RODRIGO CONSTANTINO

ADEUS, MARIO VARGAS LLOSA!

O escritor peruano Mario Vargas Llosa, Prêmio Nobel de Literatura 2010, discursa durante a inauguração da V Bienal que leva seu nome, na cidade de Guadalajara, Jalisco (México) em maio de 2023

Morreu neste domingo (13) o escritor peruano Mario Vargas Llosa, merecido Prêmio Nobel de Literatura. Li no total quatorze livros dele, entre ficção e ensaios políticos, e mais um de seu filho Alvaro. Ambos defenderam a visão liberal clássica num continente tomado pelo esquerdismo radical. Mario foi duro crítico da turma de Fidel Castro e seus discípulos, como Lula no Brasil. Vargas Llosa chegou a dizer que Lula era “fonte de corrupção”, afirmou que jamais votaria no petista e que preferia Bolsonaro. Para a elite socialista, um pecado capital.

Em meu livro Liberal com Orgulho, cheguei a escolher um trecho de Vargas Llosa como epígrafe, pois captura bem a postura humilde liberal: “Devemos buscar a perfeição na criação, na vocação, no amor, no prazer. Mas tudo isso no campo individual. No coletivo, não devemos tentar trazer a felicidade para toda a sociedade. O paraíso não é igual para todos”. Vargas Llosa foi, acima de tudo, contra o coletivismo utópico e totalitário, por focar no indivíduo e reconhecer suas falhas, suas paixões. Era um duro crítico do tribalismo.

Mais recentemente, por ter uma visão cosmopolita e um tanto globalista, Vargas Llosa se tornou um duro crítico do nacional-populismo de figuras como Trump, e condenou o Brexit também. Apesar de compreender os perigos que um típico liberal clássico enxerga nesses fenômenos políticos, julgo um equívoco essa posição, ao não enxergar a ameaça muito maior que o próprio globalismo se tornou para as liberdades individuais. Cheguei a escrever sobre isso na Gazeta do Povo.

Em um longo texto publicado uns dez anos atrás, Vargas Llosa explicou melhor sua visão do papel do Estado na sociedade: “Há certas ideias básicas que definem um liberal. Por exemplo, a liberdade, valor supremo, é una e indivisível, e deve atuar em todos os campos para garantir o verdadeiro progresso. A liberdade política, econômica, social cultural, é uma só e todas elas permitem o avanço da justiça, da riqueza, dos direitos humanos, das oportunidades e da coexistência pacífica em uma sociedade. Se a liberdade se eclipsa em apenas um desses campos, ela se encontra armazenada em todos os outros. Os liberais acreditam que o Estado pequeno é mais eficiente do que o que cresce demasiado e, quando isso ocorre, não só a economia se ressente, como também o conjunto das liberdades públicas. Eles acreditam que a função do Estado não é produzir riqueza, e essa função é melhor desempenhada pela sociedade civil, num regime de livre mercado, no qual são proibidos os privilégios e a propriedade privada é respeitada. Indubitavelmente, a segurança, a ordem pública, a legalidade, a educação e a saúde competem ao Estado, mas não de maneira monopólica, e sim em estreita colaboração com a sociedade civil”.

Sobre educação e saúde, há controvérsias. Vargas Llosa fazia concessões demasiadas aos social-democratas, e demonstrava implicância exagerada para com conservadores religiosos. Era um típico liberal da velha guarda, que tem seu valor no debate de ideias, sua importância enorme na trajetória ocidental. Bebendo em fontes como Karl Popper e Isaiah Berlin, Vargas Llosa nos lembra da falibilidade humana, das verdades que mudam com o tempo (não creio que sejam todas – aprendi a dar mais valor às “coisas permanentes”, como diria T.S. Eliot e Russell Kirk), e da importância da tolerância. Mas alguns temas cabeludos simplesmente não nos oferecem respostas únicas, definitivas. Existem “verdades contraditórias”, ou valores incomensuráveis. Os liberais aceitam isso, e pregam uma Grande Sociedade Aberta, sempre em movimento, dinâmica, sendo construída por tentativa e erro.

Foquei mais até aqui no Vargas Llosa como pensador político, mas sua maior contribuição foi mesmo na literatura. Seus livros são excelentes, seus personagens são criados com muito esmero, a figura do narrador é sempre encantadora em suas histórias, e alguns livros são puro entretenimento, como Pantaleão e as visitadoras. Tive ótimos momentos em minha vida graças ao talento literário do escritor peruano que agora nos deixa. Cheguei a decidir colocar o nome de um de seus personagens no gato que compraria, mas Dom Rigoberto, que seria um persa aristocrata, nunca virou uma realidade. Talvez não seja tarde demais, em que pese a matilha de cinco cachorros e uma gata na casa. Ou talvez seja mais fácil escolher algum outro livro de Vargas Llosa que ainda não li para essa despedida. Descanse em paz, Vargas Llosa. O mundo perdeu um grande escritor e um excelente defensor do liberalismo.

