A PALAVRA DO EDITOR

Pesquisas mostram a aprovação ao governo Bolsonaro em alta, e somando quem julga o trabalho regular, bom e ótimo, temos quase 70% dos entrevistados, segundo o Ibope. Apenas 29% consideram o governo ruim ou péssimo, e isso mesmo com toda a artilharia pesada de parte da imprensa, que chega a pintar o presidente como um genocida culpado pelas mortes da pandemia e pelos incêndios no Pantanal.

Diante dessa realidade, que produziu clima de velório em certas redações, a resposta é reduzir o fenômeno ao auxílio emergencial. O que era antes louvável e tinha até pressão de “paga logo”, virou símbolo do populismo. É verdade que a maior queda na rejeição veio do nordeste, mas ali o presidente tem sua menor taxa de aprovação ainda. Ou seja, na margem pode ter surtido algum efeito, claro, mas está longe de explicar a história toda.

A verdade, que essa ala da mídia se recusa a admitir, é que o governo vem fazendo um bom trabalho em várias áreas, a despeito de críticas legítimas pontuais, e faz isso sem escândalos de corrupção. Como os jornalistas não criticam o presidente, mas sim o demonizam, distorcendo fatos e forçando narrativas, o público percebe e se coloca na defensiva.

A perda de credibilidade dessa turma é diretamente proporcional ao ganho de apoio do presidente. Para mais de 40% dos entrevistados as notícias sonbre o governo são desfavoráveis, enquanto apenas 25% consideram que são imparciais. O viés partidário é evidente, mas negado pela patota, o que só gera mais desgaste para a mídia e adesão ao tom crítico do presidente.

A grande questão que surge é o que Bolsonaro fará com essa popularidade maior. Se ele achar que já está reeleito, entrar num clima só de palanque e acreditar que pode abrir mão das reformas, aí a crise econômica poderá ser inevitável e, na frente, essa aprovação estará em xeque.

Mas se o presidente usar esse capital político para formar uma nova base de governo, não permitir o enfraquecimento de seu “posto Ipiranga” na economia, e avançar com a pauta liberal, ainda que parcialmente desidratada pela necessidade política, aí a economia volta aos trilhos, a recuperação será rápida, e seu governo terá um bom legado para mostrar quando chegar 2022.

Bolsonaro precisa fazer malabarismo, equilibrar-se entre a lógica econômica de Paulo Guedes e o realismo da governabilidade, tudo isso sem flertar demais com a tentação populista. Não é trivial, mas é viável. E se assim for feito, teremos um país melhor, e o eleitor saberá reconhecer os méritos do governo – aqueles que parte da imprensa se recusam a enxergar mesmo quando evidentes.

14 pensou em “CAPITAL POLÍTICO E REFORMAS

  1. Realmente o clima nas redações da ex grande velha imprensa não deve estar dos melhores.

    Aqui no JBF temos um legítimo representante desta espécie de Jornalista, o Sr. Carlos Brickmann. Nos comentários da coluna de domingo coloquei que a postura dele estaria ajudando na reeleição do Bolsonaro. Sem ter mais argumentos, ele comparou o Presidente a Renan Calheiros e Sérgio Cabral, que também foram reeleitos e disse mais:

    “Mas, se perder, João Francisco, que é que você vai fazer? Tomar um porre de cloroquina com pólvora?”

    Eu respondi que perder faz parte da democracia, mas o meu medo maior era a produção pelas elites de um novo Adélio Bispo mais eficiente, dada a vulnerabilidade do Presidente que sai para o abraço do povo toda semana.

    O debate acabou aí. Amanhã tem mais.

    • Quem é esse tal de Carlos Brickmann?
      Nunca ouvi – nem quero ouvir – falar!!!
      Deve ser mais alguma nulidade midiática (desculpem-me a redundância!!!) que faz tudo para aparecer.
      Por isso, dele nem tomo conhecimento.

      • Caro Sr. Adail, respeito seu posicionamento. O Sr. tem todo o direito de escolher quem vai ouvir ou ler.

        O Sr. Carlos é Colunista aqui no JBF, tem um histórico muito respeitável na mídia tradicional; escreve normalmente neste espaço às quartas e domingos, é um dos primeiros posts que o nosso Editor coloca.

        Pertence ao grupo de jornalistas que podemos chamar de “isentos”, com aspas mesmo, pois tal categoria não existe, especialmente quando são opinativos.

        É daqueles que acham que o Comunismo acabou e que o PT, PSDB, PDT. PSOL nada têm a ver com este espectro político. Que o Foro de S Paulo é formado apenas por um grupo de pessoas de esquerda democráticos. Que pensar o contrário disso é ser teórico da conspiração.

        Eu leio e debato com O Sr. Carlos Brickmann, pois representa 95% da nossa classe de jornalistas. De vez em quando ele responde a meus argumentos. Eu já disse aqui, não tenho qualquer pretensão de fazê-lo mudar de opinião, porém se, dos milhares de leitores diários do JBF, apenas um mudar seu pensamento, sou extremamente feliz.

        Um abraço

        • João Francisco, olha a cloroquina de má qualidade!!!! O PSOL, o PCdoB, o PCO, o PSTU e alguns outros são comunistas. O PSDB, comunista? Só rindo!!!! Realmente, o Dória comuna, com cashmere vermelho – sem foice e martelo bordados, para não estragar a malha – só na cabeça de quem misturou o hamburger que o filho pensa que fritava numa lanchonete que não vendia hambúrger com cloroquina de má qualidade. O Partido Democrata, do Kennedy, também era de extrema esquerda?

          • Sr. Carlos, os comunistas, desde o início do século XX estiveram divididos entre os bolcheviques (Lenin) e os Mencheviques (Martov). Nesta última linha eu coloco o PSDB, favorável a um socialismo fabiano.

