A PALAVRA DO EDITOR

Eu tinha acabado de chegar de Paris em dezembro de 2019.

Paris é um sonho; não precisas ser rico para maravilhar-se com a cidade, basta ter um lugar modesto para ficar e o suficiente para a alimentação: andar pelas ruas, pela beira do Sena, respirar a História da civilização, encher os olhos de arte, visitar os museus nos dias de entrada liberada, perambular pelos parques e jardins, coisas simples assim.

No meu caso, além dessas atividades procuro fazer algum curso que enriqueça, não currículo, a cultura e a profissionalização.

Somados os períodos, morei na Cidade Luz por uns quatro anos bem vividos.

Pois, desembarco no Rio de Janeiro e tão logo possível sento-me à mesa de um bar para o bate-papo bem brasileiro: política, futebol e religião.

Logo um dirá, irritado com minhas posições políticas: – Por que em vez de Paris não vais para Cuba?

Meu primeiro impulso é mandar à, ou para.

Mas me contenho e tento explicar que, primeiro, ser esquerdista não significa ser comunista; e, segundo, que minhas viagens não são frequência a cursos de ciência política.

Acabo deixando essa discussão para lá, esperando a próxima bravata.

Não tarda: – Vocês querem transformar o Brasil em uma Cuba ou em uma nova Venezuela.

Pergunto: – Será? A esquerda ficou quase quinze anos no poder e não conseguiu. Conseguirá em mais quatro?

A lógica não produz efeito, logo vem a garantia de que as esquerdas tomaram conta das escolas e que seguindo o método gramsciniano “eles” vão comendo pelas beiradas, corrompem a juventudes com o ativismo ideológico e é preciso lutar por algo como “escolas sem partido”.

É preciso, dizem, que as pessoas vão à escola para estudar e aprender, não para serem doutrinados e virarem comunistas, maconheiros e boiolas.

A contestação de que a formação política também deve começar ali, na escola, que é das universidades que sairão as lideranças da sociedade, não sensibiliza: – Escola é para aprender matemática, ponto final.

A conversa envereda por assuntos de segurança; e quando defendo prisões mais humanas sou convidado a levar um assassino, ladrão ou estuprador para a minha casa e cuidar dele com carinho.

A falácia chega ao seu ponto alto quando procuram me encostar na parede e me perguntam: – E se fosse com a tua filha?!

Tento explicar algo sobre direitos humanos e me dizem que direitos humanos aqui são só para bandidos, que quando um policial é assassinado as entidades de direitos humanos não se manifestam e que quem tem de ter direitos humanos são as pessoas boas.

Tento esclarecer, em vão, que as entidades de direitos humanos têm como foco a defesa das pessoas, sejam pessoas bandidas, sejam pessoas boas, contra abusos praticados pelo poder público, de modo que se um policial for assassinado mediante violência praticada pelo Estado essas entidades agirão contra tal ação desrespeitadora de direitos humanos.

Cheguei de Paris e vou precisar compreender tudo isso e mais: que meninos vestem azul e meninas rosa (tento desviar meu pensamento para Caymmi, Rosa, morena, morena Rosa), mas será preciso que eu compreenda, ainda, para que índio quer tanta terra e que eu aceite que os ambientalistas são apenas uma cambada de boiolas.

Percebo que a hora é de cantar que eu preciso saber da Ivermectina, da Cloroquina, baby, eu sei que é assim ou estarei assado.

Enquanto divago, mais um se senta a meu lado e me explica que o isolamento social é um plano para acabar com as economias e destruir o capitalismo e que a China fez o vírus em laboratório e o disseminou para dominar o mundo.

Outro provoca: – Vamos tirar a máscara e ir para as ruas, adquirir imunidade de rebanho, já está provado que a pneumonia mata mais do que esse vírus que está aí.

Vejo nas mesas em volta pessoas assegurando que tortura é necessária para o bandido abrir o bico, que tem de fazer igual lá onde tem pena de morte e por isso não tem esse negócio de corrupção, que mulher tem de ganhar menos porque pare, que tá pegando fogo nas matas lá na Europa e ninguém fala nada, que isso não dá no jornal, que a Globo é comunista, que pobre não quer trabalhar, que ajuda do governo é incentivo para vagabundo…

Minha cabeça gira, sou minoria, estou só, imprensado em um canto pela família, tradição e propriedade; não sei se bebi demais, mas chego a ver Deus, enrolado na bandeira nacional, me apontando um dedo de reprovação.

