ROQUE NUNES – AI, QUE PREGUIÇA!

Hoje, 28/06 uma notícia caiu como um balde de água gelada no funcionalismo público do Mato Grosso do Sul, e olha que aqui, na gloriosa Campo Grande, neste momento está fazendo oito graus Celsius de temperatura, num inverno para lá de esperado. Mas, a notícia foi o adiantamento de 50% do décimo terceiro salário para o funcionalismo público a ser pago agora em julho. Alguns ficaram surpresos, outros se alegraram, outros se entreolharam com ar de espanto. Mas, como eu gosto de empatar a F*** dos outros e frustrar a alegria alheia, meti minha colher de pau nesse engodo.

Chamo de engodo aquilo que, realmente é uma burla, uma lorota contada para o trabalhador da iniciativa privada e para o funcionário público e eles, religiosamente acreditam e defendem aquilo que na verdade é um esbulho do produto de seu trabalho: estou falando do décimo terceiro salário, do PIS/PASEP e da lorota das férias com um terço de remuneração.

Comecemos pelo dito décimo terceiro salário que a alegria de todo trabalhador no fim do ano. Pela legislação brasileira o empregador, não importando se privado, ou público, tem que pagar uma “bonificação natalina”, ou um décimo terceiro salário, até o dia 20 de dezembro do ano fiscal em vigor a todo trabalhador, ou um valor proporcional ao período de meses trabalhados, sempre contando o valor de um doze avos sobre o salário mensal.

É uma coisa super boa? Uma benesse? Não, Pedro Bó! Isso é uma lorota que te contaram. E armaram de forma tão ajustada que você perde dinheiro e ainda agradece aquele que meteu a mão nele. Os recursos para o décimo terceiro é retido, do próprio salário do trabalhador para formar o montante a ser devolvido no fim do ano. Assim, se uma pessoa recebe R$ 1.200,00 (mil e duzentos reais) brutos por mês, além dos descontos como INSS, Vale-Transporte, FGTS e outros penduricalhos, 1/12 (um doze avos) é retido para formar o fundo que garantirá o tal décimo terceiro salário.

A malandragem está no fato de que o dinheiro é retido, e, certamente vai para um fundo remunerado, e no final do ano é devolvido para o trabalhador, mas é devolvido somente o montante que foi tomado. Os juros desaparecem. Agora, com o salário mínimo sendo reajustado todo mês de janeiro, até dezembro recolhe-se o valor. O que foi depositado sobre o valor reajustado, volta para suas mãos, menos os juros. Nenhum patrão vai deixar dinheiro parado em conta corrente, ou mesmo em um cofre, como o Tio Patinhas fazia. Lembrem-se sempre: patrão é patrão porque ele sabe fazer contas. Se não soubesse, seria empregado.

Outro engodo, ou burla muito difundido no Brasil é o tal do PIS/Pasep. Criado com a lorota de que seria uma espécie de fundo de investimento para o dinheiro do trabalhador, incide cerca de 0,65% sobre a folha de pagamento, ou seja, sobre o salário de cada um trabalhador, independente de ser público, ou privado. Todo ano esse fundo abona com um salário mínimo para quem recebeu até três salários mínimos no ano anterior, desde que você tenha trabalhado por 90 dias.

Que maravilha! Que sacada genial! Só que não. Mais uma vez. O dinheiro sai do bolso do trabalhador, só que vai para as burras do governo que usa para bancar obras faraônicas e elefantes brancos por todo o país. A ideia era que, ao se aposentar o trabalhador sacasse o seu fundo, como uma espécie de bonificação ao final de uma vida de trabalho.

Conheço duas colegas que se aposentaram após 28 anos de trabalho dedicado à sala de aula e ao ensino de gerações. Quando foram fazer o saque do fundo descobriram que as contas das duas estavam zeradas. Isso mesmo! Descobriram que as contas onde deveriam estar o seu suado dinheirinho estava zerado. Agora imaginem você descontar por 28 anos 0,65% sobre seu salário e quando se aposentar descobrir que o dinheiro que foi tirado de você simplesmente não existe.

As ditas férias remuneradas na base de um terço do salário também é outro engano, porque o dinheiro que você recebe, já iria receber se estivesse trabalhando. Então você não está recebendo nada a mais, apenas recebendo aquilo que, por direito já era seu. A malandragem está em se criar a ideia de que é um benefício a mais, ou como um “direito” do trabalhador. Um direito que, se usarmos a racionalidade, não é direito, mas devolução de esbulho. O que amais me admira é que sindicatos, organizações de trabalhadores e pilantras de todos os matizes brigam por esses “direitos” que não são direitos.