RODRIGO CONSTANTINO

MINHA FUGA DESESPERADA DA AMÉRICA FASCISTA

Deu no G1: O professor de Yale que está saindo dos EUA por discordar do governo Trump: “Já somos um regime fascista”. Jason Stanley, autor do livro Como funciona o fascismo explica seus motivos para se mudar para o Canadá – e por que acredita que uma ditadura está se instalando nos EUA. Ao ler a reportagem, decidi picar a mula, voltar ao meu seguro e protegido Brasil.

Fiz correndo as malas, com medo do Trump. Na hora de colocar meu fuzil AR-15, lembrei que no Brasil isso é arma exclusiva de traficante. Triste, liguei para um amigo que adora armas e ofereci meu “brinquedo” por um preço irrisório. Quando fui colocar na mala minha Glock, minha Sig Sauer e minha Walther PPQ, veio a terrível lembrança de que até pistolas dessa natureza são complicadas (sem falar caríssimas) de ter no Brasil. Pensei: “Fascismo estranho esse que facilita o acesso do povo às armas! Normalmente é o contrário: todo fascista tenta desarmar a população e concentrar todo poder no Estado”.

Resignado e desarmado, continuei a operação debandada, para fugir o quanto antes do fascismo. Pensei em tudo de terrível que já disse sobre autoridades e políticos americanos. Nunca fui importunado por isso, é verdade, não entrei em inquérito supremo por postagens em redes sociais que, aliás, continuam liberadas aqui. Até mesmo todos esses “especialistas” que denunciam o fascismo americano continuam desfrutando de total liberdade para atacar Trump e Elon Musk, este último em sua própria plataforma. Mas pensei, com humildade: o que sei eu sobre fascismo? Se o cara lá de Yale disse, então está falado!

Li que o Guga Chacra (oi, Guga) concluiu que talvez seja melhor os estudantes procurarem outros destinos em vez da América. Puxa, talvez seja mesmo melhor o cara ficar na UFRJ em vez de estudar em Harvard, pensei. O risco de ele acabar socialista é alto em ambos os lugares, mas o clima nas universidades americanas anda muito fascista. Nem dá mais para aluno estrangeiro com visto temporário ficar defendendo os terroristas do Hamas em paz, poxa! Só porque pedem o extermínio aberto de judeus devem perder o visto? Guga deve estar certo: isso só pode ser autoritarismo!

Correndo com a mala para não perder tempo e ficar preso no regime fascista, percebi que minha esposa colocava um batom em sua mala. Gritei, desesperado: isso não!!! Quer ser presa, mulher? Não sabe que batom é arma perigosa aonde estamos indo? Pode até derrubar a democracia! Se quiser levar umas flechas indígenas para jogar na polícia legislativa ou na força nacional, tudo bem. Seria apenas um protesto pacífico. Mas batom, sorvete e pipoca são armas golpistas. Leva só o básico!

Ela ficou meio chateada, mas entendeu: nada de batom. Deixando para trás nossas armas – pistolas, fuzil e batom, colocamos apenas o essencial e saímos correndo. Não dá para ficar mais um minuto nesse regime fascista! Não vemos a hora de estar em segurança em nosso país de origem, onde o presidente idolatra o regime cubano, defende o companheiro Maduro da Venezuela e aproxima o país cada vez mais do Partido Comunista Chinês. Lá a democracia foi salva! Li a entrevista do ministro na New Yorker: só aquela foto com olhos cerrados, capa de Batman e fundo vermelho já diz tudo! Num país em que esse sujeito tem tanto poder só pode reinar a ampla liberdade!

Tranquilos com nosso destino final, ansiosos por pisar logo em solo nacional, seguimos nossa rota de fuga do fascismo. Assim que chegamos ao saudoso Rio, vimos, além da pichação e favelas por toda parte, um comboio de traficantes circulando com as armas que eu não pude trazer. Bateu certa tensão, mas eu logo procurei acalmar minha esposa: “Amor, pensa que nos livramos da ameaça fascista do Trump, e também do risco dos crocodilos. O que são uns marginais fortemente armados perto disso?! Agora estamos em segurança e com liberdade. Só não critica o ministro, pelo amor de Deus! Soube que isso pode dar até cadeia hoje em dia aqui…”

Ah, lar doce lar! Nada como o ar de liberdade que se respira no Brasil lulista!

