Berto
Quando rebentou a revolução ou golpe militar de 1964 eu servia no Recife.
Saiu hoje essa nota no Cláudio Humberto, alguns fubânicos vão gostar de saber dessa história.
Eu vivia quebrando o galho dos presos políticos.
Um abraço
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CARCEREIRO GENTIL
Preso em 1964, Francisco Julião, das Ligas Camponesas, foi metido num cubículo da 2ª Companhia de Guardas, no Recife. Ele não passava bem e um oficial do Exército chamou um médico, que prescreveu apenas alimentação decente. Gentil, todos os dias o militar “contrabandeava” um litro de leite para Julião. E ainda lhe fez uma surpresa: levou-o para o banho, certo dia, para um inesperado encontro com outro preso político, Paulo Freire. Trocaram abraço, palavras, força. O oficial, o alagoano Carlito Lima, relatou a história em seu livro “Confissões de um capitão” (Garamond, Rio), prefaciado pelo ex-líder estudantil Vladimir Palmeira.
Carlito, a bondade e a compaixão não usam patentes.
São coisas de um coração respeitando apenas a hierarquia da caridade.
E só!
OBRIGADO JESUS
Caro Carlito Lima, apesar da pesada situação, você agiu como um verdadeiro homem. Teve pena de infelizes. Bonita ação.
Meu prezado Carlito, por acaso, vc conheceu Pedro Otone na Cia de Guardas. Ele trabalhou muito nessa época.
Não lembro de Pedro Otone.
Tenho, na minha estante, esse livro do Carlito, autografado pelo autor, meu amigo desde os tempos lendários dos “Meninos da Avenida”, décadas de 50/60 do século passado.
Como diz Jackson do Pandeiro, num breque da música “Cabo Tenório”: “isso é quer ser um homem bom!”
EU QUEBRAVA O GALHO DESSES PRESOS, MAS NÃO HAVIA O VIÉS IDEOLÓGICO.