Contudo, me seguro, agora é aqui, nada de Paris, mesmo que quisesse, fronteiras fechadas, Euro a sete reais… e não quero! Nem Cuba, nem Venezuela, nem Miami, nem Paris.

Assim como Leonardo Padura ama os cães e ama a sua terra e apesar de tudo de lá não sai, eu amo o meu chão e vou ficar aqui, resistindo, daqui ninguém me tira, nem eu, nem meus cachorros!

A não ser que com a vitória de Joe Biden o Euro caia lá das alturas e venha para um precinho normal, porque aí eu vou. Mas volto. Vou e volto, vou e volto.

Paris é i-rre-sis-tível!

34 pensou em “EURO DANDO DE SETE A UM É COVARDIA

  1. como não tenho dinheiro para ir para paris ,eu vou para salles pequena cidade do interior paulista, as margens do rio tiete , que la é limpinho . os restaurantes servem peixe de diversas maneiras que e´muito bom.não vi lá a quantidade de ratos que vi em uma foto de paris, mas… se tivesse dinheiro eu iria mesmo conhecer paris,a vida é assim quem pode ,pode quem não pode ,vai onde pode.um bom dia a todos.

    • Prezado Francisco, no Brasil andei por muitos lugares, como Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas, Rio, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Ceará, Pernambuco, Alagoas, e sei que conheci muito pouco do Brasil e também da América do Sul, onde só estive no Uruguai, Paraguai e Argentina. De modo que minha programação para este ano “perdido” era andar por aqui mesmo, conhecer melhor o Brasil, especialmente o interior, plano que a epidemia frustrou, ou adiou. É uma riqueza andar pelas pequenas cidades do País, como Araras aí no seu Estado, Lajinha em Minas, Goiás Velho em Goiás, chii, tenho uma lista enorme de coisas lindas e peculiares neste nosso Brasil, mas o tanto que se pode conhecer é infindável. Pensei em fazer alguns comentários sobre as belezas que já vi, que já visitei, mas é coisa para livro, não para um comentário ou uma pequena crônica. Entretanto, tu e eu, em podendo, vamos ao mundo! Paris é tudo aquilo e muito mais, mesmo com o exército de ratos – e não é só em fotos, tu te sentas em um banco do Buttes Chaumont, lindo parque em Paris, e ficas apreciando a festa dos ratões entrando e saindo de buracos bem pertinho sem dar bola para ti. Se bobear, esbarras no Ratatouille preparando a tua comida num bistrô aqueles…

      • se for o ratatouille com certeza a comida será boa , agora eu te digo ,no brasil estive tambem em muitos lugares e ainda falta muito lugar para ir, o pais mais lindo do mundo na minha opinião , então seja grato a Deus pelo privilegio de poder conhecer lugares tão interesantes, pois a vida passa e no fim o que importa é onde nos vamos passar a eternidade,as escrituras diz..preparate para encontrar com Deus.uma pessoa inteligente como és , com certeza ja pensou nisto . bom dia.

        • Penso todos os dias, Francisco.
          Agradeço a Deus pela existência, pelo Universo infinito, pelo Céu e pela Terra, pela vida e pela Eternidade e por eu ser esquerdista.

  2. Goiano.
    Vou repetir uma frase hilária do ex-presidente João Baptista Figueiredo sobre gente chata que acha que ouvido da gente é ninho de tuiuiu onde cabe qualquer tipo de graveto: “da vontade de dar um tiro nas bolas”.
    Muito bem argumentado… independente de coloração ideológica, na maioria das vezes, quando nos “aprochegamos” em uma birosca, ou mesa de bar, só queremos mesmo jogar conversa fiada fora e apreciar a paisagem, mas sempre vem alguém com um boquejamento “sans souci” para tirar a paz. Eu uso uma tática diferente. Fico pubo… fofo no interior do cavername do peito e esse tipo de bocace não me atinge….Oh! Paris…pelo menos lá cada um fica na sua. Mesmo com o euro a 7 caraminguás de Botocúndia.
    Afora isso, suas considerações muito bem arquitetadas e argumentadas, ou como dizia o doutor Clarimundo Luciano, arrazoado bem arquitetado e melhor apresentado.