RODRIGO CONSTANTINO

O RECADO FOI CLARO: ANISTIA JÁ!

manifestação paulista

Em ciências humanas, não temos laboratórios controlados como nas ciências naturais. O mais perto que chegamos disso é quando um mesmo povo numa mesma geografia e com a mesma cultura é dividido de forma arbitrária. Aí temos um bom experimento social, como quando o Vietnã, a Alemanha ou a Coreia foram partidos ao meio. Ficou claro o sucesso relativo do capitalismo frente ao socialismo.

O mesmo pode se dizer sobre manifestações contra e a favor da anistia aos presos políticos do Brasil de hoje. O contraste é grande demais para ser ignorado. Foram dois protestos bem próximos no tempo. A esquerda convocou aqueles que gritam “Anistia nunca”, os mesmos que defendem o socialismo fracassado e que, no passado, foram anistiados por crimes verdadeiros. Boulos era o líder, e foi uma manifestação bastante vazia.

A direita, sob a liderança de Jair Bolsonaro, fez a sua manifestação pela anistia dias depois, no mesmo local. A Avenida Paulista estava lotada, com muito mais gente. A turma de Artes da USP – e não de estatística – pode até tentar jogar para baixo o número de presentes, com auxílio do Datafolha e da Globo, mas todos sabem o que viram: era um mar de gente, sem mortadela, lotando quarteirões inteiros da avenida mais famosa de São Paulo. Nem dá para comparar com as moscas isoladas do evento esquerdista.

A mesma Globo tenta nos convencer de que a anistia não é uma prioridade para o povo, mas as ruas mostram algo diferente. Além da multidão, oito governadores de estados importantes marcaram presença, além de vários senadores, deputados, vereadores e até o prefeito de SP, a cidade mais rica do país. Negar o peso, a relevância desse evento, com representantes de milhões e milhões de eleitores, é tentar tapar o sol com uma peneira ideológica.

A bolha foi furada pois não é mais um caso da direita, mas sim do Direito. Tanto que o símbolo maior é uma cabeleireira condenada a 14 anos de prisão por usar um batom numa estátua! Isso num país que traficantes são soltos pelo, ou Sérgio Cabral, condenado a mais de 400 anos de prisão, segue solto como influenciador. O povo não aguenta mais tanto absurdo, tanta injustiça, então claro que a anistia é uma pauta prioritária.

Os discursos das lideranças políticas foram contundentes, firmes e diretos ao denunciar o arbítrio supremo. O STF foi longe demais em sua narrativa de tentativa de golpe, que nem ministro lulista acredita. Aliás, nem mesmo ministro supremo! Gilmar Mendes, falando para a imprensa de Portugal, deixou claro que não houve qualquer tentativa de golpe. Atos de vandalismo, comuns em manifestações esquerdistas, merecem punições bem distintas e menores. Os baderneiros socialistas, por sinal, sempre ficam impunes.

A pressão pelo projeto de anistia ficou maior após essa manifestação do domingo, com tantos políticos relevantes apoiando esse caminho. O presidente da Câmara tem sido chantageado em público, ameaçado pelo STF na cara de todos, mas sofrerá um custo político muito alto se tentar boicotar essa agenda. Todos estão de olho, inclusive lideranças americanas.

O Brasil precisa virar essa página de vez, tentar alguma pacificação e resgatar as instituições democráticas. Isso só será possível com a anistia dos presos políticos, o fim da censura e o enterro definitivo dessa narrativa do golpe que nunca aconteceu. O STF foi longe demais e precisa recuar. O Brasil não vai virar uma Venezuela. Eles podem até prender Jair Bolsonaro, mas está claro que o ex-presidente não está sozinho. E eles não sabem o que fazer com essa multidão que se recusa a se deixar intimidar pelos abusos supremos. Anistia já!

RODRIGO CONSTANTINO

NIKOLAS FERREIRA TOCA NO NERVO DA QUESTÃO

Em vídeo, deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) ironizou sugestão de Lula para lidar com inflação dos alimentos.

O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG)

Se o Nikolas Ferreira imitasse foca e tivesse feito o L, ele poderia puxar da cartola a música de Britney Spears e cantar: “Oops, I did it again”. Mas o deputado conservador é humilde demais para tanto. O fato é que o novo vídeo de Nikolas, sobre a necessidade de uma ampla anistia aos presos do 8 de janeiro, já atingiu dezenas de milhões de visualizações e aponta na direção daquele outro sobre o Pix lulista. Um fenômeno!

Não é para menos. Em poucos minutos, Nikolas resumiu com perfeição onde reside o grande problema dessas condenações: em seu caráter de vingança partidária, nas punições excessivas, descabidas e injustas, especialmente quando se compara com atos de vandalismo da própria esquerda, que resultaram em… zero prisões!

O deputado começa o vídeo falando de Rosa Parks, símbolo do movimento civil ao se recusar a sair de seu lugar num ônibus, quando o racismo era institucionalizado na América. Martin Luther King pegou dali e ajudou a criar uma enorme comoção que resultou no fim dessas injustiças. Débora, a cabeleireira do batom, virou esse símbolo da luta por justiça no Brasil de hoje.

