A PALAVRA DO EDITOR

Poucas coisas parecem deixar mais impacientes os analistas políticos e frequentadores de mesas redondas na televisão do que as pesquisas sobre a aprovação do presidente da república. Os números que registram a popularidade de Jair Bolsonaro deveriam estar em queda – sobretudo depois de nove entre dez cérebros da politologia nacional terem dado como indiscutível e definitiva a derrota maciça que ele teria sofrido nas últimas eleições municipais.

Mas os números estão em alta; o que está em queda são os índices de reprovação. O motivo é que a derrota anunciada não aconteceu, simplesmente, e que Bolsonaro não está na situação de desmanche definitivo que os comentaristas atribuem a ele.

Uma maneira talvez mais prática de se olhar para o “status” atual do presidente é fazer uma comparação com o passado recente. Bolsonaro estaria realmente na miséria descrita pela mídia em geral se estivesse, digamos, na situação em que Dilma Rousseff foi se meter em seu segundo mandato. Mas não está. Basta pensar um pouco. Ele objetivamente não está; desperta a ira dos editoriais, mas parece fazer cada vez mais amigos no Congresso Nacional.

É como nas pesquisas de aprovação: os índices de Bolsonaro sobem entre os congressistas, em vez de cair. Para quem quer o homem fora do Palácio do Planalto, é um problema. Nenhum presidente fica fraco por obter o apoio de senadores e de deputados, por mais viciados que sejam os métodos utilizados para isso.

Também não adianta dizer que Bolsonaro não merece a situação da qual desfruta – ou ficar publicando, dia e noite, tudo o que diz o futuro ex-presidente da Câmara dos Deputados, na sua ideia fixa de falar mal do presidente; ter um comandante “de oposição” como ele é o que qualquer governo pede a Deus e aos 12 apóstolos.

O único problema real para o presidente da República seria a existência, já agora, de um candidato de oposição de verdade – alguém que fosse realmente capaz de arrumar uns bons 70 milhões de votos e vencer, com eles, a eleição presidencial de 2022. Enquanto esse candidato for feito do material que há por aí – “Rodrigo Maia”, “Boulos”, “Doria”, etc. a coisa não sai do lugar. Bolsonaro, nesse caso, está do jeito que quer – sozinho.

5 pensou em “BOLSONARO ESTÁ DO JEITO QUE QUER – SOZINHO

  1. J. R. Guzzo apresentou o dilema dos Isentões. Não dá para ficar criticando Bolsonaro a cada espirro que ele dá, cada canelada, cada palavrão, cada vez que ele sai sem máscara; sem apresentar uma proposta real para o país. Uma proposta real, com partido, com nome e sobrenome de quem se opõe a ele e com qual aliança será feito o governo.

    A população está cheia do mi mi mi do rodrigo Botafogo Maia, da “ciência e prudência” do Dória, dos desmandos dos ministros do STF e de ouvir falar em doença da China.

    Bolsonaro é perfeito? Não, efetivamente não. Já disse aqui e repito, dou nota entre 6 e 7 para ele agora. Mas é o melhor que se apresentou para liderar esta nação para fora dos esquemas viciados que existiram nos últimos 30 anos entre a esquerda fabiana (PSDB) e a esquerda raiz (PT).

    Às vezes dá a impressão, como agora, que ele foi engolido pelo Sistema. Mas existe uma eleição para a presidência da câmara e do senado logo ali. Para ele é fundamental eleger um deputado ou um senador que aceite sua pauta. Bolsonaro disse ontem, passar a PEC do voto impresso já em 2022 é fundamental para suas pretensões.

    Sem voto impresso ele perde no segundo turno, já previu J. Dirceu, o guru das esquerdas.

    • Caro Francisco, já fizeram análise estatística (Brasil Paralelo) que mostra que em 2018 Bolsonaro teria ganho no 1º turno, se não fossem as urnas eletrônicas manipuladas e sem auditoria.

      No segundo turno, a diferença era tão grande que não deu para manipular mais.

      Eles também achavam (ainda acham) que JB por ser “tosco, burro, machista, nazista, taxista…” não duraria muito no cargo.

      Não vão cometer o mesmo “erro” novamente, pois terão muito a perder num 2º mandato do “coiso”, assim como nos EUA não cometeram.

      Vamos aguardar para ver o que acontece.

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