  3. Meu caro Roque, grato pelas observações. Te digo que não me incomodo com as divergências, muito pelo contrário, aprecio muito uma boa discussão, um debate acalorado, e o que me inquieta são as superficialidades e os argumentos fundados em premissas absolutamente improcedentes, equivocadas, preconceituosas. Nós, os esquerdistas, podemos ser pegos com as calças nas mãos, mediante o uso de argumentos procedentes sobre nossos erros, como sobre os equívocos e desvios dos governos petistas, mas em geral os adversários ficam no besteirol, quando podem nos jogar na cara mesmo são coisas como a corrupção, as obras incompletas, o superfaturamento, o desemprego ao final do governo da Dilma, e outras cujas as quais nos fazem pagar penitência, ainda que tenhamos certos elementos de defesa e alguns atenuantes, mas o que enfrentamos em geral são pessoas com raciocínio de redes sociais batendo no nhenhenhem de ameaça comunista e tantos besteiróis… Enfim, agradecido pelas apreciações favoráveis, receba um abraço e nos vemos na quinta, se Deus quiser.

  4. Como a grana anda curta para voar até París (ah, Paris, que vontade de comer todas as putas francesas em um tour porno-erótico sensual às margens do Sena) consegui com Balseros Cubanos know-how para fazer embarcações precárias e improvisadas e arriscar-me-ei por mares nunca dantes navegado até chegar a Paris..cida. Em Pariscida do Norte, ali no “vale dos paraíba”, ajoelhado aos pés da santa irei orar fervorosamente para que em 2022 você se junte a Sancho, na orla de Copacabana, para fazermos campanha por Jair Messias Bolsonaro contra a chapa Lata Velha/MoroJato (plim-plim).

  5. Caro Goiano,

    Admiro sobremaneira a sua persistência.

    Ah! Muito obrigado por ter me esclarecido que esquerdista e comunista não são a mesma coisa. É algo assim como CU e BUNDA. Parecidos mas não iguais. Por mim, são tudo uma merda só.

    A única coisa que me emputece deverasmente com os esquerdistas é quererem sempre criar o que chamam “UM MUNDO MELHOR” (sic), mesmo que a realidade desse mundo “melhor” seja sempre a dos GULAGS, da Venezuela bolivariana, do Kmehr Vermelho, da Revolução Cultural de Mao, e outros infernos semelhantes..

    Vamos fazer o seguinte: Façam o mundo “melhor” de vocês, mas não me incluam nesta porra na marra. Me deixem quieto no meu canto, tentando ganhar o pão com o suor de meu rosto da melhor forma que conseguir. Parem de querer levar a metade dos meus ganhos para sustentar multidões de filhos da puta que vão querer me empurrar goela abaixo o famigerado “Mundo Melhor”

    CHEGA!!!!

    E tem mais o seguinte: Se vierem querer implantar essa merda na marra, podem ter certeza que eu darei um jeito de arrumar uma espingarda, nem que seja uma soca-soca, a fim de meter bala nesses bandos de filhos da puta.

    • Adônis, então, morei na França comunista?
      Nem notei.
      Passei uns dias na social-democracia Dinamarquesa e nem notei que ali o Estado é detentor dos meios de produção!
      Também vivi uns quinze anos de comunismo no Brasil, durante os governos petistas, e estou sabendo agora que aquilo é que sé comunismo.
      É bem capaz que Espanha, Portugal, Alemanha, Holanda e mais uma tuia de países por esse mundão estejam vivendo o comunismo e a população está de bobeira, nem nota, de repente, quando perceberem, já estão em regime de trabalhos forçados, sem imprensa, sem liberdade, com paredão para quem se assanhar.
      Então, se Lula voltar pode ir socando a pórva!
      Mas, vou fazer um adendo: o que repugna a direita não é um verdadeiro pavor do comunismo, porque os direitistas politizados sabem que não há razão para falar em ameaça comunista aqui e agora; o que eles odeiam são as políticas esquerdistas de assistencialismo social com seu rico dinheirinho dando casa, comida e roupa lavada para os pobres, que eles consideram vagabundos e aproveitadores. Aí, inventam para si mesmos esse fantasma do comunismo ou socialismo, para justificar suas posições não solidárias.
      Eu vejo isso assim.