Qualquer pessoa decente e com empatia pode facilmente entender que não é mais uma questão “bolsonarista”, mas sim humanitária. Não é uma disputa entre direita ou esquerda, mas entre direito e arbítrio. E não há concessões pontuais capazes de sinalizar um recuo sincero do sistema: o clima de perseguição já está escancarado, e qualquer mudança cosmética agora será “pouco demais, tarde demais”.

É preciso aprovar uma anistia ampla para se fazer justiça. Não faz qualquer sentido condenar a anos de prisão uma dona de casa “armada” de batom, um vendedor de bandeiras, outro de pipoca e mais um de pirulitos. Para encaixar os atos do 8 de janeiro numa narrativa forçada de tentativa de golpe armado orquestrado por Jair Bolsonaro, o supremo foi longe demais e atropelou pessoas de carne e osso, destruindo vidas – jamais vamos esquecer do Clezão!

Enquanto o imitador de focas que fez o L está preocupado em alimentar sua vaidade narcísica, lançando-se candidato a presidente de forma farsesca, Nikolas Ferreira luta por Justiça e Liberdade. São dois extremos da rapaziada mais jovem na política, e só mesmo um “isentão” petista poderia ficar indiferente a ambos e condenar essa “polarização”. Não há sequer base de comparação. A história sabe quem está do lado certo. E milhões de brasileiros também. Por isso têm a obrigação moral de lotar a Av. Paulista neste domingo, clamando por Justiça!

RODRIGO CONSTANTINO

DERRETIMENTO DE LULA SEGUE A TODO VAPOR

Lula em Santa Catarina

O derretimento do governo Lula segue acelerado, como não poderia deixar de ser. Não é problema de comunicação, como alertei no dia da mudança na Secom: é um problema de essência, de conteúdo, não de embalagem. O petismo nada esqueceu e nada aprendeu, e ninguém pode alegar surpresa.

A turma tucana que fez o L não tinha qualquer evidência por parte do Lula ou do PT de que um novo governo seria diferente. Recolocaram o ladrão na cena do crime, como diria Alckmin, por “nojinho” do Bolsonaro. Agora fingem espanto…

A pesquisa Genial/Quaest mostra que desaprovação ao governo Lula dispara sete pontos, chegando a 56% e descolando da aprovação. O Nordeste, jovens e eleitores de classe média baixa puxam escalada da rejeição. Lula não tem mais ninguém do povo ao seu lado. Restaram somente banqueiros, empreiteiros corruptos, artistas decadentes e “jornalistas”. Não existe mais petista grátis!

Para desespero dos militantes das redações, é maior o número de brasileiros que acham o governo Lula pior do que o de Bolsonaro. Talvez por isso a perseguição ao ex-presidente tenha se intensificado, com direito a pedido do STF para que a PGR avalie uma prisão preventiva por convocar manifestação! O cerco se fecha pois todos se deram conta de que a derrota da esquerda é certa em 2026, se houver eleição minimamente limpa…

O Globo já admite que não é apenas a turma bolsonarista que desgasta o governo: “Bolsonarismo e críticas de influenciadores a consignado ‘ofuscam’ ações de Lula para retomar popularidade. Governo tem enfrentado dificuldade para emplacar agenda positiva nas redes sociais em meio à queda de popularidade”. Segundo a reportagem, influenciadores furaram a bolha da direita e, assim, dificultam retomada da aprovação de Lula.

Como resgatar essa aprovação em meio a tanta trapalhada? A economia continua afundando, pois o modelo petista irresponsável sempre foi insustentável. Enquanto isso, até a degradação da Amazônia disparou, crescendo quase 500% em 2025! Mas os artistas desapareceram, pois a preocupação nunca foi com o meio ambiente. E, diante da desgraça que é o atual governo em todas as áreas, como reagem os tucanos?

Vera Magalhães dá o tom: “Se o governo fosse forte no Parlamento, seria mais fácil cerrar fileiras com o Centrão e simplesmente passar o trator em cima dos que defendem a anistia, virar essa página e começar, finalmente, a discutir as matérias econômicas, estas sim prioridades dos brasileiros”. Os militantes lamentam que o governo Lula seja incapaz de “tocar a agenda econômica”, sendo que essa agenda é justamente parte do problema!

Se a anistia não fosse prioridade para o povo, como afirma a jornalista, então é preciso explicar como há tanta mobilização parlamentar, justamente dos deputados mais votados do país, além das manifestações nas ruas que colocam bem mais gente do que a manifestação comunista contra a anistia! Mas a lógica e os fatos não importam: é preciso ignorá-los para manter a narrativa oficial.