            Espera aí, mas nem o PT o Sr. coloca como de raízes comunista?

            O Dória? Um oportunista, que cresceu sempre à base de amizades e traições a poderosos. Conunista? Não, mas se aliou ao Governo Chinês e seu Sonho é que ele seja o Representante da China (PCCh) com um governo ditatorial e com empresas de estimação comandando a economia.

            O Partido Democrata dos EUA hoje é muito diferente do de Kennedy . A candidata a Vice dos EUA Kamala Haris é mais à esquerda que a Manuela Dávila aqui. Comunista?

    • Precisa trocar de cloroquina, João Francisco. De um lado, repetitivo, louco para beijar o Bolsonaro na boca. De outro, paranóico, uma especie de Sana Khan de atentados. Tente outra marca – quem sabe a da Sanofi, importada?

      • Sr. Carlos, aquilo que o Sr. fala de mim reflete muito o que passa no seu íntimo. O Sr. deveria tomar cuidado quando externa certos desejos. Procure um analista para compreender esta tara.

        • Exatamente João Francisco. O que ele fala de você é exatamente o que sente no íntimo. É doidinho para dar um beijo na boca do Buca Murcha, o FHC e passar noites de amor com Doriana. Quem sabe uma noite a três, esbanjando amores contidos. Você está certíssimo, João Francisco. Ele está utilizando o método esquerdista: “Acuse-os do que você faz.”
          Gordinho, “tem que manter isso aí, viu?”.

  2. Uma das coisas interessantes neste governo é que JMB tem que fazer a “escolha de sofia” , ou seja, com Centrão (jogando as promessas de campanha no buraco mas tendo apoio no Congresso) ou sem Centrão, cercando-se de ministros do tipo “idéia genial a sua, Pres” mas brigando com o congresso.

    Mas, com certeza, em caso de reeleição o Centrão não vai se contentar só com o Min Comunicações, vai querer outros, com muita grana para gastar. Vai querer a Educação e a Saúde, por exemplo.

    Pode querer o ministério do zumbi Lorenzoni e o da Fazenda, que teria uma nova bandeira para o posto.

    Mas o fato é que o Centrão é como uma sucuri, que espera tranquila a sua presa, e quando dá o bote morde e não larga e com os dentes voltados para dentro, vai engolindo sua presa. Veja o Temer, qu indicou para o Min Trabalho uma pândega (Cristiane) que tinha processos na justiça trabalhista.

    • Mas (maldito mas), Francisco, o Centrão é inevitável.
      O Centrão, com suas virtudes e defeitos é fato concreto. Não há o que fazer com relação ao gosto e desgosto de alguns em relação a tal grupo. Não há escolha de Sofia, pois não há como escolher ficar sem apoio parlamentar.

      Mal comparando é como sua esposa instalar a sogrinha (mãe dela) em sua casa. Você gostando ou não vai ter que administar a situação (conviver com a mamacita dela ou largar o barco).

    • Caro Francisco, hoje dá até para argumentar contigo, pois seus posicionamentos, apesar de errados por preconceito, são legítimos.

      O centrão é um grupo de + ou – 300 deputados, que um dia Lula chamou de 300 picaretas, depois quando eleito tratou de cooptá-los primeiro com uma mesada (mensalão), depois com distribuição de cargos com liberdade de ação em todos os níveis do governo. Deu no petrolão, e escândalos em todas as áreas.

      Sem estes 300 deputados nenhum governante faz nada. Bolsonaro conhece bem os meandros do congresso, pois lá conviveu por quase 30 anos. São todos picaretas? Não, mas se lhes der liberdade e a chave do cofre, provavelmente vão se lambusar.

      O que eles querem? Dinheiro? Não, eles querem se perpetuar no poder e para isso, a cada 4 anos têm que enfrentar uma eleição e é fundamental ter votos.

      Aí é que entra a vantagem do Bolsonaro, ele tem popularidade e pode carregar estes deputados para a reeleição, se estes lhe derem apoio. Tá entendendo? Deputado gosta de dinheiro, mas para isso ele precisa estar no poder e Bolsonaro lhe proporciona a obtenção de votos para a reeleição.

      Lula lhes dava dinheiro, cargos, porém queria se livrar deles para ter somente seus “cumpanheiros” ao lado.

      Acho que a escolha de Sofia, portanto é dos deputados do Centrão e eles estão fazendo a escolha que lhes proporciona a sobrevivência.

      Agora a pouco ouvi o coroné Cirão da massa elogiar Bolsonaro no Pânico da JP. JB levou água do velho Chico ao Ceará. Ficaria bem Cirão bater no Bolsonaro por isso?

  3. Resumo da ópera para desespero,choro e ranger de dentes da IMENSA TURMA DO CONTRA: Mesmo com toda a artilharia pesada de parte da imprensa, que chega a pintar o presidente (aquele mesmo que em 2018 não ganharia de ninguém no segundo turno) como um genocida culpado pelas mortes da pandemia e pelos incêndios no Pantanal o resultado é que somando quem julga o trabalho regular, bom e ótimo, temos quase 70% dos entrevistados, segundo o Ibope.

  4. “…equilibrar-se entre a lógica econômica de Paulo Guedes e o realismo da governabilidade, tudo isso sem flertar demais com a tentação populista.”

    Aí é que está a questão. Eu, pessimista incorrigível, continuo não gostando nada do que os números da economia estão dizendo. Em 2020 seguirá por inércia, 2021 vai mostrar a realidade.

    Dizem que o pessimista só tem uma vantagem: nunca se surpreende com notícia ruim.

    • Marcelo, digamos que você não seja pessimista. Mas, como sabe fazer contas, enxerga os fatos. Talvez seja um otimista bem informado.

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