      • Meu caro Goiano,

        Eu vou ser solidário SE E QUANDO EU QUISER, PORRA!!!

        Esse negócio de um bando de picaretas se assenhorarem do meu dinheiro para fazer caridade, darem algumas migalhas e ficarem com o resto para si, é a maior roubada que a humanidade já viu.

        Faça caridade e seja solidário com o SEU DINHEIRO. Não venha querer roubar o meu.

    • Adônis, é uma questão de gosto, eu tive um cachorro que saía de casa sozinho e voltava cheirando a bosta: ele não podia ver um monte de merda que comia. Um nojo para nós, mas ele gostava. Assim, sou um cachorro com relação a Paris, gosto que me enrosco (aliás, a palavra que parisiense mais fala é “merde”). Quanto a centenas, e até milhares, de lugares interessantes, maravilhosos mesmo, neste Planeta, é algo indizível: a Terra é um Paraíso, em vários sentidos, seja quanto à Natureza, seja quanto à capacidade humana de construir cidades gloriosas. Mas, te garanto, Paris tem seus defeitos, a grosseria dos franceses, talvez principalmente de parisienses, é uma marca, mas como tenho morado lá por diversas vezes, frequentado cursos, estabelecido círculos sociais com nativos, posso assegurar que tem muita gente boa, educada, delicada, acolhedora; fui muitas vezes convidado às casas, recebido com carinho às mesas, cheguei a ser convidado para passar temporada no campo, de grátis! perto de Angles-sur-L’Anglin e St. Savin, próximo de Poitiers, de modo que minhas impressões da França são muito mais favoráveis do que desfavoráveis, muito, muito mais.

    • Come não, doido!
      Caro Roberto, o maluco do Adônis é diferente de nós e odeia Paris e parisienses.
      Oquei, tem de dar um desconto para eles, são meio assim na lata, para começo de conversa se não der bom-dia primeiro já criou um clima, mas quem está acostumado com motorista de táxi e dono de banca de revista no Rio de Janeiro tira de letra.
      E, Adônis tem razão, mesmo na França há lugares maravilhosos, além de Paris: morei em Avignon, coisa mais linda, morei em Strasbourg, beleza pura, e visitei Colmar mais de uma vez, é de encher os olhos; a Alemanha, puxa! A região da Floresta Negra, nem sei o que dizer. E a República Tcheca? Aquela cerveja inesquecível de Praga, navegando no Moldava… e Bruges, na Bélgica, um sonho…e Viena… e Stroke-on-Trent… e Livorno… e Porto… e Funchal… e… e… e…Mas, ainda assim, é impossível (seria, se não existisse Adônis) não amar Paris.
      Espero poder ainda dar meus bordejos pelo mundo, depois de conhecer um pouco mais o Brasil. Abraço!

  6. “Paris é um sonho; não precisas ser rico para maravilhar-se com a cidade, basta ter um lugar modesto para ficar…” Desde que não seja uma igreja né seu Goiano???

  7. Adriano, ficar numa Igreja? Acho que não captei a ironia. Falas de chômeur?! É claro, ser pobre pobre de Marais, Marais, em Paris ou onde for, é ruim. Se queres sugerir que sou um esquerdista diabólico, comunista safado e socialista cachorro e peçonhento sem religião, informo, para caso não saibas, que sou Espírita, praticante. Dizer “Espírita” deve ser o suficiente para identificar a religião codificada por Allan Kardec, mas como muitos não sabem direito do que se trata explico que falamos do chamado “espiritismo cristão”, de modo que a exposição da Cruz não me afugenta; pelo contrário, uma das atividades indispensáveis na Europa é visitar catedrais, pois que, é claro, visitei todas por onde passei, de St. Denis, Notre Dame, Sacré Coeur, Sagrada Família, Catedral de Notre Dame de Reims, St. Eustache, St. Augustin, Abadia de Saint Germain des Prés, Capela de Nossa Senhora Milagrosa, Sainte-Chapelle, tem igreja por lá que nem na Bahia! E eu visitei todas, várias vezes (cada vez que chega um parente ou um amigo os levo para visitar as coisas belas e importantes).
    Assim, meu doido, deixa de lado os teus preconceitos e vem para a esquerda tu também! Podes ser um vermelho safado sem apostasia.

