VIOLANTE PIMENTEL - CENAS DO CAMINHO

No Nordeste brasileiro, ainda hoje se usa uma expressão popular, quando se quer dizer que alguma coisa é muito antiga e ultrapassada:

“Isto é do tempo do Ronca”.

Há quem diga que essa expressão é uma variante do dito popular “do tempo do Onça”.

Na verdade, as duas expressões tem o mesmo sentido.

O “Onça” foi um apelido dado a um governador da capitania do Rio de Janeiro, no sec. XVIII. O mandatário era conhecido por sua honestidade e rigor no cumprimento da lei, o que contrariava os desonestos, acostumados a mamar nas tetas da Nação.

De acordo com o que a mídia nos mostra, quem quiser, nos dias de hoje, encontrar um governante honesto, terá o mesmo trabalho de quem procura encontrar uma agulha num palheiro.

Pois bem. “Onça”, como ficou conhecido o governador do Rio, que cultuava a honestidade e detestava ladrão, colocou ordem no “galinheiro da casa”, e por isso era considerado pelos desonestos, como um homem intolerável, doido e idiota.

O governador “Onça” fez com que os recursos da Coroa fossem gastos de forma eficiente e transparente; fez uma devassa no transporte do ouro de Minas ao Rio; trouxe segurança à população e tomou medidas enérgicas contra todo tipo de malandros, ladrões, desordeiros, arruaceiros e esquerdopatas que infestavam o Rio de Janeiro.

O “Onça” também era implacável com os ladrões de “colarinho branco”. Sua honestidade lhe causou muitos problemas na vida política. Ele acabou com as mamatas e governou de forma honesta e rígida, o que desagradou a elite local, acostumada aos “favores” do governo.

Como ele não apoiava vagabundos e malandros, e era intolerante à desonestidade independente de classe ou posição social, acabou por ganhar esse apelido de “Onça”, o animal mais temido da época.

Os atritos políticos fizeram com que o “Onça” terminasse sendo destituído do cargo de governador.

Como se vê, ser honesto, já no século XVIII, era uma coisa complicada na política nacional. O “Onça” foi um exemplo de como é possível, e ao mesmo tempo difícil, governar com honestidade e probidade, sem usar de medidas extremas de restrição à liberdade de ir e vir. Por isso, “Onça” era admirado pela banda decente da população, mesmo sem escapar da crítica daqueles que consideram idiotas e burras as pessoas honestas.

O “Onça” se chamava Luís Vahia Monteiro. Governou o Rio de Janeiro de 10/05/1725 a 22/04/1732. Também foi apelidado de “virgem no bordel”.

Quase 300 anos depois, ser honesto ainda causa polêmica!

Frase do governador Luís Vahia Monteiro, em carta ao rei D. João V.

“Senhor, nesta terra todos roubam. Só eu não roubo.”

11 pensou em ““DO TEMPO DO RONCA”

  1. Bom dia, minha querida Diva Violante. Estava com saudades da nossa interação.

    O Onça teve seus problemas há 300 anos atrás devido à sua vontade de fazer a coisa certa para o Estado. Foi destituído do poder em função disso. O Sistema é antigo e forte.

    Hoje temos algo semelhante acontecendo no Brasil, só que ainda não houve a destituição.

    O “Onça” de hoje tem o apoio do povo e da Onça, que não permitirão que mexam no que está dando certo.

    Beijos e bom FDS, minha cara.

    • Bom dia, querido João Francisco, e obrigada pela gentileza de suas palavras!

      Os planos de “conspiração” contra a reeleição do nosso Presidente estão no ar e a mídia nos mostra diariamente. Mas, a maioria que o elegeu legitimamente também está atenta.

      Temos a nosso favor, uma expressão do tempo do “Onça”, mas muito atual: , “O POVO UNIDO JAMAIS SERÁ VENCIDO.”.

      Beijos, e bom final de semana para você também!

  2. Caro João, bom dia, tenho comentado com amigos e familiares esse seu pensamento acima, é por isso que o sistema está em parafuso, capaz de qualquer atitude das mais absurdas que possamos imaginar, mas o apoio popular e a origem de nosso presidente (ex forças armadas) deixam um pulga atrás das orelhas dos verdadeiros golpistas. Em time que ganha, não podemos mexer, seguimos em frente para acabar de uma vez por todas com essa banda podre de nossa pátria amada. Esquerdistas, nunca mais.