O Estado, na sua sanha autoritária e regulamentadora dita, além daquilo que eu devo ganhar, até o número de horas que eu devo trabalhar para pagar as minhas contas. Ora, quem sabe quantas horas eu tenho que trabalhar por dia para pagar as minhas contas sou eu, e não um burocrata atrás de uma mesa. Quem sabe quantas horas eu devo me dedicar a uma atividade produtiva sou eu e não o governo.

Mas, como estava hoje de manhã, explicando aos meus colegas como a safadeza funciona, vi, nos rostos deles a frustração, como se fossem crianças descobrindo que Papai Noel não existe e coelho não bota ovo, por perceber que somos esbulhados todo o mês na nossa produção e acreditamos que se trata de um direito e uma benesse dado pelo governo.

No meu pensamento liberal, esses penduricalhos deveriam ser extintos. Imaginem quanto do seu salário ficaria retido em sua mão se não houvesse esses engodos a surrupiar parte do seu salário e depois ser devolvido, sem os juros e correções, obviamente você ficaria muito mais feliz.

Mas a sanha autoritária do Estado vai mais longe. Um dos grandes absurdos que existem na nossa Constituição é o dito “direito ao lazer”. Até as horas de folga do cidadão o Estado quer ditar. Não bastasse ditar o número máximo de horas que devo trabalhar, não se importando se essas horas são, ou não suficientes para que eu pague as minhas contas, ainda retira, indiretamente parte de meu dinheiro para garantir os “meus direitos”, dita também que eu devo ter horas para o lazer. E se o meu lazer for o meu trabalho, como é que fica?

Nós, brasileiros, precisamos repensar esses direitos e esses abonos que nos são “dados” pela mão estatal. Precisamos parar e pensar que estamos apenas recebendo de volta aquilo que nos foi tirado de maneira indireta. Décimo terceiro, abono do Pis/Pasep, um terço de férias remuneradas, férias, diga-se de passagem, obrigatoriamente de trinta dias, ditado pelo Estado, e outras coisas como se fosse dinheiro novo, mas não é. É apenas seu dinheiro voltando para você, só que sem os reajustes que incidiram sobre ele, principalmente o reajuste inflacionário.

Eu sou um cidadão radical nessas posições. Quero que o Estado cobre de mim um imposto justo para manter os serviços básicos – esses básicos na minha concepção são: diplomacia, moeda e forças de segurança, o resto pode ir para a iniciativa privada -, e deixe o cidadão trabalhar e prosperar, sem ter que dividir seu lucro com quem apenas o atrapalha. E vale um ensinamento pontual sobre os ditos direitos do trabalhador quando envolve dinheiro: patrão é patrão porque sabe fazer contas.

9 pensou em “ENTRE PATRÃO E EMPREGADO

  1. Absolutamente perfeito , e cheio de razão .
    Mas o tal ” estado ” que cria isto não é senado e câmara ?.
    E quem vai para o senado e câmara , não é por votação popular ?.
    O estado burocrático e burrocrático é criado pelo povo. Ao eleger lixos , legalizam estes absurdos citados ( as vezes outros não eleitos os fazem ). Para que tantos comensais a criar leis e
    ” direitos ” . Para que uma constituição que não vão respeitar ?. Para que tantos juízes sem juízo algum ?. Para que tanto promotor se nada promovem ( na área da justiça temos a lava jato , que molhou mas não lavou , não gostavam do molusco larápio , mas ao que se expôs tão pouco militar . Aí ficou assim como está , muda , sem holofotes , e pisoteada pelos supremos .) ? Para que isto ? Para que aquilo ?Êpa! , sanchiniano êpa , Roque deu-me um nó no cérebro.

    • Joaquim… eu estou chegando à conclusão que o melhor caminho para saída desse lamaçal em que o Brasil se encontra se chama Aeroporto Internacional de Guarulhos. Você fechou o elo que faltava para o texto ficar claro. Como já disse peba não vota e tamanduá não tem título de eleitor.

  2. Mais uma cacetada brilhante do meu irmão gêmeo distante.

    Quando Hitler pegou essas sacanagens, inventadas por Mussoline, e aperfeiçoou, gerou uma receita para o Reich que foi suficiente para recuperar a combalida economia da Alemanha e para financiar todo o esforço de rearmamento em preparação para a 2a guerra mundial.

    Aqui, nesta imensa latrina latino americana, toda a montanha de dinheiro arrecadado não gera o suficiente para bancar as multidões de parasitas pendurados no aparato estatal e que nós carregamos nas costas.