  8. Goiano,
    Je n’ai pas dit que la France était mauvaise. Je t’ai dit que je n’aimais pas Paris.
    Quant à ses prochaines déclarations, je les approuve toutes, y compris celles relatives à l’espritisme chrétien de Kardec.

  9. Um brinde ao texto de Goiano.

    Com maestria ele tece bem elaboradas e “inocentes” teorias conspiratórias, numa simbiose tramada entre a cidade maravilhosa e a cidade luz. Cerveja e vinho num bate papo separado “apenas” pelo atlântico.

    Procurou equilíbrio entre mansidão e contundência: “Tento explicar – direitos humanos” … “Tento esclarecer bandido & policial… “tortura é necessária para o bandido abrir o bico”… “mulher tem de ganhar menos” “pegando fogo nas matas”… Tudo com endereço e CEP. às favas a sutileza.

    Lembrei do, nada sutil, consultor Stephen Kanitz, conclamando jovens progressistas:
    “Se você é jovem e quer mudar o mundo, faça administração e não história, filosofia, sociologia ou jornalismo. Monte uma empresa sem fins lucrativos. O que para você será fácil porque você já não é egoísta. Você que pensa nos outros, produza o que o povo quer consumir, com preços justos, pagando o dobro do salário mínimo, dando o 14º e 15º salários, semana de 4 dias. Em vez de encherem o nosso saco todo santo dia, nos chamando de exploradores, desejando morte aos burgueses, criticando todo dia sem produzir absolutamente nada.”

    O socialismo como salvação do homem, é um belo sonho. O chato é quando você imagina que não haverá liberdade de imprensa (de expressão, nem pensar) e, com exceção de “alguns” ungidos meios de comunicação privados, o setor de mídia está sob controle estatal. Controle rígido sobre a internet, os meios de comunicação e acadêmicos. Liberdade de crença pode custar também a vida.

    E, nesses sitemas de governo, se você for defensor dos direitos humanos, rapidinho poderá constar COVID 19 no seu atestado de óbito.

    Mas, esse papo político fica muito enjoado, só na escrita, sem cerveja ou vinho.

    No final das contas, o que vai importar mesmo, Goiano, é que amamos cachorros.

    OBS: Voce focou devendo voz e violão numa dessas nossas lives de quinta-feira.

    • Marcos André, grato pelas apreciações.
      Há um equívoco (mais de um, aliás).
      1) não prego a transformação do Brasil em um país comunista, nunca defendi isso, propago a necessidade de um capitalismo mais justo, voltado fortemente para a justiça social, garantindo a todos que ninguém pode passar fome, ficar sem teto e deixar de ter assistência à saúde e acesso à educação. Simples assim. Isso é esquerdismo. O contrário de direitismo, exemplificado na manifestação do Adônis, que é o corolário da “filosofia” de direita: “Faça caridade e seja solidário com o SEU DINHEIRO. Não venha querer roubar o meu.”
      2) a falta de liberdades, de imprensa, de expressão, de Internet, de meios de comunicação em geral e de crença não fazem parte da doutrina comunista, tanto que tudo isso e muito mais, como as perseguições, os assassinatos de inimigos, os privilégios e mais tantos defeitos têm sido praticados em regimes capitalistas, são falhas humanas, a gosto do ditador de plantão.
      3) muitos desses problemas citados, como a falta de liberdade, as perseguições e tantos outros, ocorrem nas revoluções, para garantir que o sistema obtido com a revolução se sustente. Quanto à implantação do comunismo, tem acontecido com muito maior gravidade, decorrendo do fato de que de estabelece um regime que contraria os interesses das classes mais favorecidas (os ricos e a classe média alta), que tudo farão para readquirir seus privilégios, e isso se justifica, para o próprio regime, a tal ponto, que o cerceamento das liberdades a até as perseguições são feitos “para proteger o povo”, ou seja, para garantir a permanência do regime comunista. Um dos efeitos desse tipo de “reação” estatal aos interesses dos particulares é o fechamento das fronteiras, para que as riquezas materiais e intelectuais não se evadam.
      4) comunismo, em si, nada deveria ter a ver com tais problemas, pois se resumiria em um sistema econômico no qual o Estado é o detentor de todos os meios de produção, em nome do povo. Ou seja, o Estado detém a riqueza para distribuí-la igualmente entre todos (o que é considerado utopia).
      5) a prática tem demonstrado que não estamos aptos, em nosso grau civilizatório, a realizar uma política de distribuição igualitária dos bens, da riqueza. Portanto, fiquemos no nosso esquerdismo, visando pelo menos uma justiça social mais equilibrada e humana.
      E, quanto à música, qualquer hora a gente vê isso aí rsrsrs

  10. Grande Goiano!

    O mundo jaz nas falácias e retórica.
    Conforma-te.

