Pouco se sabe até hoje o porquê de Capiba ser tão louvado!
Compositor famoso, marcou seu tempo musical com vários ritmos que contaram histórias de Pernambuco
Musicou os modos de vida social, personagens, “ditados” de sua gente e os encantos de nossas cidades. Produziu do maracatu às peças clássicas.
Essa produção, que sabemos, ultrapassou os 90 anos de sua vida, marcou não só seus dias de sua intensa vivência social como ainda hoje está aparecendo com frequência em jornais, livros, Tvs e Rádios. Mas isso tem várias causas.
Primeiramente porque Capiba era um ser que sabia agradar as pessoas. Era um show em qualquer momento, porque sempre tinha uma história interessante para contar. Depois, porque fazia as músicas que o povão gosta de cantar.
Todavia, há uma razão mais forte: o bem querer que sua companheirada do Banco do Brasil sempre lhe dedicou.
Ali trabalhou durante 30 anos e foi partícipe de algumas gerações de funcionários. Dessa forma, foi-se renovando em termos de amizades. Depois de aposentado, continuou a frequentar às associações ligadas ao Banco, de forma que não perdeu de vista seus melhores contatos de trabalho.
Agora mesmo, meu amigo, o jornalista e advogado Luiz Felipe de Moraes Moura, está concluindo um livro, interessantíssimo, que terá como ineditismo comentários baseados em seus memoráveis arquivos, registrando o período de vida do compositor a partir dos 90 anos, abrangendo ainda acontecimentos que se tem poucas notícias, ocorridos após seu desaparecimento.
Sendo um dos seus mais próximos amigos, Luiz Felipe vive constantemente promovendo a memória do compositor, inclusive sendo partícipe do Conselho Deliberativo da Associação Cultural Capiba, que desenvolve intenso trabalho da obra do compositor.
Dos fatos pouco conhecidos, por exemplo, pouca gente sabe que Lourenço da Fonseca Barbosa – seu nome oficial – era Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Faculdade de Direito do Recife; que foi amigo de juventude de Ariano Suassuna, Fernando Lobo e de Noel Nutels, todos personagens que se projetaram nacionalmente em vários setores das artes, das letras e das ciências, além de Acadêmico Emérito da Academia de Artes e Letras de Pernambuco.
Há outras coisas interessantes que Luiz Felipe cita no seu livro. Capiba gostava de escrever seus poemas e musicá-los, mas também homenageou nomes de projeção, musicando versos de Carlos Pena Filho, Ascenso Ferreira e Manuel Bandeira e Vinícius de Morais.
Luiz Felipe, autor do livro
Um dos fatos notáveis da vida do personagem é que ele foi personificado – em vida – com a denominação de três prédios, uma rua, duas praças e um boneco-gigante, o “Capibão”; além de post-morten, além de homenagem com duas estátuas e uma sociedade que está instalando um museu em sua cidade natal: Surubim e que terá um site facultando aos interessados a obtenção de todas as partituras de suas músicas.
Todavia, o mais significativo, é que em vida, Lourenço da Fonseca Barbosa obteve o maior laurel que Pernambuco concede aos grandes homens: o título de Comendador da Ordem do Guararapes, a mais representativa homenagem do Estado, títuloque lhe foi outorgado pelo governador Marco Antônio de Oliveira Maciel.
Por isso Luiz Felipe deu o título de seu livro: “Comendador Capiba”, homenagem que o compositor recebeu em vida, a outorga do título mais representativo do Estado de Pernambuco ao seu ilustre filho.