E por conta dessa postura mesmo que o governo de extrema esquerda de Lula, com a cumplicidade dos tucanos e da velha imprensa, continua derretendo. A turma do centrão fisiológico só pensa naquilo, mas mesmo esses parlamentares começam a se afastar de quem controla os cofres públicos, pois sabem que o custo eleitoral será alto demais em 2026…

RODRIGO CONSTANTINO

FLOPOU: A KOMBI DE BOULOS NA AVENIDA PAULISTA

Talvez de olho na disputa para o governo de São Paulo ano que vem, ou até mesmo na presidência da República, num ato de megalomania, Guilherme Boulos fez uma jogada arriscada e convocou uma manifestação contra a anistia na Avenida Paulista, no último domingo. Contou com o apoio de caciques petistas, como Lindbergh Farias e outros. Mas, como dizem nas redes sociais, a coisa flopou. E flopou feio!

Não tinha praticamente ninguém, umas poucas centenas de gatos pingados. Não há mortadela capaz de atrair gente para um evento de Boulos. O mico saltou aos olhos de todos, ainda mais pouco tempo depois de uma manifestação bolsonarista em Copacabana, que reuniu dezenas de milhares – e ainda assim ficou abaixo da média na direita. No dia seis de abril está prevista mais uma manifestação na Avenida Paulista, e o contraste certamente será impossível de ignorar, por mais que a velha imprensa tente.

Eis a realidade: a esquerda radical mal enche uma Kombi! Fica, então, a dúvida legítima: como essa turma teve mais de sessenta milhões de votos para vencer Bolsonaro? Em qualquer democracia o povo tem todo direito de questionar o processo eleitoral, mas no Brasil o tema foi transformado em tabu na marra pelo STF e a “Justiça Eleitoral”, segundo a qual as três maiores invenções da humanidade são roda, fogo e urna eletrônica!

A coisa é tão patética que o ministro Alexandre de Moraes pegou carona até em Donald Trump quando o presidente americano elogiou a biometria para identificação do eleitor, já que nos Estados Unidos a esquerda democrata condena como racista o esforço de filtrar somente cidadãos para o voto. Mas Trump defende voto em cédula de papel, assim como Elon Musk, e até as pedras sabem. Ninguém pode imaginar, claro, que falta capacidade tecnológica justamente a quem faz foguete dar marcha à ré.

Além da desconfiança legítima com o processo eleitoral em si, há a escancarada parcialidade do sistema que persegue conservadores e protege comunistas. Tudo virou pretexto para falar em cassar parlamentares de direita, como se não houvesse mais imunidade material, enquanto com petistas pegos com o batom na cueca – ou gastos estéticos provenientes de rachadinha – basta um acordo camarada. 

O Brasil cada vez se parece mais com a Venezuela. Lá o ditador Maduro também não tem apoio popular, não consegue vencer eleição nem mesmo usando recursos públicos para comprar votos e prendendo opositores mais conhecidos. Mas nada disso importa mais: os comunistas tomaram o poder, o que é diferente de vencer eleições. No Brasil a turma de Dirceu vem fazendo a mesma coisa. A Kombi de Boulos é bem pequenina, mas isso não garante que o comunista fique longe do poder. Basta ele fazer o que sabe fazer melhor: invadir. E o sistema faz o resto…

RODRIGO CONSTANTINO

LULA ESCOLHE MINISTRA COM BASE NA BELEZA?

presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia de transmissão de cargo e posse da ministra da secretaria de relações institucionais, Gleisi Hoffman

Lula escolheu Gleisi Hoffman para a Secretaria de Relações Institucionais, que cuida da articulação política do governo

“Repudio os ataques canalhas de bolsonaristas, misóginos, machistas e de violência política. Desprezam as mulheres. Não me intimidam nem me acuam. Oportunistas tentando desmerecer o presidente Lula. Gestos são mais importantes que palavras.” Esse foi o desabafo de Gleisi Hoffmann, que recebeu o apoio da companheira Maria do Rosário: “O ódio da extrema-direita bolsonarista destilado contra as mulheres que a enfrentam na política, incentiva a violência que mutila e mata milhares de mulheres brasileiras”.

No Globo, assim era a manchete: “Gleisi reage a ofensas de bolsonaristas após comentário de Lula sobre ‘mulher bonita’: ‘Misóginos, machistas’”. Ofensas de bolsonaristas? Melhor avisar na Globo News então! “Realmente, lamentável”, comenta Flavia Oliveira, após Lula dizer que colocou “mulher bonita” na articulação política. “Não é razoável nem como piada, não é engraçado, é de mau gosto, deprecia uma mulher que acabou de se tornar ministra.”