    Eu achava que, dado a imensa inata calhordice, o brasileiro seria capaz de criar uma nova falácia. Ledo engano.
    Aleatoriamente, dedico-me a sondar as novidades em forma de falácia e só se encontram duas principais:
    Post hoc ergo propter hoc e ad hominen.
    E quando o cara é muito mau-caráter fica tergiversando na falácia do escocês, ad hoc, evidentemente.

    No câmbio, embora os falaciosos se digam patriotas, veja o que diz o Sidnei Moura Nehme a respeito:

    O “Ministro da Economia “admira” o estoque demasiado de reservas cambiais e tem anseio claro e silencioso de poder utilizá-las, pois num regime de câmbio flutuante as entende excessivas, o dólar tem suporte de preço não por demanda no mercado à vista, já que o país já perdeu volume considerável de recursos que saíram do país, mas por ser o dólar o “porto seguro” para ancorar insegurança quando há incertezas, e, isto confronta com a tendência externa”.

    Você está sofrendo com a queda dupla do Real (explicada pelo Sidnei) e do dólar em relação ao Euro.
    E isso o está separando da sua doce e eterna Paris, que é uma festa, já dizia Hemingway.
    ***

  11. Grande Saniasin! Senti tua falta!
    Certo, retórica e falácia podem andar junto, uma ajudando a outra. Eu odeio falácias, embora, segundo o ponto de vista de quem me ouve ou me lê, faça uso delas.
    Quanto ao porto seguro do dólar norte-americano, deverá ser substituído para ancorar no renmimbi?
    Aí ficaria esquisito, o mundo relativizado por uma moeda comunista… quer dizer… comunista? será mesmo?! A China?!
    Ah, por falar em comunismo, me ocorreu uma hipótese interessante: Digamos que, de uma hora para outra, ou seja, como um raio, de hoje, dia 11 de novembro de 2020, quarta-feira, para amanhã, quinta, dia do vídeo-encontro-cabarístico-bertofubanista, o Brasil acorde comunista. Os comunistas tomaram o poder, se apropriaram, por decreto, de todos os meios de produção, mantiveram os partidos políticos, o Congresso e o Judiciário funcionando normalmente, liberdade de imprensa igual, sem mexer, idem liberdade de expressão e de opinião, fronteiras abertas, todo mundo podendo ir e vir.
    Pergunta: o que aconteceria?
    Os ricos iam embora levando suas fortunas em ouro, jóias, dólares, reais e renmimbis? Ou ficariam para serem confiscados pelo “governo do povo”?
    Os médicos ficariam aqui para atender por baixos salários, ou correriam a pegar o primeiro avião para o Canadá?
    Os artistas iam ficar aqui ou fugiriam correndo para Miami?
    Os jornais falariam bem do novo regime ou iam meter-lhe o pau?
    O povo, religioso, a maioria católicos, e mulheres, iam aceitar o regime diabólico ou sairiam em marcha por Deus, Família, Propriedade e Liberdade?
    Sem o uso da força, o regime resistiria à contra-revolução?
    Caro Saniasin, nem sei por que estou lhe propondo esse exercício mental, acho que fiquei contaminado pela conversa acima com o Marcos André.
    Sobre Paris é uma festa, do Hemingway, li rcentemente, e também Merde! 1 ano em Paris, do Stephen Clarck, estou tentando terminar O Jogo da Amarelinha do Julio Cortázar e me preparando para começar a leitura do Soumission do Michel Houellebecq, tudo para fazer de conta que estou lá, entre Quartier Latin, Marais e Montmartre. Quem sabe ainda escrevo a minha própria experiência, bem fantasiada, na Cidade Luz, né?

