uma dúvida é meu tormento
e findo por não saber
qual é o maior sofrer
que machuca o pensamento
qual o maior sofrimento
que o caba pode aguentar
quando aflora o chorar
e se acaba o sorrir
se é ficar querendo ir
ou ir querendo ficar.
Xico Bizerra
Amigo vou lhe dizer
Preste bastante atenção
Das dores do coração
Não cabe se maldizer
Só tempo pra resolver
Não vale a pena chorar
Eu posso até me lascar
Porém morro sem pedir
Pr’ele ficar e não ir
Ou não ir, querer ficar.
Dalinha Catunda
quem souber me diga agora
não me deixe sem resposta
quando o caba um dia gosta
gosta tanto que até chora
e seu amor vai embora
ele fica a lamentar
sem saber pra quem rezar
sem noção a quem pedir
pr’ela ficar e não ir
ou não ir, querer ficar
Xico Bizerra
Quando um amor vai embora
Um outro amor logo vem
Nos braços de outro alguém
Nosso instinto colabora
A vida logo melhora
Paixão é para passar
Quem vai, perde seu lugar
Não adianta insistir:
Pr’ele ficar e não ir
Ou não ir, querer ficar
Dalinha Catunda
O problema é que ela indo
A gente fica sozinho
E sem amor, sem carinho
O ‘hômi’ termina caindo
Sem vergonha, vou pedindo
Pra ela ficar e não ir
E eu chorando, sem rir
Sei que vou me lascar
Se ela não quiser ficar
Nem adianta outra vir
Xico Bizerra
Eu só quero quem me quer
Disso sabe quem me atura
Não é qualquer criatura
Que conhece meu mister
Sou parceira sou mulher
Mas não sou de me iludir
Se meu parceiro partir
Pranto não vou derramar
Se ele não quiser ficar
Vou achar quem queira vir
Dalinha Catunda
Pior é que na minha idade
Quase tudo anda mole
Quase nada ainda bole
Uma infelicidade
Aqui na minha cidade
Ninguém comigo quer nada
Sem mulher ou namorada
Nem posso me divertir
Se essa mulher partir
Minha sorte está lançada.
Xico Bizerra
Amigo, pra pé doente
Um chinelo velho tem
Quando a dona idade vem
Tudo fica diferente
Um cabra polivalente
Sempre brilha até o fim
E dá mingau ao soim
Porque sabe arquitetar
E vê a cobra fumar
Enquanto a sorte diz sim.
Dalinha Catunda
Quem me dera acreditar
Em tudo que você diz
Quisera ser aprendiz
E saber arquitetar
Todo o bem e o mal que há
Nessa vida não brilhei
E até atrapalhei
O brilho que outros tem
E como ninguém mais vem
Desisti e me mandei
Xico Bizerra
O bom da vida é viver
A vida como ela é
Horas grudados na fé
Já outras a se entreter
Versos tentando fazer
Pra não perder a mania
Pois nos braços da poesia
É Sempre tempo de luz
E a palavra que reluz
Ilumina nosso dia.
Dalinha Catunda
Magnífica peleja. Muito bom. Parabéns Dalinha e Xico.
Obrigada, Maurício. Amei a oportunidade de pelejar com Xico.
Meu Caro Mauricio:
Essa Dalinha é danada
verseja como ninguém
sua vida é dar lapada
em quem não peleja bem
por isso que vou embora
dessa briga, sem demora
só volto ano que vem
XB
*
Eu só bato em cabra frouxo
E metido a bom de bunda
Que só entra na peleja
Para fazer barafunda
Comigo não tem fricote
Da língua faço chicote
Porque minha rima abunda.
DC
Dalinda e poetas . os versos não deviam terminar com ” Pr’ele ficar e não ir
Ou não ir, querer ficar.” ?
é uma pergunta de um ignorante no tema .
Eu entendi que a variação não alterou o objeto. Derrubaram a quarta parede.
Eu gostei, é muito bom quebrar a mesmice, ainda mais com Xico.
Querido Airton, sempre formo uma roda de glosas na minha pagina no facebook. Tudo começou com o mote do meu amigo, Joames Mendes: “Era o dever de partir
E a vontade de ficar.” Daí, Xico começou a glosar diferentemente e eu como boa contraventora, glosei junto.
E como grande poetisa , deve continuar a nova glosa ( seria isso ? ) do Xico Bezerra .
Seria uma troca de versos, sem mote. O mote amarra muito os versos.
Mais uma lição , da grande Dalinda .
Muito obrigado .
Duelo bom danado. Todo mundo sai ganhando.
Obrigada, Beni Tavares. Bom Ano para você.
Eita povo bom danado
nem sei se sou merecido
pelejando com a Dalinha
meu verso fica crescido
sempre aprendo mais um pouco
e meu poema ‘mei’ louco
fica amadurecido
XB
Obrigado a todos pela generosidade dos comentários.
A peleja (fuxico) está muito boa e os comentarios até agora completam a pelaja, tudo muito bom!!!!
Eita, que coisa mais linda, Dalinha e Xico na Peleja, !
Poetisando a beleza, o amor e a ventura, afastando a amargura
e finalizando a tristeza…,
“EU MAIS XICO NO FUXICO”, esperança só nos trouxe. Que 2022, nos traga dias mais doces!…
Parabéns grandes poetas Dalinha Catunda e Xico Bizerra pela beleza da Peleja, e obrigada pela alegria proporcionada aos leitores!
FELIZ 2022! Muita Saúde, Inspiração e Paz, aos queridos poetas!
Foi grande a repercussão
Desse nosso pelejar
Com Dalinha é muito fácil
Ela sabe poetar
Inda que me falte rima
Com ela vai sobrar clima
Pr’esse nosso versejar
XB