A PALAVRA DO EDITOR

A terra recebeu dois tipos de seres para ocupar os seus espaços livres. O homem e o animal. O homem é ser racional, o animal, irracional. Ao homem foi concedido algumas características fundamentais. O poder de falar para se comunicar com os semelhantes, a inteligência, a maneira de se comportar em sociedade e a facilidade de adaptação a mudanças para não perder o contato com a natureza e não se privar das suas necessidades de sobrevivência.

Com a inteligência, o homem se transforma. Estuda, adquire conhecimentos, torna-se capaz de realizar atividades. Aprende a planejar, executa o dom de se habilitar profissionalmente. Por isso, enquanto se qualifica, a pessoa promove mudanças nos procedimentos, costumes, crenças e culturas.

A capacidade mental leva o homem a falar, o raciocínio faz o ser humano sentir emoções. Reagir com risos na alegria, demonstrar tristezas, diante de fatos repentinos e incontroláveis, ter esperança de conquistas e sentir vergonha quando fizer merda.

Mas, de tanto progredir em suas habilidades, ser criativo, o homem, às vezes, chega a perder a razão. Executa atitudes desagradáveis. Acaba produzindo males até contra a sua própria vida. Fabrica armas, promove guerras, desmata florestas, faz queimadas, derruba e quebra rochas, mata animais, muitas vezes por vaidades e não por necessidades, muda o curso de rios. Em outras ocasiões, por causa de ganância e vaidade, o ser humano alimenta desentendimentos entre os seus semelhantes. Corrompe e pratica crimes.

Além disso, achando pouco, o ser racional parte para outras aventuras desaconselháveis. Contamina o meio ambiente, destrói florestas, extermina animais, às vezes, desnecessariamente, entra nos vícios, torna, a vida, enfim, insuportável.

Já o animal, ao contrário do homem, é mais comedido. Embora também possua Inteligência, procura agir por instintos, sensações e apetites. Como não pensa, não liga para as consequências. Não se importa com o amanhã, pois o fundamental é o momento. O agora. O animal, depende do comportamento da barriga. Caso esteja cheia, fica dócil, porém quando o estômago esvazia, a animal parte pra briga. Afinal, a fome é o limite. Pouco importa as consequências.

Diversos filósofos opinaram sobre as diferenças entre os seres racionais e os irracionais.

Platão sintetizou a diferença entre os seres em foco da seguinte forma. Como o homem possui uma alma, perfeita e imaterial, e um corpo, material, limitado e imperfeito, é possível viver uma vida plena. Segundo o filósofo, graças à racionalidade, o homem consegue viajar pelo mundo das ideias. Consideradas perfeitas e imutáveis.

Aristóteles definiu o homem com outra visão. Por ser um animal político, é chegado a partilhar a vida em sociedade. Dividindo regras.

Mas, como possui o dom da linguagem, o homem vai além. Cria conceitos, dar nome aos bois, identifica objetos, executa atividades, como o do conhecimento que lhe permite desenvolver técnicas em diversos campos de trabalho e divertimento. No campo da música, na medicina, arte, engenharia, ciências, esportes e também na informática. Condição que os seres irracionais não possuem.

É graças à habilidade de raciocínio que o homem acompanha a passagem da vida, através de estágios, até chegar à modernidade. Esse dom do homem de pensar, falar, discordar e movimentar-se de acordo com a sua vontade, não lhe transforma num autômato da natureza. Função exclusiva dos animais, extremamente ligados às tarefas mecânicas.

É justamente devido à sua capacidade de racionalização que o homem, na maioria das vezes, não costuma copiar o modo de vida e de raciocínio do outro. Muito ao contrário, prefere viver à sua maneira. Obedecendo dois critérios. Via comportamento natural ou biológico.

O homem transmite através da hereditariedade ou por intermédio de comportamento e interação social, saudável ou não, ou então recebe e passa à frente influências do ambiente onde vive. Segundo o seu nível cultural.

Aliás, por conta do aprendizado, cada um interpreta, à sua maneira, a sensação de ver, agir, sentir, interpretar, viver emoções e julgar as coisas. O desenvolvimento da cultura varia segundo as necessidades. Quem manda é o relacionamento no convívio social.

Daí a diferença. O homem é um ser cultural, chegado a hábitos, modismos, certos ou errados, enquanto o animal não passa de um ser natural, atrelado ao ambiente onde vive.

Aos animais selvagens, como às vezes é difícil a convivência com o homem, a floresta é o seu lar, o ambiente doméstico. A vida em liberdade, confere aos animais selvagens o poder de disputar territórios para dar continuidade à espécie. Embora haja animais que são colocados em cativeiro para satisfazer o egoísmo humano.

Contudo, quando domesticados, os animais dividem espaços com o homem na base da confiança, parceria e amor. O cachorro e o gato são os melhores exemplos deste exemplo de cumplicidade.

Da mesma forma que o animal, o homem sente fome. No entanto, saber comer, como comer, onde e quando matar a fome é que distancia o comportamento entre os animais, racional e irracional. Neste aspecto, o homem leva vantagem. Sabe destrinchar os problemas com sabedoria, usando a experiência de vida.

2 pensou em “DIFERENÇAS

  1. DIFERENÇAS está simplesmente fabuloso, Carlos Ivan.

    O cão, por ser animal com característica doméstica pelo ser humano, são mamíferos carnívoros, embora hoje se estejam sendo modificados em cruzamentos laboratoriais , para se adaptarem à vida moderna.

    O cão é o maior amigo do homem. Fiel até a morte.

    Teorias postulam que o cão surgiu do lobo cinzento, no continente asiático há mais de 100 000 anos. Ao longo dos séculos, através da domesticação, o ser humano realizou uma seleção artificial dos cães por suas aptidões, características físicas ou tipos de comportamento.

    O gato segue o mesmo padrão de comportamento, embora seja menos amigo do homem.

    Quem definiu com grande propriedade tais animais foi o estadista maior Winston Churchill, quando disse: “Admiro os porcos. Os cães olham-nos de baixo, os gatos de cima. Os porcos olham-nos de igual para igual.

    O cão é o melhor amigo do homem e da natureza.

    Obrigado pelo artigo.

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