    • Renmimbi?!
      Pode olhar, toda crise o povo corre para o dólar.
      A China não tem cacife para ter moeda de reserva.
      ***
      Tudo o que você falou que seria comunismo, não é. É capitalismo de estado.
      As características do capital são: mercadoria, dinheiro, preço, trabalho assalariado e propriedade privada (no caso do comunismo fake o dono é o estado).
      Mas o que denuncia a prática do capitalismo é a presença de etiquetas de preço. A torpe mediação social pelo dinheiro e todos os males dela decorrentes.

  12. E, meu caro Sancho Pança, meu prezado Marcos André, meu estimado Saniasin, meus queridos Adônis, Francisco, Adriano, Roberto, Roque, a adorada turma toda, enquanto não vou para Paris fico aqui assistindo as sete maravilhas do Brasil moderno, com Ernesto Araújo puxando o carro, seguido ou emparelhado com Damares Alves, páreo a páreo com Onyz Lorenzoni, tendo Ricardo Salles atropelando por fora, e Marcos Pontes e Eduardo Pazuello garantindo a retaguarda, uma senhora seleção! chefiada por ninguém nada mais nada menos do que Jair Messias Bolsonaro esculhambando com o Congresso, a imprensa e o diabo a quatro e chamando todos os brasileiros de maricas.

    https://www.youtube.com/watch?v=kSBF4qH2y4g&feature=youtu.be

    Chegando lá pelas tantas ele ainda avisa foge gente corre bobaiada que a esquerda está voltando vão implantar de novo o comunismo no Brasil!

    • Olha, de tanto vocês falarem em Paris, vou mudar meu rumo. Acho que vou para Karlovy Vari. Dizem que é uma instância termal “marabichosa”… sei la… vou conferir, de repente encontro viado brasileiro mais barato e que aceite receber em coroas tchecas… Votê… vou mesmo é para a beira do rio Paraguai dar banho em minhoca, enquanto faço doação de sangue pra carapanã.

      • Roque, como eu disse, já andei por alguns lugares deste Brasil imenso, e uma das experiências impressionantes foi visitar o interior de Goiás e de Mato Grosso, passando pelo pantanal, pelo interior e pelas capitais desses Estados, visitando a Chapada dos Guimarães e, uma das coisas mais impactantes, o encontro com o rio Araguaia! e andar por aquelas praias, pela areia e por dentro da água, arrastando os pés para não pisar no ferrão de uma arraia. Desde que me tornei vegetariano, há mais de cinquenta anos, não pesco mais, quando quero ver peixe eu mergulho.

  13. Há algum tempo, o Goiano era considerado a Geni do Jornal da Besta, foi feito pra cuspir e todos jogavam pedras na Geni Fubana, Um dia, surgiu brilhante, a laive do Assuero,, daquele momento em diante, o tratamento mudou, meu querido pra cá meu amor pra lá, amoleceu até a lança do nosso guerreiro Adônis. O Marcos André, até brinde esta fazendo pelo texto do camarada Goiano, Eu gostava mais quando ao acabar as palavras, lá vinha bala, o ambiente fubano ficava cheirando a pólvora, produto chinês que esta na boca do povo, até na do presidente..kkkkkkk

    • Pois, então, Terracota, as laives do Assuero, batizadas de Cabaré do Berto, nos aproximaram ainda mais, ajudando a diminuir os abismos entre nós, de modo que fica por um fio eu tornar-me um bolsonarista participante da banda decente deste País ou todos vocês virarem comunistas safados.

      • Agora está melhor de jogar pedra porque a gente vê o cabra, e não mais a foto…. Goiano, sonho com esquerda no poder assim como sonha com Paris. Em 2018 foram 57 milhões de votos contra a esquerda. De lá para cá o caras que não votaram na esquerda são chamados de gados e bolsominion. Eu quero ver qual o milagre a esquerda vai operar para ganhar, pelo menos 10% desses 57 milhões.

  14. O Goiano descreve as maravilhas da ditadura do proletariado, cata os caraminguás e se manda para Paris.

    É muita cara de pau!

    Vai para Cuba, porra!!!

    Não é essa merda que tu queres implantar aqui à força? Que o governo seja o dono de tudo? Que esse negócio de homem e mulher seja tudo uma massa amorfa de bichas e sapatões em nuanças mil das mais variadas aberrações imagináveis? Que o fato de ter algum talento, aliado a um esforço sobre-humano para ganhar dinheiro, seja considerado um crime de lesa-pátria pelas multidões de fracassados anencéfalos preguiçosos?

