Capiba e Nelson: dois galhofeiros. Foto: Diógenes Montenegro
Após 1984, quando biografei Capiba, ouvi através das entrevistas realizadas, uma coisa interessante. Dizia-se existir certa “disputa artística” entre ele e o saudoso maestro, Nelson Ferreira.
Certo apreciador de Nelson teve a audácia de me dizer que se não fosse o espírito corporativo da turma do Banco do Brasil e o próprio emprego vitalício, Capiba seria menos conhecido. De fato houve razões.
Enquanto Nelson lutava para viver, passando madrugadas inteiras regendo orquestras, copiando músicas e fazendo arranjos, dependia dessas atividades porque não tinha emprego fixo.
Mas, na verdade, nunca entre os dois se soube de nenhuma animosidade. Pelo contrário, quando se encontravam a galhofa comia no centro. Pois eram dois brincalhões e mestres nas respostas rápidas.
Em uma oportunidade, quando cobríamos noite de Carnaval no Clube Internacional do Recife, fomos entrevistar os dois personagens e a jovem Estagiária que estava comigo caiu na besteira de cometer uma gafe, perguntando qual dos dois era mais velho.
Nelson, de pronto, disparou na frente: “Eu nasci no outro século!… Capiba é uma criança…”
De outra feita, estando Nelson, no estúdio da PRA-8, durante o programa “Hora Azul das Senhorinhas”, onde tocava piano, perguntei se ele seria também pintor, já que em cima do piano havia um quadro à óleo.
– “Não meu filho! O único pau que costumeiramente uso para trabalhar é a batuta de maestro!”
Depois que se aposentou Capiba, ficou com o tempo mais folgado e passou a dedicar-se à pintura, dizendo que o pincel, seria, doravante, sua batuta regendo orquestras de imagens coloridas.
Mais uma vez entra a Associação Atlética Banco do Brasil e promove sua primeira exposição de arte plástica. Participando do empreendimento por delegação do Presidente, Sérgio Loureiro, cuidei da exposição.
A providência inicial foi contratar uma seguradora. Ao chegar à sua casa o primeiro trabalho foi numerar e anotar as legendas de cada quadro. Num deles não havia ainda o título.
A imagem se referia a macacos numa floresta, tomando banho num lago, um deles pendurado pelo rabo bebendo água.
Ele parou para pensar e como sempre galhofeiro, disparou: “Macacos em férias”. A risadaria foi geral.
Nelson Ferreira, também um gaiato, foi um dos mais notáveis de nossa cena musical. Criou valsas, sambas, xotes, chorinhos, operetas, frevos-canções, frevos-de-rua, tudo quanto fosse letra e música.
Seu cunhado Walter de Oliveira escreveu e publicou nos anos 50, sua biografia. Há pouco tempo a jornalista Ângela Fernanda Belfort lançou um trabalho mais completo e atual sobre Nelson.
O compositor Capiba, nascido em Surubim – que escreveu dois livros – foi biografado por três autores, um deles, citado em mais de um livro.
Nelson Heráclito Alves Ferreira também nasceu no interior, na cidade de Bonito, em Pernambuco, tocava violão, violino e piano. Assinou composições de vários ritmos e estilos, como foxtrote, tango, canção, valsa, mas se tornou conhecido como compositor de frevos.
Imagino que o título do quadro que acima me referi se haja derivado de certa tirada de Nelson, há muitos anos, respondendo a um repórter indiscreto.
Ambos os compositores eram amigos, tanto que Nelson fez vários arranjos para discos de Capiba. E quando o tal repórter-investigativo e indiscreto perguntou qual o nível de intimidade entre os dois, Nelson respondeu, escapando pella tangente:
– “Somos dois macacos em férias!”
Bom. Dois ícones.
Caro artista Assuero, o líder de nossa Assembléia Virtual Escrotífera,
Receber um BOM com sua assinatura é identificar um diploma na minha carreira.
Grato por sua leitura e incentivo.