A esquerda sempre parte para o ataque como mecanismo de defesa do indefensável. E podemos apenas imaginar qual seria a reação se fosse Jair Bolsonaro ao dizer a mesma coisa. Com Gleisi, Lula diz que escolheu “mulher bonita” para melhorar relação com Congresso: “Eu quero mudar, restabelecer a relação com vocês [Congresso]. Por isso eu coloquei essa mulher bonita para ser ministra das Relações Institucionais. É que eu não quero mais ter distância entre vocês”, disse Lula.

Não sei o motivo, mas lembrei do filme Pretty Woman. Então quer dizer que o atributo da “Amante” para melhorar as relações entre governo e Congresso é sua… beleza? E isso não é objetificar a mulher, tratá-la como uma espécie de instrumento, prostituta mesmo, incapaz de persuadir parlamentares por meio de sua inteligência e bons argumentos? A imprensa trata a fala de Lula sobre Gleisi como “gafe”, “deslize” ou “piada”, pois nunca vai admitir a essência machista do petista. Mas ninguém pode apagar o que ele disse, e não tem “revolta” artificial da própria ministra, escolhida por sua “beleza”, capaz de criar cortina de fumaça nesse caso.

Enquanto isso, a presidente do STM adota linguajar típico de militante do PSOL, ao afirmar que levará para dentro da Justiça Militar a “diversidade”, confessar que é uma feminista e acrescentar: “Com relação ao patriarcado, é uma luta contínua que eu busco tentar minorar para as novas gerações de mulheres. Espero que a doutora Verônica Sterman não vivencie as violências simbólicas que eu vivenciei dentro daquela corte”.

A nova presidente do STM já mostrou a que veio, porém, e não foi para enaltecer as mulheres, e sim para depreciar Bolsonaro. “Quando a política entra nos tribunais, a justiça sai por alguma porta”, como sabemos. Mas o STF fez escola, e a nova “juíza” preferiu se manifestar politicamente, dar sua opinião pessoal antes de qualquer julgamento, ameaçando Bolsonaro até com a perda de sua patente militar. Será que a nova presidente do STM também foi escolhida por sua beleza?

RODRIGO CONSTANTINO

O VILÃO AGORA É QUEM TEM CARRO ELÉTRICO?

Os bilionários Elon Musk e George Soros: o dono da Tesla acusou grupos financiados pelo investidor esquerdista de vandalismo contra seu negócio

Elon Musk já votou em Obama e o considerou um ídolo. Musk também era adorado pela esquerda ambientalista por ser o dono da Tesla, a maior montadora de carro elétrico do mundo. Mas tudo isso mudou quando o empresário comprou o Twitter e permitiu liberdade de expressão na plataforma, em vez de adotar a censura contra conservadores, e quando passou a apoiar abertamente Donald Trump.

Musk virou, então, inimigo da turma de George Soros, o bilionário especulador que financia a extrema esquerda. Ao aceitar a missão do DOGE para trazer transparência aos gastos públicos federais, Musk deu um passo além para se tornar o alvo prioritário dos democratas. Basta pensar que na fala do presidente ao Congresso, políticos democratas traziam plaquinhas contra Musk, acusando-o de “roubar”.

Agora, vários atos contra carros da Tesla são praticados no país todo, em ação claramente coordenada. Só não explodem foguetes da SpaceX por conta da dificuldade operacional disso. Matheus Montenegro comentou: “Os esquerdistas estão vandalizando carros da Tesla em ‘protesto’ contra Elon Musk. Não importa de quem seja o carro, é na rua, em concessionária, estão pixando e até ateando fogo em diversos veículos. Essa é a turma que se diz democrática, do amor, da liberdade de expressão”.

Leandro Ruschel acrescentou: “Elon Musk está desbaratando a estrutura que a extrema-esquerda montou dentro do estado americano para financiá-la, nos EUA e no resto do planeta. O objetivo agora é usar terrorismo para impedir que ele siga desmontado o esquema criminoso”. Musk mexeu no ganha pão de muita gente ao lançar luz sobre os esquemas do Deep State, e esses parasitas vão reagir com total desespero para tentar preservar suas tetas estatais.

Pintar Elon Musk como “extrema direita” é ridículo, mas é exatamente o que tem feito esse pessoal da extrema esquerda. Na verdade, Musk sequer mudou muito sua visão política de mundo nas últimas décadas. Como ele mesmo já mostrou, foi o Partido Democrata que se radicalizou e passou a adotar uma agenda insana. Eis que, agora, o vilão não é mais quem rejeita carros elétricos para “salvar o planeta”, e sim quem tem um, enquanto o mocinho é aquele que taca fogo num Tesla!

