Ontem eu fui surpreendido por uma espécie de êxtase que só me acomete quando tenho contato com algo que, para mim, é sublime demais como arte.
O poeta tabirense Marcílio Pá Seca Siqueira enviou-me pelo WhatsApp uma glosa sobre o mote do poeta Júnior Monteiro, e eu ouso em dizer que ambas as construções – mote e glosa – beiram a perfeição na construção de uma poesia no estilo próprio.
O mote:
“Minha vida sem ela é um xadrez
Que não tem mais a peça da rainha.”
Eis o que Marcílio inspirado divinamente escreveu:
Tá sem cor e sem vida o tabuleiro
O meu bispo sem cetro e sem batina
Meu cavalo pendeu caiu a crina
Meu peão sem a dama e sem roteiro
O meu rei sem castelo e sem dinheiro
Minha torre sem luz e camarinha
A rainha cansada de ser minha
Deu um xeque na minha embriaguez
“Minha vida sem ela é um xadrez
Que não tem mais a peça da rainha”
Diante de tão extraordinária composição, e seguindo a visão do tabuleiro criado por Marcílio, eu me arrisquei em glosar também.
De minha mente saíram os seguintes versos:
Eu tentei dar um roque foi em vão
Sou um rei acuado e sem saída
Quanto mais eu me mexo na partida
Mais eu sinto que perco a posição.
Já não tenho nenhuma proteção
‘Tou cercado e exposto sob a linha
Do amor, que era só o que mantinha
Certa fé na vitória e solidez
“Minha vida sem ela é um xadrez
Que não tem mais a peça da rainha.”
Fantástico!
Obrigado, Wellington.
Volte sempre.
Lindas glosas, principalmente a sua, grande poeta Jesus de Ritinha de Miúdo:
“Eu tentei dar um roque foi em vão
Sou um rei acuado e sem saída
Quanto mais eu me mexo na partida
Mais eu sinto que perco a posição.
Já não tenho nenhuma proteção
‘Tou cercado e exposto sob a linha
Do amor, que era só o que mantinha
Certa fé na vitória e solidez”
“Minha vida sem ela é um xadrez
Que não tem mais a peça da rainha.”
Obs. O mote do poeta Júnior Monteiro é belíssimo. Adorei a postagem”
Um abraço!
:
Obrigado, querida Violante.
Adorei as construções poéticas e a inspiração. O xadrez, o roque, o rei exposto e perdendo posições pela falta dela, a rainha. Eu soube de uma partida onde o rei, mesmo vulnerável, deu a volta por cima e aplicou, ele mesmo sozinho, o xeque-mate. Ganhou tudo. Parabéns pelo poema, belíssimo!
Talvez o meu Rei consiga algo assim.
Quem sabe?
Obrigado por participar, L. Maria.
Volte sempre.
Parabéns, grande Poeta Marcílio Siqueira, belas estrofes, com a qualidade criativa característica de sua lavra!
Marcílio é um gênio. Eu sou fã dele.
Obrigado por vir prestigiá-lo, Cleber.
Uma maravilha. Parabéns aos três poetas..👏👏👏
Obrigado, prima!
Volte sempre aqui.
Lê uma poema de Jesus é como dizer “venha a nós o vosso reino”. Eu fico bastante contante porque Marcílio é um cabra da minha terra, um dos irmãos dele era afilhado de uma das minhas tias. Eu acho que ambos poderiam se debruçar e produzir. Já dei a ideia: 15 ou 20 temas, com estrofes intercaladas, décimas, umas seis estrofes. Vamos botar num livro.
Ô, Assuero…
Assim eu fico sem graça.
Aproveitando para repetir: sou fã de Marcílio.
Também vou louvar o mestre Ritinha de Miúdo pela glosa pelo complemento da glosa lírica.
Parabéns!
Cícero, você é um querido de longe, que eu auguro um dia conhecer bem de perto para um abraço fraterno.
Obrigado, estimado Poeta!
A recíproca é verdadeira. E vai ser um abraço apertado, junto com o Berto gordinho, e Dona Aline clicando a amizade.
Eita …que maravilha !!!
Obrigado por sua visita, Dié.
“Você, meu amigo de fé, meu irmão camarada….”
Parabens, Jesus, por tudo. Modestamente tento glosar, deixando meu abraço.
Muito triste a tristeza que me abate
Já não movo as pedras do meu coração
Sem saber se jogue Dama ou Gamão
Pois no Xadrez eu levei um cheque-mate
E por isso me tornei um reles vate
Mas não tendo a verdade que antes tinha
Sem juizo, avancei, perdi a linha
E lhe digo com toda desfaçatez
‘Minha vida sem ela é um xadrez
E que não tem mais a peça da rainha’
Obrigado, Xico.
Sua glosa enriquece o meu pedacinho aqui no JBF.
Poetas Marcilio e Jesus, viajando pela notável criação poética dos enxadristas da vida, viajei em tabuleiros outros, xadrez e outros de verdes panos, de listras e de quadros.
Dama, firo, gamão, ludo… não achei nada igual a esse cheque mate de suas penas.
Gratidão!
Pedrinho!
Imaginei o velho e saudoso Nílson Brito glosando esse mote.
Certamente sairia uma pérola já polida e de muito valor.
Obrigado por sua visita.