Primeiro queria me desculpar. Me delicio com suas memórias e as histórias que dela surgem, e não comento. Não é preguiça não, é a maldita Net que está oscilando o sinal de internet e fica mesmo muito difícil. Dizem que é por causa da pandemia. Segundo agradecer. Conhecer personagens tão interessantes e tão ricos, de um passado que não me alcança senão através de memórias como as suas, bom, é de emocionar, e por isso sou grato. Terceiro cobrar. O senhor poderia bem lançar um livro, mesmo que digital, sobre essas memórias tão bacanas, para que não só alguns como eu tenham acesso. E não se acanhe em cobrar não, conhecimento tem valor imenso, senão o maior valor para nós que desejamos saber.
Enfim, muito obrigado!
Caro Sérgio Melo,
01 – Primeiro queria me desculpar. Me delicio com suas memórias e as histórias que dela surgem, e não comento.
“Teje perdoado!…”.
02 – Não é preguiça não, é a maldita Net que está oscilando o sinal de internet e fica mesmo muito difícil.
Essa “mardita” é reclamada em todos os rincões do Brasil. Aqui no Recife, dá cada pau da peste. De onde você me escreveu? Pode mandar-me e-mail? O nosso é Santosce@hotmail.com – ZAP 9.9880.0038.
03 – Dizem que é por causa da pandemia. Segundo agradecer.
Quem tem que agradecer sou eu, em merecer sua leitura e comentários. Pode crer!.
04 – Conhecer personagens tão interessantes e tão ricos, de um passado que não me alcança senão através de memórias como as suas, bom, é de emocionar, e por isso sou grato.
Falou bonito! Dixe bom mermo!
05 – Terceiro cobrar. O senhor poderia bem lançar um livro, mesmo que digital, sobre essas memórias tão bacanas, para que não só alguns como eu tenham acesso. E não se acanhe em cobrar não, conhecimento tem valor imenso, senão o maior valor para nós que desejamos saber.
Enfim, muito obrigado!
Bem, não imagino a diferença de nossas idades mas creio que você ainda está no início da caminhada e eu no outono da vida, carregando 84 junhos nos costados. Bancário 30 anos e de jornalismo, 61 e publicando livros próprios desde 1964.
Profissionalizei-me a partir do primeiro publicado: CAPIBA, SUA VIDA E SUAS CANÇÕES e depois uma penca, sobre vários assuntos, inclusive documentário de empresas, somando já 28 unidades. Mas, meu grande desejo ainda não consegui materializar – UM LIVRO DE CRÔNICAS sobre assuntos diversos, sobretudo, memórias.
O projeto está na prancheta, e os Arquivos Eletrônicos recheados – porém, sempre envolvido com as obrigações da clientela, vou sempre protelando. E no popular… me lascando.
Gostaria de trocar outras impressões, por ia eletrônica, a fim de encontrar u’a maneira de lhe favorecer – sem despesas – com o que poderei ir liberando, de acordo com as preferências que você evidenciou.
Queria dizer (e digo: CÊ é phodda, caríssimo amigo sanchiano). Me perco e me acho em suas histórias. Conhecer personagens tão interessantes e tão ricos, de um passado que não me alcança senão através de SUA VIVÊNCIA é de emocionar, e por isso sou fã.
Beijão, Dudu!!!!!!
Caro Sancho Pança,
01 – Queria dizer (e digo: CÊ é phodda, caríssimo amigo sanchiano).
Reconheço e admito a phodidez tão acentuada.
Acho que você era um dos que se arvoraram à apresentação da famigerada Assembléia Virtual da última 5ª. Tavas lá?
01 – Me perco e me acho em suas histórias. Conhecer personagens tão interessantes e tão ricos, de um passado que não me alcança senão através de SUA VIVÊNCIA é de emocionar, e por isso sou fã. Beijão, Dudu!!!!!!
Danado mesmo é se você se perder de vez e Luiz Berto me ordenar a procura! Emociono-me todas as vezes que mergulho no passado dessa gente – os artistas de um modo geral, que marcam suas caminhadas com suas artes capazes de ultrapassar os tempos e mergulhar em suas descendências. Minha vivência – você tem razões – é rica por com 84 anos no talo ainda estou entrevistando e fazendo biografia de tantos que considero HERÓIS SOCIAIS e bem mereciam uma estátua em cada cidade brasileira. Mande-me seu e-mail para a gente se estreitar, no bom sentido, claro, com essa maravilha que é a tendência literária, que nos torna nobres embora pobres como o véio aqui. Mande brasa!