    São as aposentadorias escrotas de juízes, senadores, deputados, procuradores (que procuram anos e anos e não acham porra nenhuma) e toda uma multidão de milhões de funcionários públicos, são os milhares de mamadores pendurados no Sistema “S”, (SESC, SESI, SENAI, SENAC, SEBRAE, SENAT, etc.), são todas as falsas aposentadorias de gente que nunca contribuiu com porra nenhuma e o governo adora fazer caridade com o dinheiro alheio, são os financiamentos escrotos feitos com o dinheiro do F.A.T. para as republicas Popupalres Bolivarianas e que nunca pagam o que devem, deixando os trabalhadores sem dinheiro para o seguro desemprego, etc…

    Só por cortar a mamata de jornalistas e artistas, tentaram matar Bolsonaro e estão tentando derrubar o Governo Federal inteirinho. Imaginem se Bolsonaro mandarem essa imensa multidão de lombrigas ir mamar na Puta que os Pariu.

    Jogam uma bomba atômica em cima do palácio do planalto e dos ministérios. Onde vão conseguir, eu não sei.

    • Você me tocou no fundo do coração ao me dar o título de ‘irmão distante”. Grato pelo carinho, e assino embaixo o que você disse. São milhares de parasitas sugando nosso sangue… e ainda assim tem gente que abomina a ivermectina.

  3. Muito bem! Concordo com a maior parte do texto de Roque Nunes e acrescento mais um ponto: vale transporte, e outros vales que não sei enumerar. Por que o Governo deve decidir onde vou gastar meu dinheiro? O ideal é entregar o salário e o trabalhador gasta como e onde der na telha. Esses vales, servem para o intermediário arbitrar e tirar do pobre trabalhador mais uma graninha.
    Discordo de “patrão é patrão porque sabe fazer contas”. Nem sempre. Raciocinar e fazer contas direito não é exclusividade de patrão, nem é pré-requisito para liderar ou ser patrão. Eu entendo que um patrão de sucesso é aquele que sabe comandar, mesmo que não faça contas muito precisas, mas saiba delegar e tenha ambição e ousadia na medida certa.

    Roque tem toda razão, nada mais correto do que repetir a famosa frase “Não existe almoço grátis”. Seria muito melhor se ao invés da mão do Estado, deixássemos a mão invisível de Adam Smith conduzir as leis de mercado e as relações de trabalho.

    Lamentavelmente o atual Governo que se fantasiou de liberal não acredita na mão invisível e o Capitão continua intervencionista, populista e corporativista como os anteriores. Paulo Guedes foi capturado pelo populismo de Bolsonaro.

    • C. Eduardo… essa frase “patrão é patrão porque sabe fazer conta”, é uma ironia que você desatou com uma facilidade que me deixou de beiço caído… mas a sua análise está corretíssima.

    • Putz! , desculpe a brincadeira , mas a mão invisível do escocês deve estar debaixo do kilt coçando o saco . mas gostaria que o amigo explicasse o :
      I) “intervencionista” que rema com o governo mais intervencionado que se conhece.
      2) ” populista ” que pouco pode fazer porque os tentam tolhe-lo, ao menos que andar de moto acompanhado por admiradores seja crime ,engodo ou algo que não seja simples apoio popular
      3) “corporativista” , a não ser que seja afinidade a corporação que outrora serviu um crime .
      4) Paulo Guedes é ministro que desempenha sua função a contento , e não foi forçado ou capturado por ninguém , se acha útil , se esforça ao máximo para cumprir sua missão.
      Lembrando que comparar o tempo atual , com meliantes e súcias tentando de todas as formas retornar a saquear a nação , e com o império britânico de 1700 a 1800 no meu entender é pura besteira . Lembrando que crescimento e riqueza a custo de invasões de outras nações de menor poderio militar não pode ser admirado por gente decente . Neste ambiente de riqueza fácil qualquer economista faz sucesso. Não precisa ser filósofo , é só ter lábia.
      Manter a segurança pública , a ordem , o atual presidente tenta fazer , mas os “eleitos” por cabeças duras fazem todo o possível para atrapalhar ( está até na imprensa ” amiga do amigo” , e na que não tem amizade alguma pela nação ) .
      Garantir a propriedade privada , idem .
      Liberdades individuais das pessoas , ibidem . Veja como gente da pior espécie o tenta denegrir abertamente.
      Mas cada um é cada um , cada cabeça uma sentença e cada mão invisível que entre no bolso de outro. Até aqui , não vi nada que desabone o atual presidente de todos nós. É um homem competente e paciente e já foi paciente em um hospital onde esteve internado por conta de um imbecil , que também não gostava dele . Como ser humano desempenhando uma função humana , deve ter seus defeitos como qualquer um , porém até agora seus defeitos não sobrepujaram suas virtudes .

  4. Esse tal de C. Eduardo deve ser possuidor de excesso de melanina.

    QUANDO NÃO CAGA NA ENTRADA, CAGA NA SAÍDA!

    Ia até bem mas não resistiu à tentação e, no último parágrafo, excretou montanhas de merda.

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