A PALAVRA DO EDITOR

A venda de veículos elétricos e híbridos plug-in tem crescido na Europa. Com a previsão de excluir da circulação nas ruas europeias até 2040, os veículos movidos a combustíveis fósseis, a frota limpa tem impactado nas vendas. Caso se confirmem os planos, tudo leva a crer que o motor a combustão está de fato com os dias contados. Para os adeptos, vai deixar saudade.

A cada semestre as vendas dos carros elétricos e híbridos nos últimos semestres crescem além da conta. Numa velocidade espantosa. Em 2018 foram emplacadas 400 mil unidades. Com essa marca, os carros elétricos e híbridos em circulação na Europa já somam mais de 1 milhão neste ano.

O mercado alemão anda aquecido. O Reino Unido e a França seguem atrás. Cheios de gás. O impressionante é a lista de espera que se alonga a cada dia. Com estoques abaixo das previsões e temendo não dar conta do recado, os governos europeus se apressam em abrir leques de incentivos para instalar rapidamente inúmeros pontos de recarga de baterias para amparar a crescente onda dos carros elétricos.

Famosas marcas como Nissan, Renault, BMW, Mitsubishi, Volvo, Hyundai e Porsche lavam a burra. Trabalham adoidado para não perder espaço na acirrada competição comercial. Uma poderosa marca ser ultrapassada pelo forte fabricante concorrente.

O que tem revolucionado o mercado de carros elétricos e híbridos foi a tese aprovada no Acordo de Paris. Por este Acordo, ficou estabelecido de que a emissão de gases de efeito estufa é o principal causador de graves impactos no aquecimento global da Terra.

O lançamento de enorme quantidade de gás carbônico na atmosfera, em virtude da queima de combustíveis fósseis gera poluição no ar que respiramos. Misturado à fumaça das fábricas de bens de consumo que começaram a funcionar a partir da Revolução Industrial, causam severos impactos nas cidades e no meio ambiente.

Então, com o lançamento do carro elétrico a proposta é reduzir drasticamente a emissão de poluentes gerados pelos combustíveis fósseis na atmosfera.

Com este propósito, o segmento de carros elétricos quer incentivar o mercado brasileiro que, segundo levantamentos tem potencial para vender no mínimo 150 mil unidades por ano.

No entanto, as montadoras nacionais sentem-se desmotivadas por dois motivos específicos. O custo da bateria automotiva é elevadíssimo. Segundo cálculos, o preço pode chegar a quase 50% do preço veículo. Por sua vez, o preço do veículo elétrico também é altíssimo. Pelos apontamentos, um carro elétrico no Brasil pode chegar R$ 160 mil ou mais.

Por ter um mercado pobre, existe apenas dois prováveis segmentos consumidores, as classes A e B, cuja população pouco ultrapassa a casa de dois milhões de pessoas, o Brasil para se definir na produção do carro elétrico, necessita de alguns requisitos básicos.

Fazer a transição da produção de veículos movidos a combustíveis para os alimentados por eletricidade. Estudar e definir a maneira de distribuir os pontos de recarga de baterias para motores elétricos e finalmente saber como produzir combustível para alimentar as fontes de energia renovável, mediante a combinação de etanol com biocombustível.

Para se meter neste esquema, o Brasil tem de cumprir quatro metas. Oferecer subsídios às montadoras, conceder incentivo fiscais para baixar o custo de aquisição do veículo, incentivar a criação do sistema de recarga e estimular, afinal, a atratividade do mercado em formação.

Até o momento, o único empenho do país nesse novo segmento automobilístico mundial, se restringe a isentar de imposto a importação do veículo elétrico. Diminuir a alíquota de 35% para 7% para os carros híbridos para satisfazer o gosto da classe abastada, cheia de grana, com capacidade de comprar e desfilar num carro elétrico por aí. Fazendo inveja à maioria da população brasileira que no momento se presta apenas a ver e admirar de longe o carro elétrico.

O roteiro, realmente, para abrir espaço na fabricação de carro elétrico não é curto. É preciso remodelar a cadeia produtiva nacional, visando alterar o comportamento do mercado de maneira a atrair a atenção do consumidor. É é importante definir como abrir campo para investir na produção de motores elétricos, produção de baterias, de inversores de potência[l1] e criar alternativas para a infraestrutura de recarga. Situação que exige elevados investimentos.

Enfim, para desenhar uma estrutura de tecnologia visando produzir veículos totalmente elétricos, embora seja um desejo, todavia é um sonho viável apenas para os próximos dez anos. Até lá, o brasileiro de posse tem se contentar no aproveitamento das importações.