    Ou será que o “Paraiso” socialista só é bom quando é no cu dos outros?

    Ora, vai-te à merda, Goiano.

    • Adônis, estás careca de saber que o que as esquerdas não-comunistas pretendem é um capitalismo mais justo, mas insistes em tachar qualquer esquerdismo de comunismo para te safares de partilhar de um sistema que tire o rico dinheirinho do bolso para ajudar os pobres.
      Então, pessoas como tu insistem em colocar na própria cabeça que o Goiano é comunista, que o Goiano prega o comunismo, porque essa falácia estabelece um diversionismo que evita que se encare de frente a proposta esquerdista – que é a de estabelecer um capitalismo assistencialista, porque por mais que o pobre queira trabalhar não há trabalho para todo o mundo. Sem trabalho, há fome, há falta de habitação, há doenças bobas matando de lombriga, há uma quantidade grande e evitável de mortalidade infantil, há sofrimento que se pode evitar mediante ajudas, bolsas alimentares, programas sociais de saúde, de habitação e o escambau.
      Isso, meu doido, é esquerda, é política de esquerda, é política de Lula, é política do PT, é política dos demais partidos de esquerda e até de centro esquerda, inclusive os de extrema-esquerda, uma vez que sabem que não há condições de implantação do comunismo, ou socialismo, use a palavra que quiseres para definir a mesma coisa, no Brasil de hoje e muito menos do de amanhã.
      O que os direitistas empedernidos querem, alegando ameaça comunista, é evitar que de qualquer forma o governo fique gastando dinheiro com pobre. Pelo pensamento idealista, só fica na miséria, sem emprego, sem trabalho, quem não quer e o governo faz mais é investir exclusivamente em obras, estradas, portos, escolas, hospitais, saneamento e tudo o mais de que necessitamos, porque, dizem, assim o progresso virá, o bolo aumentará, os reflexos atingirão também aos pobres. Se esquecem de que enquanto isso as crianças estão morrendo, o povo passando fome, as doenças grassando? Não, não se esquecem, para eles todos vão morrer um dia mesmo… Que morram de miséria enquanto o bolo aumenta. Ora, meu caro, teu palavreado grosseiro serve apenas para esconder a ausência de argumentos e disfarçar o egoísmo e a falta de solidariedade. A esquerda é humanista e quem prega a política de direita idealista de crescimento do bolo é gente sem coração.
      E esse papinho rasteiro e superficial de que Goiano é comunista mas em vez de ir para Cuba vai para Paris não está à altura do debate. Só falta sugerir que eu divida meu dinheiro com os pobres (pensaste em dizer isso também?!).

  15. Meu caro Terracota, Adonis e os demais.

    Não percebem que o nosso “guerrilheiro” Goiano, (vegetariano e espírita), Chegou no patamar “Goiano paz e amor”???

    Que ele não ama mais ser odiado?

    Que ele não quer nos doutrinar?

    Ou vocês acham que ele é um desses representantes da ” esquerda caviar”, só porque curte um vinho de boa cepa e Paris?

    Que deseja implantar aquela pacifica ideologia, só que com muita ternura?

    Não, não! Goiano mudou.
    Tanto é que, por puro amor a causa do cabaré do Berto, ele transformou-se, voluntariamente, no nosso Datafolha/ibope, contabilizando felizes ouvintes e participantes do arrochado cabaré.

    Vocês não acham?

  16. Marcos, as perguntas levam a outras:
    Terão mudado os fubanistas ou terei mudado eu?
    O Cabaré do Berto provoca mudanças sociais?
    O comunismo chegou para todos?
    Rico gosta de miséria e o povo ama o luxo?
    Cuba é melhor do que Paris?
    Adônis é maluco ou só come dinheiro?
    Um vinho de boa cepa é melhor que chupar cana caiana?
    Rumba, Guajira, Salsa, Mambo, Chá-Chá-Chá, Conga e Bolero são imposições do comunismo à cultura popular?
    Quem nasceu primeiro, o ovo ou a omelete?
    A Polícia Militar conta sempre para menos o número de participantes por motivos políticos ou só de sacanagem?
    Alguém acredita mesmo que a camisinha estourou?
    Os bolsonaristas foram tomar suco de caju na ponte que partiu?
    Há vida inteligente no Palácio da Alvorada?
    Emas são seres inteligentes?

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