CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

Caro Berto,

Faz trinta e seis anos e cinco meses que minha amada e saudosa mãe foi chamada por Deus.

Antes da definitiva partida, sentiu uma forte dor cardiopática.

Embora eu tenha chegado em tempo hábil ao especialista, ela foi tragada por um infarto fulminante.

Na aflição, eu mesmo a levei, nos braços, do leito de emergência do hospital à cama de ressuscitação.

Infelizmente, nossa amorosa mãe sucumbiu aos tormentosos e longos minutos de afligimento, com apenas 61 anos, em plena efervescência da maturidade.

Deveras enternecido pela irreparável perda, dediquei-lhe, à época, este soneto.

MÃE

Vi minha querida mãe ir-se embora
Agonizando em uma dor pungente
E eu, o que fazer naquela hora,
Se até o médico viu-se impotente?

Como era grande a dor que ela levou
Em seu belo coração que foi embora,
Tão grande quanto a dor que ela deixou
Em nosso pobre coração que inda chora

E o homem de branco todo arrogante
Com ar de quem sabe tudo e pouco faz,
Naquela hora foi insignificante

E hoje só nos resta lamentar
A perda daquela amada que jaz
E só o tempo nos vai acalentar.

5 pensou em “BOAVENTURA BONFIM – FORTALEZA-CE

  1. Caro Boaventura (nome de um querido amigo).

    Sua mãe, assim como a minha olham por nós lá do céu, onde é o lugar das mãoes que amam seus filhos, junto da mãe de todos, Nossa Senhora.

    Belo poema, bela homenagem.

  2. Perdi a minha no final da tarde do último dia de 2019 , tinha mais de 100 anos . falta que faz e tristeza que não acaba .

  3. Prezado Boaventura Bonfim:

    Solidarizo-me com você, diante dessa eterna saudade de sua querida Mãe. Essa dor é infinita. Também sofro dessa saudade imensa, pois perdi a minha Mãe em 1999, e nunca mais meu mundo foi o mesmo. A vida mudou de cor.

    O soneto, bonito e verdadeiro, que você fez em homenagem à sua Mãe me emocionou.

    Um grande abraço e que Deus lhe dê o consolo necessário, para conviver com a saudade!!

    • Obrigado, estimada Violante! Lindas suas palavras. Realmente, “a vida muda de cor”. Fiz esse soneto à época, porém durante mais de dez anos nunca consegui lê-lo até o final. Solidarizo-me com sua dor também. A sorte, Violante, é que nossas Mãezinhas nunca saem de perto de nós, justamente porque ficaram em nosso coração e, por isso, Elas nunca deixam de nos proteger. Fraternal abraço.

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