Pelo menos, num ponto o Brasil ganhou projeção. Juntamente com a Argentina, o Brasil foi contemplado com uma fábrica para produzir baterias para veículos elétricos e híbridos, ambas sob a bandeira da Volkswagen.

A fábrica brasileira se instalou em São Carlos, São Paulo, e a da Argentina foi construída na cidade de Córdoba.

Enquanto o desemprego ameaça o mercado europeu de motores a combustão, estes dois países sul-americanos abrem vagas num novo setor na América do Sul. Ganharam um grande prêmio na loteria econômica mundial.

12 pensou em “CARROS ELÉTRICOS

  1. A palavra “subsídio” deveria ser banida do vocabulário do governo… reforma tributária e fiscal somados com incentivo talvez, mas nunca subsídio.
    Subsídio é para os incompetentes!

  2. O carro elétrico foi criado um ano após o carro a combustão, quase cem anos atrás. Daqui cem anos ainda estaremos com essa mesma conversinha, da viabilidade (dele).
    Os esforços deveriam ser dirigidos para um motor a combustão o mais econômico possível (40, 50km/lt).

  3. Prezados amigos, inclusive o rapaz acima que gosta de viver agarrado num pinto,

    A solução BRASILEIRA para este problema já foi dada há cerca de 50 anos atrás: O PROALCOOL!

    Temos terras em abundância, temos a tecnologia: a da produção de álcool a partir da cana de açúcar tem maios de 500 anos que é aplicada por aqui, a dos automóveis FLEX foi todinha desenvolvida aqui no Brasil, e angariou inveja e admiração de todos os países.

    Esse negócio de seguir as ondas vindas do exterior é bem típica do nosso complexo de vira-latas.

    Dentre os inúmeros crimes de lesa-pátria praticados pelo PT, talvez um dos maiores tenha sido a A PRESID-ANTA manter os preços dos combustíveis artificialmente baixos, só para fazer bonito junto à população idiota e analfabeta. QUEBROU TODAS AS USINAS DE AÇÚCAR E ÁLCOOL. Com isso, detonou com esse Cluster de Tecnologia Brasileira que fez bonito e tinha potencial para seguir adiante por séculos à frente.

    Só por essa “Graçinha”, a ANTA já merecia ser fuzilada!

  4. Concordo com o Prof. Adonis e acho que nem tudo esta perdido, o Governo deveria investir na tecnologia FLEX, afinal os carros elétricos são caros, acessíveis apenas a uma minoria do povo, deixemos os ricos como o carro elétrico e nós, o povo, com os carros “flex”, afinal não temos energia nem para toda a população e ainda vamos dividir?

  5. A lógica do governo, é óbvio, difere da do cidadão, em quase tudo mas mais ainda, neste tocante. Se os combustíveis tem cerca da metade de seu preço em impostos porquê em sã consciência ele haveria de querer carro elétrico difícil de contribuir com seu gigantismo? Além do que um carro elétrico pode ser infinitamente mais durável que um a combustão. Mais simples, a força pode ser conduzida para as rodas com fios sem necessidade de câmbio e portanto um carro mais leve provavelmente nem precise de direção elétrica ou hidráulica. Por ser durável, motores elétricos duram muito, os autopeças e oficinas vão trabalhar com o quê? O impacto na arrecadação e no emprego podem ser devastadores neste mercado da máquina que mudou o mundo. Carro elétrico e anti governo.
    No setor de transportes no Brasil, com toda esta extensão, temos a maior parte das cargas no lombo de caminhões queimando diesel e enxofre. Imaginem os $$ que isto traz para o governo. IPVA, multas, impostos sobre peças e pneus etc. Querem mudar? Não acredito.

    • Caro Sérgio Marchió o que envaidece a gente é constatar a existência de grandes pensadores neste país. O Sérgio é um bom exemplo. Mas, os políticos, hein, não pensam direito. É tanta gente boa de fora dos destinos do Brasil, enquanto maus elementos permanecem lambendo até tacho. Lamentável.

  6. Carecemos de subsídio ÚNICO (3 mil reais) por família. Deveria ser dado a cada chefe de família, como indenização pelos impostos estratosféricos que pagamos (com péssima contrapartida), pois pagamos para NÃO TER escola de qualidade, estradas minimamente transitáveis (o estado de São Paulo é excessão), sistema único de saúde com um mínimo de eficiência, segurança pública decente, etc, etc e um caralhão de muitos outros etcéteras.

    E antes que eu me despeça, deixo um recado a Jair: Privatiza saporra toda!!!!!!!!!

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