Um psicanalista famoso, também notável filósofo social, Erich Fromm (1900-1980) escreveu um livro famoso – Ter ou Ser?, editado pela Zahar Editora, onde ele afirma com uma clarividência quase profética: “Pela primeira vez, na História, a sobrevivência física da espécie humana depende de uma radical mudança do coração humano. Todavia, uma transformação do coração humano só é possível na medida em que ocorram drásticas transformações econômicas e sociais que deem ao coração humano a oportunidade para mudança, coragem e visão para consegui-la.”
As nações do mundo principiaram a se reunir com mais frequência nos últimos tempos, buscando encontrar soluções exequíveis para algumas tragédias contemporâneas: a analfabetização mundial, a chocante má distribuição de renda, o aquecimento climático, a intoxicação pelo gás carbônico, a insana multiplicação de ânsias políticas nada maduras, o deplorável saneamento terrestre, um capitalismo autofágico e um esquerdismo nada sedutor e ingenuamente messiânico, um fundamentalismo que busca desacreditar as últimas descobertas das ciências, o desmatamento amazônico, o desrespeito para com povos indígenas, o degelo antártico, além de um individualismo egotista não enxergante e nulamente binoculizador, que mutila as potencialidades de uma indispensável democracia comunitária amplamente redistributiva, favorecendo a emersão de medos e inseguranças múltiplas, elevando mais os atuais índices de criminalidade.
Pediria licença aos fubânicos, já de vida resolvida e 50+, que buscassem ler, ampliando suas criticidades já bem estruturadas, dois livros que muito poderão contribuir para uma orientação mais sadia dos seus derredores profissionais, familiares e comunitários, principalmente de uma juventude que está, no Brasil, na última pesquisa mundial do PISA de cognitividade entre 81 países, na 65ª posição em Matemática, 62ª em Ciências e 62ª em Leitura, numa ampla asneirização cogniiva, facilmente perceptível quando se depara com comentários jumentálicos dos informativos televisivos, das narrações esportivas, das bundalidades expositivas de eventos da TV, das novelostas (novelas bostas) exibidas, a grande maioria delas com excelentes desempenhos artísticos e excrementosos enredos. Eis os livros recomendados, com a devida licença de todos:
a. MEDO DA LIBERDADE, Erich Fromm, Coimbra PT, Edilções 70, 2023, 302 p.
b. REALMAR A ECONOMIA: A ECONOMIA DE FRANCISCO E CLARA, Eduardo Brasileiro (org), São Paulo, Paulus, 2023, 319 p.
Não pretendendo exceder a paciência dos amigos fubânicos, apresento abaixo alguns balizamentos que muito poderão solidificar a PCC – Pensação Crítica Construtiva de todos, favoecendo um 2024 mais edificante, onde poderemos renovar a área política pátria, elegendo gente oensante, binoculizadora, empreendedora e socialmente responsável, sejam homens, mulheres ou LGBTQIA+. Ei-los:
1. Colega não é amigo.
2. Lugar de ex é no passado. E quem gosta de passado é museu.
3. Não insista com alguém que não se esforça para compreender.
4. Coloca o seu amor próprio como prioridade. Só quem rasteja é minhoca.
5. Defenestre da sua vivência as pessoas invejosas e fuxicosas, preguiçosas e não afetivas.
6. Não permita nunca palpites acríticos sobre seu existir.
7. O que os outros pensam é problema deles.
8. Imagine-se sempre em contínua evolução, sempre de olhos voltados para frente e para o alto.
9. Elimine amores pequenos e amedrontados, mesquinhos e interesseiros.
10. Perceba-se sempre uma metamorfose ambulante, buscando mais leituras para novas perspectivas.
11. Perceba que ser é muito melhor que apenas ter.
12. E nunca se esqueça de que “quanto mais negra for a noite, mais radiosa será a madrugada”.
E saibamos todos edificar um 2024 bem muito brasileiro, também mundial, mais humano e menos depressivo, mais gigante e nada desfigurante, culturalmente dinâmico, bundalicamente inexpressivo e educacionalmente paulofreireano, para gáudio dos que fazem os quatro cantos do planeta e a Besta Fubânica.