Transposição do Velho Chico mudou a paisagem
Jovem turista hospedado no hotel cinco estrelas, escolhe uma mesa vazia próxima da piscina, e senta. Chama o Garçom, e diz:
– Me veja uma água Perrier!
Atencioso, o Garçom se curva para o jovem, e responde:
– Um momento apenas, senhor!
Diferente em tudo, de como e quando minha avó Raimunda ordenava:
– Meu fio, bote os cambitos no jumento e vá buscar um “camim” d´água, prumode eu lavá essas coisas que tão no girau!
E lá ia eu sem direito a resmungar, pois com certeza um pedaço de rapadura eu ganharia na volta e, na “boquinha da noite”, deitado com a cabeça na perna dela, eu ainda ganhava de bônus uns “cafunés”. Daqueles que a gente escuta o dedo estalar.
Distante daquela cena doméstica, tudo era desolador. Milho e feijão semeados que não nasceram. Manivas de mandioca ressecadas e nem mesmo a maliça (erva daninha espinhosa e sensível) crescera.
Na capital, os políticos diziam que faziam tudo para melhorar aquela situação. Como? Rezariam para São José ou enviariam carta para São Pedro, pedindo chuva?
Só chuva resolveria a situação. Melhor dizendo: só água melhoraria aquela situação que a seca transformara os roçados em cenas tristes e cheias de carcaças de animais mortos de sede.
A seca dizimou muitas gerações nordestinas
Toda noite, o rádio anunciava na Voz do Brasil, que era calamitosa a situação do sertão da Paraíba, Pernambuco e Piauí. Os municípios cearenses de Icó e Barro perdera parte da sua população. A fuga para escapar da seca era diária e constante.
Cena comum, era olhar as estradas repletas de pessoas carregando pertences em fuga. Dormindo ao relento, pedindo socorro nas igrejas e até acampando sob as árvores que encontravam pelas estradas em busca de nada.
Na realidade, procuravam a esperança. E quem espera, um dia alcança. Mas, ninguém conseguia ficar parado. Era o flagelo total.
Crianças caminhavam léguas transportando água
Havia a desconfiança de que alguém ganhava com aquilo. Chamavam de “a indústria da seca”. Começaram a aparecer os caminhões-pipas. A indústria e a comercialização de cisternas e o transporte d´água em maior quantidade. Era a confirmação de que alguém estava ganhando com a seca.
Era chegada a hora de acreditar nos videntes. Um dia alguém dissera que, não demoraria muito, o sertão viraria mar.
Só um Messias para tanger o bezerro de ouro, acalmar o povo faminto e levar esperança de que, “a mão de Deus seria colocada para aplacar aquela penosa e secular situação.
Eis, finalmente, que Deus usou suas mãos e conduziu o Messias.
A água da transposição está garantindo a boa agricultura
O milagre seria chamado de “transposição”. A “transposição” do Rio São Francisco, outrora imaginada por Dom Pedro, relembrada pelo então ministro Andreazza e, sejamos honestos, iniciada durante os governos petistas. Com inúmeras falhas que não puderam ser corrigidas por conta do superfaturamento, a obra foi aos poucos sendo abandonada. O povo perdera sua importância – e suas vidas também.
Eis que, no dia 1 de janeiro de 2019, Jair MESSIAS Bolsonaro assume a Presidência da República e começa montar sua equipe técnica de trabalho. Tarcísio Freitas, o nome do anjo que, demonstrando competência e seguindo sempre a orientação divina, inicia a obra da transposição salvadora.
Horas, dias, meses e os primeiros trechos começaram a ser inaugurados. A água salvadora estava chegando e se misturavam com as lágrimas de alegria, que por anos foram de lamentos e tristeza pelas vidas perdidas.
Os campos e serras, antes vermelhos pelo barro ou cinzento pela seca, como uma pintura de Vincent van Gogh, em milagre, ficaram verdes. Verdes e produtivos como nunca haviam sido.
Acabaram as fugas. As famílias se fixaram nas suas glebas e recomeçaram na construção das suas vidas e se vangloriando da produção de alimentos para si e para o mundo.
Graças à transposição.
Petrolina desenvolve cultura da uva e do vinho gerando empregos
O solo, antes ressequido, agora é verdejante. O interior nordestino que já recebe a água da transposição, já não é mais o “polo da seca”. Ali, agora, há trabalho. Há vida. Há produção e há uma dose enorme de felicidade.
Este texto merece ser replicado em jornais do Nordeste para que o Povo reconheça o Governo idôneo de Bolsonaro em contraposição aos charlatões petistas com suas promessas irrealizáveis.
José Roberto, só me resta agradecer. Escrevi apenas parte do que vivi. Politizar a transposição, é tirar do povo que ali nasceu e tentou viver, o direito à vida.
Como sempre, Zé, você nos trazendo lembranças tuas que, no fundo, são também nossas.
Obrigado!
Jesus, isso tem estreita relação com você. “Messias”!……….milagres, bondades! Tudo a ver!
Texto singelo e verdadeiro, quanto ao PT ter iniciado a obra, eu concordo e explico: Bolsonaro entrou com a água e o Lula “deu o cano”.
