A cada dia que passa mais eu me convenço em abandonar as redes sociais.
Facebook, Twitter e Whatsapp. Esse último preservando apenas a conta comercial, exigida pela empresa me empregando.
Aliás, há dois anos eu excluí a minha conta particular.
Intenciono voltar meu tempo ocioso à leitura de bons romances, biografias, poesias e, também, literatura técnica. Tudo isso alinhado ao convívio real do corpo e da consciência com quem estiver dividindo comigo a mesma sala. Nada nos separando.
Ir mais ao cinema e à praia? Talvez.
É que o mundo tem se tornado chato demais!
As pessoas perdendo o senso da racionalidade estão brigando entre si e defendem sem constrangimentos as causas que lhes são convenientes, como se a vida se dividisse apenas entre um sim e um não, direita e esquerda… É como se não houvesse lugar nem possibilidade para a existência de um quiçá, ou a inexistência de outra direção. A maioria dessas conveniências está diretamente canalizada aos seus bolsos.
Quando não brigam, sentem uma necessidade insaciável de super exposição. Outras nos enchem a paciência tentando protagonizar um humor tétrico, quando não nos trazem “matérias” infames de violência, sexo ou desrespeito ao próximo.
E essas não nos respeitam em nada!
Todo mundo hoje se obriga e obriga em conhecer de tudo, opinar sobre tudo, defendendo seu lado como a águia defende seus pintainhos.
A ninguém é mais dado o direito de não ser bom em algo.
Daí, esse tantão de pessoas depressivas, bem dizer uma nação inteira.
E como eu, pobre homem enrolado em muitos cadastros, negativado em muitas listas, porém sincero aos meus ideais, pois bem, como eu a cada dia mais faço um exercício a fim de me achar fora dessa competição irascível, auguro pela data da minha libertação trabalhando e lutando por ela. Digo, por viver sem a carência, tampouco ser obrigado, de ver, ler e ouvir objetos com os quais não há identificação em minha alma, e para simplesmente respirar sem o encargo de entender de tudo.
Então eu tenho decidido receber e repassar informações apenas ante uma xícara de café.
Os teclados nem sempre entregam a mensagem da forma como a queremos compreendida.
A fumaça do café, além do desenho no ar, entrega a entonação da voz.
E a entonação, por sua vez, é plugada no coração.
Destá! Um dia eu me aposentarei. Oxalá chegue esse dia.
Em algum lugar a paz me espera.