    • Caro Luiz, vou lutar até o último dia pelo nosso país. Estou tranquilo que teremos uma vitória no dia 02/10/2022.

      O que me dá esta certeza? A população está do lado do PR e não deixará o país ir para o precipício.

      Alguns dizem; Ah, mas e as urnas, com estas urnas não vai dar e blá, blá, blá. Pessoas incrédulas dizem isso.

      Eu digo que confio que as FFAA não deixarão ter cambalacho nestas eleições. Há muita coisa em jogo no campo da soberania do nosso país. Não assistirão um golpe (que teria que ser muito escancarado) quietos.

      • Concordo com você, prezado João Francisco..

        O sistema “negro” é pesado e forte, mas o Presidente Jair Messias Bolsonaro não está sozinho.

  3. Violante, A Divina:
    Não é muita novidade a dificuldade em ser correto e honesto neste mundo. Não podemos nos esquecer que o próprio Cristo, quando desbancou vendilhões no templo ou foi justo em mandar dar o dinheiro a César se dele fosse, e fazer justiça com o bom samaritano, foi entregue às togadas hienas justiceiras para ser “julgado”, condenado, injuriado, injustiçado e crucificado.
    Desejo-lhe um excelente final de semana junto aos seus.
    Um beijão estraloso cheio de justiçarias.
    Magnovaldo

  4. Obrigada pelo comentário gentil, prezado Magnovaldo!.

    Realmente, as pessoas corretas são alvo de despeito e desdém por parte de pessoas desonestas e sem escrúpulo…

    Como você disse, ” o próprio Cristo, quando desbancou vendilhões no templo ou foi justo em mandar dar o dinheiro a César se dele fosse, e fazer justiça com o bom samaritano, foi entregue às togadas hienas justiceiras para ser “julgado”, condenado, injuriado, injustiçado e crucificado”.

    Também desejo a você, junto aos seus, um excelente final de semana!!

    E ainda, “um, beijão estraloso cheio de justiçarias”,!.
    .

  5. Violante,

    Agradeço sua excelente crônica por esclarecer a expressão popular: “Isto é do tempo do ronca” . Conhecia, entretanto não tinha conhecimento que essa expressão poderia ser uma variante do dito popular “do tempo do Onça”.

    “O “Onça” foi um apelido dado a um governador da capitania do Rio de Janeiro, no sec. XVIII. O mandatário era conhecido por sua honestidade e rigor no cumprimento da lei, o que contrariava os desonestos, acostumados a mamar nas tetas da Nação.”, segundo suas pesquisas, que me ensinaram a conhecer parte da história do Brasil desconhecida da maioria da população.

    Em todos os segmentos da sociedade, possuem pessoas honestas, de conduta íntegra, bem como aquelas desprovidas de qualquer brio ou princípios. Indivíduos competentes, confiáveis, bem intencionadas, comprometidos e idealistas, como também, os incompetentes, de moral duvidosa, sórdidos.

    Desejo um final de semana pleno de paz, saúde e alegria

    Aristeu

  6. Obrigada pelo gratificante comentário, prezado Aristeu!

    Realmente, “em todos os segmentos da sociedade, possuem pessoas honestas, de conduta íntegra, bem como aquelas desprovidas de qualquer brio ou princípios. Indivíduos competentes, confiáveis, bem intencionadas, comprometidos e idealistas, como também, os incompetentes, de moral duvidosa, sórdidos”.

    O desonesto considera a honestidade “burrice” . Por isso, a pessoa honesta é sempre alvo de desdém na vida pública..
    Daí, vale para os dias atuais o antigo pensamento desiludido do grande Ruy Barbosa:

    “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto … Essa foi a obra da República nos últimos anos.

    No regime político anterior, o homem que tinha certa nódoa em sua vida era um homem perdido para todo o sempre – as carreiras políticas lhes estavam fechadas.

    Desejo a você também um final de semana pleno de paz, saúde e alegria..: .

  7. Pelo visto, nos dias de hoje temos uma “onça” no poder máximo do executivo.
    E, também, pelo visto, já existia a patota esquerdopata da época.

    Só mudam as datas.

  8. Obrigada pelo generoso comentário, prezado Marcos Cavalcanti!

    A história se repete! Estamos vivendo a volta do tempo do “Onça”.rsrs
    Tomara que ele saia vitorioso e a patota esquerdopata atual se exploda!!! rsrs…

    Tudo de bom! O que são 300 anos na história? rsrs…
    ..

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