância se encontrava dela.

O Ministério Público Federal abriu o processo de investigação em novembro do ano passado. A apuração vai definir se Bolsonaro desrespeitou a lei que proíbe “qualquer forma de molestamento intencional”, ou a importunação de baleias. A punição prevista é de dois a cinco anos de reclusão e multa.

Mais um caso hilário, digno de integrar o Festival de Besteira que Assola o País, se vivo fosse Sérgio Porto, o insubstituível Stanislau Ponte Preta.

No hemisfério sul, o principal alimento das baleias jubarte (Megaptera novaeangliae), da subordem Mysticeti, é o krill – um pequeno crustáceo semelhante ao camarão.

Enquanto isso, no hemisfério norte, as jubartes se alimentam de cardumes de peixes, como anchovas, bacalhau, lança-areia e capelim, de acordo com o site do Serviço Nacional de Pesca Marinha dos Estados Unidos.

O Ex-Presidente tem uma alma nobre. Ao invés de estar curtindo os finais de semana atracado com uma garrafa de cachaça, se presta a exercitar sua habilidade de motonauta, no seu Jet Ski, filmando com o seu celular as belezas naturais litorâneas. Não é um homem comum e sim um predestinado, a começar pelo seu nome de Batismo.

Relembrando o FEBEAPÁ (Festival de Besteira que Assola o País, de Stanislau Ponte Preta, pseudônimo do saudoso Sérgio Porto- 1ª Edição – 1966 – Febeapá 2 – 1967 – EDITORA SABIÁ), vemos que as besteiras de hoje superam as besteiras de antigamente.

Há pessoas especialistas em criar e falar besteiras, principalmente o novo Governo e parlamentares.

Obs. Uma grande besteira que assola o País: No discurso de hoje, o Presidente disse que “a Companhia Vale pertence ao Brasil e o Brasil é quem manda nela.” Esqueceu que a Vale foi privatizada em 1997. Há exatamente 26 anos, num leilão realizado em 6 de maio de 1997, o governo brasileiro vendeu a maior parte de suas ações da até então estatal Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). O negócio envolveu, na época, cerca de R$ 3,3 bilhões.

Mudando o rumo desta prosa:

Certo dia, correu o boato de que estavam conspirando contra o Estado Democrático de Direito, com a intenção de dar um golpe. A conspiração acontecia no domicílio de um Coronel.

Uma situação dessa quando vasa, vai um carro verificar a denúncia, para lavrar um flagrante. O carro, então, é uma viatura policial.

Pois bem. Espalhou-se a notícia de que uma conspiração de golpe estava sendo tramada no domicílio de um Coronel. Logo uma viatura se deslocou para dar uma incerta no endereço do tal Coronel, conforme informação colhida.

O caso ficou de boca em boca, com conotação de mistério. O suspense era grande.

E foi preparado o flagrante, para apanhar os conspiradores em ação. O que interessava aos agentes policiais era dar o flagrante e prender os conspiradores todos de uma vez. Essa notícia iria ser manchete de jornal.

A conspiração (ou reuniões), segundo a denúncia, começava por volta das 10 horas da noite e terminava de madrugada.

Várias pessoas de aparência suspeita entravam no edifício e lá ficavam, fazendo o silêncio mais constrangedor que se podia imaginar. As luzes permaneciam acesas, e quem estava de fora pressentia que o apartamento estava cheio de gente, mas os sons discretos que vinham de dentro não coincidiam com esses detalhes. Eram palavras quase murmuradas.

A viatura policial chegou de mansinho, encostou na outra esquina, para não ser identificada, e os componentes da patrulha desceram para cercar o domicílio. Foi tudo muito fácil, pois os conspiradores nem sequer tinham tomado providências contra um possível flagrante. O militar que chefiava a turma subiu ao andar onde o Coronel tinha domicílio certo, e protegido pela sua metralhadora, bateu na porta devagarinho, para que não desconfiassem. Abriram a porta e lá dentro estavam vários casais jogando biriba.

Nunca houve coisa mais ridícula do que este flagrante. E nunca houve atitude mais abominável do que este fiasco de flagrante, querendo encontrar cabelo em ovo, e maldade onde não existe.

Como também, nunca houve coisa mais forjada e ridícula, do que a tal minuta de golpe, escrita para prejudicar o Ex-Presidente. Mais uma perseguição e mais uma besteira, para “enriquecer” o “FEBEAPÁ” (FESTIVAL DE BESTEIRA QUE ASSOLA O PAÍS.

Voltando à Baleia:

A Baleia sempre foi o mais veloz e comilão animal do mar. Comia tudo o que via em sua frente. Nadava mais do que todos os outros peixes.