Marcos, Lula “deu o cano” (sei o que você quis dizer – e disse) ou “tirou o cano”?
Parabéns pelo belíssimo texto, prezado José Ramos!
O empenho do Presidente Jair Messias Bolsonaro, em dar continuidade à transposição do Rio São Francisco é um verdadeiro milagre! Graças a Deus!
Grande abraço!.
Violante, fico agradecido. Mas foi o início da redenção de parte do povo nordestino.
Verdade, amigo José Ramos! Glória a Deus!
Uma ótima semana!
Violante, estamos no mesmo barco e no mesmo mar.
Isso mesmo, amigo José Ramos! O nosso ideal é um só: A felicidade do povo nordestino!!!
Abraços.
Amém!
Excelente texto! Uma pequena correção, apenas: o Ministro era o Rogério Marinho.
Nonato, sei disso. Fico agradecido pela lembrança. Quando me referi ao ministro Tarcísio, fiz ligação com as obras da infraestrutura. Nesse caso do ministro Rogério, sei que ele faz parte dessa equipe. Parece que, na estrutura antiga, seria uma espécie de DNOCS. Por isso me referi ao Andreazza.
Eu conheci mais de perto o universo nordestino aqui no Besta Fubana. Grandes brasileiros me deram a honra de poder compartilhar de suas companhias e o privilégio de tê-los como amigos.
Me senti grande desfrutando da grandeza de brasileiros, e brasileiras, do calibre de Luiz Berto, Zé Ramos, Ritinha, Fred Cruz, Violante, entre tantas outras personalidades que iluminam o céu do JBF.
A “bença”, grande Zé Ramos!
Mauro, nossa “bença” virá de Padim Padre Cícero e de Deus em recompensa pela nossa insistência e força de vontade trabalhar. Exemplo: nunca soube que um nordestino tenha saído da sua terra para ir para São Paulo ou Rio de Janeiro, para fazer outra cosia que não seja trabalhar. Agora, com a transposição, o trabalho dele vai ser na terra dele.
Mestre José Ramos, ao terminar a leitura do texto me veio à mente versos da música Vozes da Seca, de autoria de Luiz Gonzaga e Zé Dantas,
Seu doutô os nordestino têm muita gratidão
Pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão
Mas doutô uma esmola a um homem qui é são
Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão…”
Hipólito, com certeza é isso sim. Irmão, cheguei no último 30 de abril aos 79 anos. Nasci em Pacajus, Ceará. Sou filho de um descendente de africanos com descendente de uma indígena. Na infância, vivi mais ao lado da minha Avó filha de índia, que propriamente com minha mãe, haja vista que essa saía de casa para trabalhar. Vivi a seca e na seca. Conheço o que estou falando. Enfrentamos dificuldades para comer no dia a dia. Mucura, iguana, aruá (scargot), tatu e teiúu, quando pegávamos era dia de festa. Água, andávamos léguas e léguas para apanhar. Muitas vezes nossas lágrimas servia de adubo para algumas plantações. E aí pergunto: como não reverenciar esse feito da transposição? Só os imbecis politizam isso.
Aqui no Sertão de Irecê, há. nais de 40 anos a CODEVASF vinha empurrando com a barriga o termino do maior Perimetro irrigado da América Latina – O Projeto Baixio de Irecê, captando aguas de Velho Chico próximo a Xique-Xique e rasgando a caatinga à dentro.
Pois bem. Agora foi inaugurado um trecho ( pelo Ministro Rogério Marinho).
Como fizeram o Projeto, mas não tinha estrada ( é o que vc está lendo mesmo ) até final de julho vai ser entregue a estrada também. Asfaltada e com o greide levantado para não ter problema na época das chuvas. Ah , tecnologia de ponta em se falando em estrada, para aguentar cargas pesadas.
Um grupo do sul já esta instalando pivots nas áreas maiores.
Inúmeros pequenos intrigantes já receberam seus lotes.
O financiamento é de responsabilidade do BNB, agencia de Irecê.
Welinton, muito abrangente a frase secular: “o sertão vai virar mar”! Mar de plantação, mar de trabalho, mar de felicidade e vida!
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“há uma dose enorme de felicidade”
obrigado José Ramos.
de tudo o que li, a frase acima me fez lembrar de meu pai, que fugindo da seca parou em São Paulo onde nasci, ele nunca mais quis voltar para sua terra para não lembrar as cicatrizes que as durezas da seca lhe causou.
saber que o nordeste esta sendo tratado como merece me enche de orgulho, porque a seiva nordestina que corria no sangue de meu pai também corre no meu, e um dos motivos para eu me saborear dessa gazeta escrota é esse, estar entre o povo e a cultura da terra de onde meu pai saiu.
mais uma vez, obrigado e você, obrigado ao editor e obrigado a todos que de uma maneira ou outra não deixam a peteca cair.
Deus abençoe a todos.
Rogério, como escreveu o Editor, “a porteira estará sempre aberta”. É aqui que, cedinho do dia, ainda escutamos o galo cantar, o cabrito berrar e, se você assoviar, o peru vai fazer glu-glu! Volte sempre que escutar o vem-vem cantando no final da tarde!