No ano de 1910, a península coreana foi invadida pelo Japão e uma considerável parte da população foi trabalhar na ilha japonesa, alguns como trabalho forçado ou escravas sexuais, esse domínio durou até a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial, quando cerca de 75% dos coreanos que estavam no Japão regressaram para a terra natal, os que permaneceram, cerca de 540 mil, se transformaram em estrangeiros e perderam os seus direitos civis, esses como seus filhos se tornaram apátridas já que o Japão só dá cidadania a filhos de japoneses e não a quem nasce no país. Perderam também a cidadania coreana, já que o seu país anterior, ligado a dinastia Josion, não existia mais.
Mapa da região na época da Coreía ainda sob domínio japonês
Entre 1950 e 1953, a Coréia se dividiu em duas, a do Norte comunista, apoiada pela China e União Soviética e a do Sul capitalista, apoiada pelos Estados Unidos, com isso, os Zainichis (coreanos no Japão) também se dividiram, só que em três: Os do Norte, os do Sul e os favoráveis a unificação, nesse período de crise pós guerra na ilha, a Coréia do Norte passou a ajudar financeiramente aos Zainichis, o que atraiu a simpatia até dos descendentes sul-coreanos, essa comunidade criou a Chongryon, abreviatura de Associação Geral de Coreanos Residentes no Japão uma organização com muitos bens, como escolas, universidades, vários edifícios sedes, clubes e até oito bancos. A primeira construção se deu no oeste de Tokio. Enquanto os japoneses pensavam se tratar de uma fábrica de bateria, era construída a Universidade da Coréia em solo japonês.
Os nascidos no sul da Coreia e seus descendentes criaram outra comunidade, a Mindan, essa mais amistosa com o governo japonês.
Reunião da Chongryon em Tokio
A Chongryon mantinha estreitos laços com a Coréia do Norte e como este país não tem relação diplomática com o Japão, a organização passou a ser uma embaixada informal. A primeira missão foi incentivar o retorno de coreanos para a Coréia do Norte e conseguiu convencer 87 mil coreanos com 6 mil esposas, a Mindan fez uma forte oposição a essas migrações.
Símbolo da Chongryon, a informal embaixada da Coréia do Norte no Japão
Durante os anos 70, japoneses foram sequestrados na ilha e levados para a Coréia do Norte, o governo japonês acusa a Chongryon com apoio do governo norte-coreano, que negam participação nos sequestros.
Sede da entidade em Toquio
A Chongryon gerencia empresas de turismo e a única barca que faz a travessia do Mar do Japão ligando os dois países, porém a principal fonte de renda é o Pachinko, um jogo de azar eletrônico muito popular na ilha.
Sala de Pachinko
Hoje, ironicamente, a Chongryon denuncia o governo japonês por falta de liberdade e violação dos direitos humanos, uma das denúncias é que as instituições educacionais da organização não são reconhecidas pelo Japão, o que causou uma debandada de estudantes para as instituições tradicionais nipônicas e também de filiados para a concorrente Mindan.
Caro George,
Como sempre v. nos oferece uma espetacular aula de História Internacional, tão útil para que se entenda o que sofreram aqueles povos, abrindo os olhos de nossas gerações para os momentos que o Brasil atravessa.
Obrigado por mais esta página espetacular, publicada em estilo professoral, bem próprio à sua lava.
Um abração do Carlos Eduardo
Obrigado pelo comentário.
Carlos Eduardo, um grande abraço.
Caro George,
Muito obrigado por mais esta brilhante aula.
A minha sugestão é que essa turma todinha do Chongryon se mude de volta para a Coreia do Norte. Aí vão ver o que é bom.
O que eu achei interessante é q eles podem ir e vir da CN para o Japão qd bem qiiserem.
Obrigado pelo comentário.
Queria ser como esse menino. Orgulho de minha terra
Grande tabirense Mauricio. Um elogio desse me deixa pabo. Um grande abraço pajeuzeiro.