MAURÍCIO ASSUERO - PARE, OLHE E ESCUTE

Há um livro chamado A Ordem do Progresso, organizado por Marcelo Paiva Abreu que faz um resumo da economia brasileira, precisamente cem anos de república, entre 1889 e 1989. Do meu ponto de vista é o melhor relato do Brasil nesse período porque mostra as tentativas de ajustar a economia, incluindo o processo de substituição das importações, o Plano de Metas de Kubitschek, a crise do petróleo, o milagre brasileiro, etc.

O Brasil, como todo, despiorou bastante ao longo do tempo. Em 1982 votamos para governador, veio o colégio eleitoral com Tancredo Neves derrotando Maluf e em 1989 elegemos o primeiro presidente após a chamada redemocratização. Votei e fiz campanha para Lula, mas não posso deixar de reconhecer que Collor despiorou a indústria brasileira com a liberação de importação. A indústria automobilística precisou evoluir tecnologicamente para competir com os carros importados que começaram a chegar no Brasil. Hoje, temos melhores itens de segurança com air bag, para brisa que se esfacela (o rosto de Lúcio Mauro foi decorrência dos cortes sofridos no acidente que vitimou Francisco Alves). Hoje, os carros são equipados com computador que sinalizam através de um código no painel o que está errado.

A saída de Collor colocou Itamar Franco no poder e ele despiorou a economia acabando com a inflação num plano bem arquitetado que no dia 01 desse mês completou 26 anos. O Plano Real elegeu FHC (putz, votei em Lula de novo) que despiorou a questão social criando programas como vale gás, bolsa escola, etc. e privatizando as teles (quem reclama da telefonia?) e a Vale do Rio Doce.

Depois de FHC veio Lula que despiorou, também a questão social reunindo os programas de FCH no Bolsa Família, criou universidades que permitiu acesso a gente pobre do interior estudar e ajuda inúmeras pessoas como os filhos, o sobrinho, Silvinho do PT, os três tesoureiros, Jacques Wagner, Geddel Vieira, uma porrada de partidos políticos e de políticos que despioraram bastante suas vidas.

Aí chegamos em 2011, com um novo governo e não houve despiora. O país caiu em recessão com o governo Dilma sendo o mais fraco de toda vida econômica do país, desde 1889. Com Dilma o país cresceu 0,1%, a dívida pública aumentou, o desemprego atingiu 13 milhões de pessoas. Ao longo do tempo, estourou a operação Lava Jato e o Brasil ficou sabendo que tinha sido roubado, de novo, porque sabia disso em 2004 com o tal do mensalão. O governo Temer manteve a zabumba tocando, mas veio uma reforma trabalhista que acabou com a presença dos sindicatos nos acordos. Isso foi uma boa despiora, porque os caras que nunca trabalham entenderam que precisam trabalhar. A CUT vendeu seu prédio (um minutinho, deixem-me parar de rir para continuar escrevendo).

Aí veio Paulo Guedes para acabar com essa despiora. Lascou tudo. Começou a lascar quando apresentou o programa econômico antes da eleição. A Bolsa subiu. Passou oo primeiro turno, a Bolsa continuou a subir, chegou o segundo turno e as pesquisas mostrando que Bolsonaro seria eleito e aí, tenha santa paciência seu Guedes, a Bolsa passou de 100 mil pontos. No dia 02 de janeiro de 2019, no discurso de posse, Guedes falou no tripé econômico: inflação, crescimento e fiscal. A bolsa chegou 105 mil pontos.

Em 2019, a esculhambação foi maior, senão vejamos:

1) Reforma da previdência. A ideia era economizar R$ 1 trilhão, mas com a câmara atuando ficou em R$ 800 milhões. Por mim, eu liquidava esse sistema falido e criava o sistema de capitalização. Se você depositar, mensalmente, R$ 500,00 durante 10 anos, a taxa de 1% ao mês, ao final do prazo terá R$ 116.169,84. Em 20 anos teria R$ 499.573,96 e em 35 anos, R$ 3.247.634,53.

2) Liberdade econômica foi uma MP transformada em lei que permite pequenos negócios atuarem sem burocracia

3) Redução da taxa de juros do cheque especial para 8% ao mês, no máximo, mas valores até R$ 500,00 pagam 0,25%. Qual o problema com o cheque especial? O Brasil tinha o volume de limite de crédito da ordem de R$ 320 bilhões, mas apenas R$ 28 bilhões eram utilizados. Dinheiro tem custo. Manter esse limite disponível implicava que em taxas de 17% ao mês. Pense num restaurante no final do ano com uma confraternização. As mesmas ficam esperando os convidados e outros não tem acesso por conta da reserva. Isso tem custo.

4) Em andamento os pagamentos instantâneos que vai fazer qualquer pagamento ser pago a qualquer hora dia, qualquer dia, e o dinheiro cair direto na conta do credor.

5) Isenção de tarifas de importação para remédios contra câncer, AIDS, equipamentos de saúde, informática, algo em torno de 1160 itens;

6) Redução do depósito compulsório de 33% para 31% injetando R$ 89 bilhões na economia

7) Ampliação dos registros de convênios no SICONV onde atualmente, aproximadamente, 95% dos contratos já estão no sistema, de modo que a transparência aumenta.

8) Portaria 282/2020, publicada ontem, facilitando a mobilidade de funcionários através de seleção interna ou cessão do órgão. Tira de onde há excesso e coloca onde tem falta. Não precisa contratar ninguém.

9) Redução da taxa de juros para 2,25% ao ano com impacto direto na dívida pública;

10) Redução da extrema pobreza de 4,3% para 3,2% com pagamento de 13º no Bolsa Família, pagamento de aposentadoria para quem nasceu com microcefaleia, utilização de crédito de exercícios passados para beneficiar pessoas dos programas sociais e auxílio emergencial.

Francamente, esse Paulo Guedes é uma porcaria. Vou encabeçar um movimento para caçar o título de melhor ministro da economia em 2019. Cara chato. O Brasil vinha num processo de despiora fora do comum e aí aparece esse chato estragando tudo.

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