Parabéns Sr. Carlos Eduardo Santos. Por homenagear esses dois gênios da cultura Pernambucana e do Nordeste. Era garoto e lembro-me bem de ouvir minha mãe e irmãs, nossas tias, nos afazeres das casas, vez ou outra cantarolando músicas incríveis que esses dois ícones comporam, isoladamente e em parceria entre si. Mais significativo se tornava quando apreciavamos aquela voz marcante e inconfundível do grande Claudionor Germano. Cantando seus sucessos.Caramba! Quanto tempo faz! Que tempo bom! Parece que foi ontem. Saudades do que é bom, que atravessa os anos e não perde seu encanto, importância e significado. Meus cumprimentos ao senhor. Sucesso sempre.
Caro Luiz Carlos Freitas,
01 – Parabéns Sr. Carlos Eduardo Santos. Por homenagear esses dois gênios da cultura Pernambucana e do Nordeste.
Não poderemos nos esquecer deles e muitos outros que vão sendo esquecidos na poeira dos tempos.
02 –Era garoto e lembro-me bem de ouvir minha mãe e irmãs, nossas tias, nos afazeres das casas, vez ou outra cantarolando músicas incríveis que esses dois ícones comporam, isoladamente e em parceria entre si.
São recordações imortais que nos enlevam, mesmo que sua idade não alcance aqueles tempos, que já são quase meus.
03 – Mais significativo se tornava quando apreciavamos aquela voz marcante e inconfundível do grande Claudionor Germano.
Visitei ele na semana passada. Está meio cansado, como é natural, pois vive sob o peso dos 86 anos. Botei-o ao telefone com Zezita, viúva de Capiba. Uma festa. Em 1988 publiquei um livrinho, com 137 páginas, descrevendo partes de sua biografia e citando notas do panorâma artístico do Rádio nas décadas de 1950/50, contendo muitas fotografias de artistas. Hoje é uma relíquia – CANTA SE QUERES VIVER. Outro dia vi um numa das Vitrinas Virtuais e quando no dia seguinte fui encomendar, adeus… Hoje só disponho de um.
04 – Cantando seus sucessos. Caramba! Quanto tempo faz! Que tempo bom! Parece que foi ontem. Saudades do que é bom, que atravessa os anos e não perde seu encanto, importância e significado. Meus cumprimentos ao senhor. Sucesso sempre.
Imagino agora se eu fosse você e topasse de frente com um velhote historiador comm um bocado de coisas que podem ser digitalizadas e remetidas sme custo. Mande me dizer o que lhe interessa que talvez possa lhe mandar digitalizada alguma coisa sobre o livro de Claudionor. Use o mail santosce@hotmail.com ou o zap 9.9880.0038 e me informe de onde você me escreve. Vamos estreitar nossa relação literária. Obrigadopor sua leitura e comentários.
Sr. Carlos Eduardo Carvalho dos Santos.
Sinto-me lisonjeado e gratificado por sua gentileza em se manifestar sôbre meu comentário.
Sou Pernambucano de Recife. Tenho vários parentes residindo no Recife e em João Pessoa também.
Lembranças infinitas da nossa infância e adolescência nestas duas capitais.
O senhor tem a idade da nossa querida mãe (nosso amado pai já nos deixou há dez anos). São fontes de inspiração e saber. Testemunhas de um tempo que não se compara com nenhum outro. Mesmo que avance e progrida inexoravelmente.
Tomarei a liberdade, em breve tempo, de contratá-lo através do seu e-mail ou zap. Para recordar tantas lembranças boas da nossa abençoada terra e de missa gente. Obrigado pela deferência. Fique com Deus e sucesso sempre nos seus projetos, nos seus trabalhos e na sua vida. Felicidades!
Desculpe pelo termo “contratá-lo. Obviamente é contatá-lo. Pois não?
Corrigindo uma parte da frase: “nossa abençoada terra e de nossa gente”.
Os caracteres às vêzes me dão uma surra.
Até outra oportunidade.