A violência sempre foi a linguagem preferida da esquerda radical. Para comunistas, a violência é “redentora” se direcionada contra “fascistas”. Aí basta rotular qualquer um que não seja comunista de “fascista” e pronto, toda a prática realmente fascista passa a ser justificada. Se Elon Musk virou o maior inimigo dessa patota, então já sabemos: ele é o grande herói dos tempos atuais. Que continue o fundamental trabalho de expor as maluquices bancadas com recursos públicos.

RODRIGO CONSTANTINO

ONDE ISSO VAI PARAR?!

Sempre procuro dar o benefício da dúvida ao outro, e como não me considero o dono da razão, parto da premissa de que o errado pode ser eu mesmo. Por isso, nessa volta do carnaval que ignorei, ao passar o olho pelas principais notícias sobre o governo e nosso país, fiquei a pensar que ou o mundo anda louco, ou vai ver que enlouqueci e não me dei conta.

A turma da esquerda lançou mais um na câmara de escorpiões e crocodilos dos canceladores. Trata-se de Frei Gilson. O “crime” terrível de Frei Gilson, pelo visto, é reunir um milhão de pessoas para orar de madrugada. Pecado imperdoável para lulistas, já que Nosso Guia, mesmo com toda a máquina pública por trás, reunia apenas uns poucos milhares de gatos pingados em suas “lives”. Mas inveja é pecado, não?

Por falar em máquina, o governo petista precisa de mais recursos para “comunicação”, ou seja publicidade. Entende-se: o produto é ruim mesmo. É neste contexto que podemos entender a chamada da Folha: “Governo Lula expande publicidade e pode alcançar R$ 3,5 bi em contratos. Correios têm licitação de R$ 380 milhões aberta após anos sem investir; órgãos citam necessidade de informar e competir no mercado”.

Calma que não acabou: “BB e Caixa voltam a dar dinheiro de publicidade a sites alinhados ao governo Lula”. No Estadão, temos: “Secretária do PT diz que Cultura deu aval a uso de programa de R$ 58 milhões em campanhas. Em gravação feita por ex-aliado, Anne Moura exige que comitê de cultura do Amazonas privilegie ‘artistas parceiros combinados na política’ e afirma que cúpula do Ministério da Cultura autorizou PNCC em ‘ajuda’ a campanhas eleitorais de 2024”.

É preciso irrigar os cofres dos companheiros! Por isso não pode ficar “só” nessas “migalhas”: “Mídia Ninja usa ONGs para receber verba do governo Lula e ganha espaço na Cultura. Movimento de ativistas afirma publicamente que não recebe recursos públicos, mas criou entidades como ‘base jurídica e institucional’ e que já foram contempladas com R$ 4 milhões no atual governo”.

O “amor” venceu e o Brasil voltou! E ele custa caro! Mas como não falta “autoestima” ao brasileiro, eis que uma “especialista” quer dar aulas aos americanos de como fazer uma reforma tributária! É sério! O Brasil tem um verdadeiro manicômio tributário, mas Melina Rocha, que participou da mudança no sistema brasileiro, afirma que os Estados Unidos poderiam aprender lições importantes com os brasileiros: “Trump deveria fazer reforma tributária como a do Brasil para aumentar competitividade, diz especialista”.

Ou o Brasil ficou maluco de vez, ou fui eu. Vejamos o “julgamento” que envolve a turma do “golpe armado” que nunca aconteceu e não tinha uma só arma. O caso mais bizarro é o de Filipe Martins, aquele que foi preso pela viagem que nunca fez. Na coluna de Marcelo Godoy no Estadão, vemos que seus advogados preparam uma defesa que deixaria os ministros supremos de cabelo em pé: se tivessem cabelo, no caso de Alexandre de Moraes, ou vergonha na cara, no caso de todos. Ela vai utilizar texto do próprio Zanin sobre “lawfare” e mostrar fatos bem incômodos, por exemplo: o ex-assessor que fora mantido na cadeia acusado de fazer uma viagem que, depois, provou não ter feito, agora, foi denunciado em razão de uma minuta que, segundo a defesa, “não existe e que o próprio delator afirma não poder apresentar provas que comprovem sua existência”. Que abacaxi!

Mas tudo isso só seria relevante se o Brasil ainda tivesse uma democracia e um Estado de Direito. Sabemos, faz tempo, que estamos fora das quatro linhas. Nem por isso vamos deixar de cair no samba, claro. Afinal, somos brasileiros! Por isso o ministro Barroso foi à Sapucaí e foi visto de papinho com Duda Paes, o prefeito que é a cara da malandragem carioca. Foi algum acidente, já que Barroso fez exigências, como se fosse uma Lady Gaga da vida, e entre elas estava a ausência de jornalistas.

