JESUS DE RITINHA DE MIÚDO

Seu garçom, traga logo a saideira
Vou seguir biritando em meu caminho.

Sob o mote acima, do poeta Marco Silva, eu recebi por WhatsApp os versos em glosa do tabirense Marcílio Pá Seca Siqueira, poeta de coturno alto:

Eu deixei um bilhete sobre a mesa
Rasurado com gotas de bebida
Frases parcas falando em despedida
Num enredo de drama e de tristeza
Sugeri ao garçom traga a despesa
Se tiver bem gelado traga um vinho
Minha dama não veio e eu sozinho
Vou beber minha mágoa derradeira
Seu garçom, traga logo a saideira
Vou seguir biritando em meu caminho.

Então este colunista, potiguar de Acary do Seridó, respondeu no mesmo estilo:

Fingirei não ouvir o violão
Nem a voz do cantor bem afinado
No bolero com verso esmerado
Suplicando às horas “passe não”.
Mas farei de relógio o coração
No compasso batendo bem baixinho
E nas horas passando de mansinho
Solidão será minha companheira
Seu garçom, traga logo a saideira
Vou seguir biritando em meu caminho.

7 pensou em “DUAS GLOSAS

  1. Vou tomar meia dúzia de cachaça
    E tirar o gosto com um conhaque
    Não vou querer tocar meu atabaque
    Quem quiser fazer um samba que faça
    Não vou mais ser caçador, vou ser caça
    Esperando chegar só quem me queira
    Vou dormir para não dizer besteira
    E seguir biritando meu caminho
    Só não quero ficar aqui sozinho
    – seu garçon, traga logo a saideira.
    XB

  2. Parabéns, grande poeta Jesus de Ritinha de Miúdo, pelos belos versos, em resposta à glosa do poeta Marcílio Pá Seca Siqueira, sob o bonito mote do poeta Marco Silva!
    Uma ótima semana!

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