Diz a lenda que, certo dia, uma moça devota de Santo Antônio ia rezando com uma imagem desse santo casamenteiro, pedindo que o navio entrasse logo na barra. De repente, a imagem caiu no mar. A Baleia abocanhou Santo Antônio, mas ficou engasgada. Quanto mais se engasgava, mais a goela ficava estreita.

Santo Antônio desapareceu e a Baleia ficou, até hoje, só engolindo sardinhas e peixes miudinhos.

Também diz a lenda, que Nosso Senhor Jesus Cristo, como castigo, torceu o rabo da Baleia. Por isso, ela nada mais devagar e é o único peixe que tem a barbatana do rabo virada para baixo, batendo água de baixo para cima, e não da direita para a esquerda, como todos os viventes da água.

2 pensou em “EVOCANDO O “FEBEAPÁ”

  1. Violante,

    Sou um fiel leitor das suas crônicas porque admiro sua cultura, conhecimento literário e bom humor. A citação de Stanislaw Ponte Preta (1923-1968), pseudônimo de Sérgio Porto, é uma homenagem justa, pois vivemos um tempo em que não falta assunto para humoristas.

    Sérgio Porto foi um escritor, cronista, jornalista e radialista brasileiro que marcou presença na literatura nacional com a publicação de livros de paródia e humor, com crônicas satíricas e corrosivas, e com a criação de diversos personagens, entre eles, “A Velha Contrabandista” e “Tia Zulmira”.

    A criação de Stanislaw Ponte Preta foi inspirada no personagem Serafim Ponte Grande, de Oswald de Andrade, depois de ser convidado para assinar uma coluna social. Ele topou com uma condição: liberdade para falar sobre tudo. Stanislaw assinou 10 dos livros de Sérgio Porto.

    Selecionei algumas frases antológicas de Stanislaw Ponte Preta para compartilhar com a prezada amiga:

    “A prosperidade de alguns homens públicos do Brasil é uma prova evidente de que eles vêm lutando pelo progresso do nosso subdesenvolvimento.”

    Uma feijoada só é realmente completa quando tem uma ambulância de plantão.”
    “Política tem esta desvantagem: de vez em quando o sujeito vai preso em nome da liberdade.”

    “Basta ler meia página do livro de certos escritores para perceber que eles estão despontando para o anonimato.”

    “Às vezes eu tenho a impressão de que meu anjo da guarda está gozando licença-prêmio.”

    “Difícil dizer o que incomoda mais, se a inteligência ostensiva ou a burrice extravasante.”

    Desejo um final de semana pleno de paz, saúde e felicidade para você e família!

    Aristeu

  2. Obrigada pelo inteligente comentário, prezado Aristeu!
    Suas palavras enriqueceram o meu texto, com as excelentes considerações ao inesquecível escritor, cronista, jornalista e radialista brasileiro Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta (11.01.1923 – 30.09.1968).
    O desaparecimento precoce desse grande brasileiro deixou uma imensa lacuna no cenário literário nacional, no momento em que ele estava no auge do seu sucesso como cronista satírico e crítico, com sua verve hilária e sua fabulosa inteligência.
    Ainda hoje o Brasil carece de um substituto para o saudoso Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta).
    Os personagens criados por Stanislaw Ponte Preta eram e ainda hoje são hilários.
    Stanislaw Ponte Preta encarnou o deboche sobre a vida política brasileira, ridicularizou funcionários públicos da época e se tornou a representação do sentimento nacional dos que se opunham aos militares.
    A crítica bem humorada de Sergio Porto ainda pode encontrar marcas na atualidade política, haja vista sua aguda sátira contra a corrupção, o autoritarismo e os projetos políticos de desenvolvimento para o País. Entretanto, é difícil se encontrar no jornalismo atual um cronista com o talento deste grande jornalista.
    Gostei imensamente da seleção de frases antológicas de Stanislaw Ponte Preta, que você compartilhou comigo. Todas são impagáveis., com destaque para esta:.

    “Difícil dizer o que incomoda mais, se a inteligência ostensiva ou a burrice extravasante.”

    Como Stanislaw Ponte Preta, Sérgio Porto escreveu:
    Tia Zulmira e Eu (1961)
    Primo Altamirando e Elas (1962)
    Rosamundo e os Outros (1963)
    Garoto Linha Dura (1964)
    Febeapá – Festival de Besteiras Que Assola o País (1966)
    Febeapá 2 (Segundo Festival de Besteiras Que Assola o Pais) (1967)
    Na Terra do Crioulo Doido (1968)
    Febeapá 3 (1968)

    Desejo a você e sua família, um final de semana repleto de saúde, alegria e Paz!

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