A PALAVRA DO EDITOR

Queira ou não, os países de primeiro mundo e as economias emergentes agem de modo diferente. Pensam de maneira desigual. Enquanto as nações desenvolvidas costumam valorizar os profissionais, os países atrasados não gostam de dispensar atenção a quem exerce uma profissão específica, especialmente o magistério. Mesmo comprovado pelo diploma.

Na Alemanha, por exemplo, que não se guia pelas ideologias populistas, mas segue uma diretriz política/social definida há duzentos anos, o professor executa uma profissão valorizada. Por isso tem valor. É reconhecido como profissional de primeira linha.

No território alemão, obrigatoriamente, aos 6 anos, a criança começa a estudar numa das 16 regiões estatais para frequentar o fundamental e o ensino médio pelo período de nove anos, no mínimo.

Embora, cada região siga a sua própria estrutura, mas, neste aspecto, o consenso prevalece. Com um detalhe, compete aos estados assumir maior responsabilidade pela manutenção do ensino na fase inicial, sobrando para o poder federal um compromisso bem menor.

Porém, desde que os país possam assumir obrigação financeira, pagando a mensalidade das escolas, aos 3 anos de idade, a criança já pode se matricular no jardim de infância, no Kindergarten. Chamado de pré-escola, este estágio de educação é bastante procurado, obrigando os país a garantir a reserva de vaga com antecedência, apesar das elevadas mensalidades cobradas pelas escolas, geralmente da iniciativa privada.

A etapa seguinte é o Grundschule, equivalente à escola primária, com duração de 4 anos. Conhecida como a fase do ensino obrigatório, o aluno já sai avaliado e com credencial para disputar maior escolaridade.

Durante o ensino fundamental, o estudante já está preparado para definir a sua escolha na próxima etapa, a secundária. A escolha da melhor escola é fundamental. A depender da nota, o aluno escolhe estudar no Hauptschule, Realschule ou Gymnasium. Exatamente, os três modelos de escola secundária.

No primeiro estágio, o Hauptschule, considerado o básico, com duração de até 6 anos, o estudante recebe orientação para passar à etapa seguinte. No Realschule, também com duração de 6 anos, o aluno começa a experimentar os cursos profissionalizantes. Neste curso, o jovem se prepara para atuar profissionalmente na área industrial ou no setor agrícola.

O curso do Hauptschule dura 5 anos. Nesta etapa, o aluno estuda até os 14/15 anos. Depois, passa para Realschule, onde passa 6 anos, obtendo capacitação para ingressar num curso técnico, que oferece pouca capacitação. A última etapa é o Gymnasium, que dura 6 anos, e cuja conclusão acontece por volta dos 17/18 anos. Ao final, o aluno faz o Abitur, prova nacional, idêntica ao vestibular brasileiro, que significa o térmico do colegial e o credenciamento para disputar uma vaga na faculdade.

A partir do ensino fundamental e até à universidade, o Estado assume a responsabilidade pela gratuidade do ensino aos alunos. Oferece escola pública, apesar de também existir a escola como a universidade particular, geralmente reservada aos estudantes de pais ricos. Com condições de pagar caras mensalidades.

O curioso é a existência de cursinhos preparatórios, normalmente com um ano de duração, a fim de garantir vaga na acirrada disputa para o estágio fundamental, cuja duração do curso dura de 4 a 6 anos. Como é bastante concorrido, os futuros alunos costumam se preparar antecipadamente, especialmente no idioma alemão. Como as escolas públicas realmente se dedicam a ensinar, os alunos saem desse estágio de estudos com base para enfrentar novas jornadas que têm acirrada competição.

O interessante são as universidades públicas querer alegar a falta de vagas. Todavia, nas mais concorridas, o aluno, se quiser, pode se sentar até no chão, por falta de cadeiras, embora as faculdades não estejam capacitadas para oferecer um curso decente ao universitário.

Embora a Alemanha gaste menos do que estabelece a média da OCDE, que determina 10.200 dólares por estudante universitário, o ensino contribui para colocar a economia alemã no quarto lugar como potência econômica mundial.

Ao contrário do Brasil, que embora invista maior recurso na educação, consegue muito menos resultados positivos. Em virtude da péssima qualidade emprregada no ensino e da falta de estrutura educacional.

2 pensou em “ESTRUTURA EDUCACIONAL

  1. Meu caro Carlos Ivan, o tempo nos transforma em crítico severo. A qualidade dos nossos professores caiu muito, não sei se é apenas saudosismo dos velhos mestres ou, a lente de meus óculos ficaram em um passado anterior a Paulo Freire. Estou muito descrente meu parceiro de JBF .Um abraço Carlos.

  2. Prezado Paulo Terracota vc tem total razão. A qualidade do ensino brasileiro declinou. Perdeu aquele brilho que resplandecia no passado. Estamos precisando de uma recauchutagem para o aluno recuperar o gosto pelos estudos e não apenas se preocupar em passar para o estagio superior. Muitas vezes sem o mínimo de conhecimentos nas matérias.

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