O problema das “celebridades” que gostam da privacidade é que hoje todo mundo pode ser um jornalista com seu celular. E por isso tivemos acesso às imagens do ministro descontraído, curtindo o carnaval ao lado do prefeito sambista. Talvez seja por essas e outras que precisamos logo da censura definitiva às redes sociais. Onde já se viu importunar um momento íntimo do nosso Rousseau de Vassouras?! Daqui a pouco vai ter gente cobrando explicações sobre a fala “Nós derrotamos o bolsonarismo”, de quem deve ser juiz imparcial. Onde isso vai parar?

RODRIGO CONSTANTINO

O DESPERTAR CRISTÃO

Na madrugada desta quinta-feira, 6 de março, um poderoso movimento de fé tomou conta do Brasil no segundo dia da Quaresma. Às 4h da manhã, mais de um milhão de pessoas estavam unidas em oração, clamando a Deus com fervor. Karina Michelin comentou sobre o fenômeno:

No Santo Rosário conduzido por Frei Gilson, 1 milhão de fiéis se reuniram espiritualmente, enquanto outras 150 mil vozes se erguiam em oração com a Comunidade Hesed. O silêncio da noite foi rompido pelo som da devoção, provando que, mesmo nas horas mais escuras, há um povo que não dorme, mas vigia e reza.

Mais do que números, esse encontro representou a força de um povo conservador, de valores inegociáveis, que coloca Deus no centro de sua vida. Em um mundo que tenta apagar a fé e enfraquecer os princípios que sustentam uma nação, esses brasileiros demonstraram que a oração tem um poder maior que qualquer coisa.

Essa pátria não será dominada. O Brasil pertence a Deus e continuará sendo terra de oração, resistência, FÉ e esperança.

Esse despertar cristão tem sido observado em várias ocasiões., não apenas na Quaresma A explicação talvez esteja num excelente texto de Carlos Alberto Di Franco publicado na Gazeta do Povo estes dias, chamado “Deus no comando”. O jornalista alega que a era moderna falhou em entregar a “libertação” prometida:

A modernidade prometeu liberdade, progresso e felicidade. No altar da razão e do avanço tecnológico, muitas sociedades relegaram Deus ao esquecimento, tratando a fé como um resquício de um passado supersticioso. Mas, paradoxalmente, quanto mais o mundo se afasta de Deus, mais cresce um sentimento difuso de vazio e inquietação.

Essa nostalgia de Deus não é apenas um saudosismo religioso, mas um sintoma profundo da alma humana. O mundo contemporâneo, dominado pelo relativismo e pela cultura do descartável, assiste a uma epidemia de ansiedade, depressão e solidão. As promessas do materialismo mostraram-se incapazes de preencher o anseio por transcendência. O homem moderno, fragmentado e desconectado, sente falta de um sentido maior para sua existência.

No mesmo dia, a coluna de Luiz Felipe Pondé na Folha falava sobre as deficiências do liberalismo, que teria amputado sua perna moral: “O liberalismo moderno, econômico e político destruiu todas as referências que ao longo dos milênios conduziram a humanidade ao presente porque seu princípio lógico é de que tudo antes do indivíduo racional pleno era lixo a ser esquecido. Restou-nos o vazio de valores a não ser o dólar e a espada do Leviatã”.

O ser humano clama por sentido, pelo que é eterno, transcendente, enquanto é metralhado por lixo efêmero, passageiro e pueril. Não é culpa das redes sociais ou do capitalismo, claro, e basta pensar que foi a tecnologia que permitiu a união de um milhão de pessoas para orar com o Frei Gilson. Não adianta atacar as ferramentas e poupar o ser humano, que tem o livre arbítrio.

Mas sem dúvida o entorno faz diferença, e nossa sociedade materialista, hedonista e relativista não ajuda nessa construção de valores mais sólidos. Cabe ao indivíduo, então, buscar se desgarrar por conta própria dessas tentações e procurar Deus. De certa forma, a minha própria trajetória pessoal se assemelha ao fenômeno que podemos observar no Ocidente: o individualismo secular é insuficiente e acabamos sedentos por Deus em nossas vidas.

Thomas Merton, em “No man is an Island”, diz: “Aqueles que não sabem que existe outra vida depois desta, ou que não conseguem viver no tempo como se estivessem destinados a passar a eternidade em Deus, resistem ao silêncio fecundo do seu próprio ser através do ruído contínuo”. Talvez não exista mais ruído como fuga do que no período do carnaval, onde se enaltece a carne e os prazeres mais animalescos do homem.

Mas também é o começo do período de recolhimento, da Quaresma, tempo de conversão. A celebração da bênção e a imposição das cinzas feitas no início da Quaresma lembram as palavras de Jesus: “Convertei-vos e crede no Evangelho”. É alvissareiro ver o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, aparecer na imprensa com a marca da cruz em sua testa. Os cristãos não podem temer a patrulha dos seculares. A missão é clara: espalhar as Boas Novas. Não há nada a temer. É Deus no comando!