A PALAVRA DO EDITOR

Um dia, um navegador espanhol, em tempos idos, depois de dias de navegação, aportou sua embarcação num lugar lindo. Abismado por tanta beleza, o navegante resolveu andar pelo local.

Na medida em que andava, apaixona-se cada vez pela descoberta. A cena produzida pela maré era deslumbrante. Endoidava o espanhol. Como se encontrava no estuário do Rio da Prata, o vai e vem da maré provocava um espetáculo fantástico da natureza.

Numa hora, o rio avançava mar a dentro, despejando água doce do rio no marzão. Noutro momento, acontecia o inverso. Era o mar que avançava no Rio da Prata, deixando a água do local salobra.

O impressionante espetáculo da natureza aconteceu em fevereiro de 1516.

O feliz navegante que presenciou a fantástica cena chamava-se Juan Dias de Solis. Então, apaixonado pelo grandioso espetáculo, Solis declarou em voz alta que a Espanha tinha de ser dona da terra descoberta.

A colonização espanhola da Argentina deu-se no ano de 1512, porém a consolidação como colonização espanhola tenha se concretizado de fato em 1776.

Como foi encontrada prata nas mãos de indígenas, a nova terra recebeu o nome de Argentina, que em latim significa o metal prata.

No entanto, as primeiras notícias da presença de pessoas em solo argentino aconteceram há 11 mil anos antes de Cristo. Nômades, vindo do Chile, se estabeleceram na Patagônia.

Dois detalhes, dão destaque à Argentina. É o segundo maior país sul-americano em extensão de terra e o terceiro no campo populacional. Todavia, três países de língua espanhola superam a população da Argentina: México, Colômbia e Espanha.

A federação da República Argentina conta com 23 províncias e uma cidade autônoma chamada Buenos Aires, a capital do país.

Mas, como nem tudo que encanta, se eterniza. A Argentina também experimentou o gosto amargo de fel. De azedume. O que acabou com a Argentina foram os seguidos golpes militares. Esses golpes provocaram, além de prisões e mortes, instabilidade política e diversas crises econômicas, cujos resultados foram catastróficos. Bloqueio do desenvolvimento econômico e social.

O que salvou a Argentina foram os investimentos estrangeiros que permitiram ao país elevar o nível de Desenvolvimento Humano, implantar um bom poder de compra e dispor de alta tecnologia de bens manufaturados destinados à exportação.

Também pudera. No passado, a economia argentina era destaque no cenário internacional. Em 1865, o país detinha a primazia de ser a 25ª economia mais rica, ultrapassando diversas potências: Dinamarca, Canadá, Suíça, Estados Unidos e o Reino Unido. A renda per capita dos argentinos era 70% maior do que a dos italianos. Comparados ao Japão, os argentinos viviam na maior tranquilidade financeira.

É duro verificar como uma economia que detinha o título de ser a 15ª mais rica do mundo até a metade do século 20, cair paulatinamente, graças aos conchavos políticos malconduzidos que empurraram a outrora toda poderosa economia para um estágio de país subdesenvolvido.

Na era Peron até houve uma ligeira recomposição econômica. A nacionalização de indústrias e de serviços estratégicos obteve méritos. Elevou os salários e as condições de trabalho. O país quase atingiu o pleno emprego. A ousadia permitiu inclusive pagar a dívida externa.

Contudo, a partir de 1950 aconteceu a grande desgraça. O excesso de despesas nos Poderes públicos do país ajudou a derrubar a economia. Implantou o caos, deixando a economia anêmica.

Depois da pandemia de agora, então, a situação piorou. A barra pesou demais. Os setores mais atingidos são a construção civil, bares e restaurantes e os serviços domésticos. Até a forte produção de grãos enfraqueceu. A exportação de veículos também sofreu uma brusca freada.

As consequências negativas foram se acumulando. O PIB em junho passado recuou em 19,1%. A taxa de desemprego agigantou-se, marcou 13,1% para uma população economicamente ativa de 11 milhões de pessoas. A inflação, um problema crônico, em 2019 atingiu 53,8%, a pobreza em ascensão, chegou a 40,9% da população, a arrecadação do Estado caiu bruscamente, a dívida externa é crescente e os gastos descomunais do dinheiro público arrombaram os cofres públicos. Arrobaram a arrecadação de impostos.

Para piorar a situação, quase 50 mil pequenas e médias empresas fecharam as portas e as exportações de carros continuam em queda.

Mas, como tudo na vida tem remédio, o governo argentino resolveu reagir contra os males da infernal crise.

A reação começa pelas exportações que terão de aumentar. Pra isso, as autoridades econômicas encontram-se concentradas para achar saídas.

Dentre outras medidas que compõe o pacote de emergência pública, constam aumento tributário sobre propriedades, renegociação da dívida externa, elevação de tarifas nas exportações agrícolas e congelamento de preço cobrado nos serviços prestados pelo Estado.

Resta agora, apenas esperar o resultado do complexo exame e aguardar os efeitos da acreditada receita que, segundo os argentinos devem provocar bons resultados na política de recuperação econômica, em vigor.

10 pensou em “ARGENTINA

  1. Caro Carlos Ivan,

    Esperar que venha uma recuperação econômica através de:

    1- Aumento tributário sobre propriedades,
    2- Renegociação da dívida externa
    3- Elevação de tarifas nas exportações agrícolas
    4- Congelamento de preço cobrado nos serviços prestados pelo Estado

    Só na cabeça de esquerdistas pirados.

    ESSA É A RECEITA DO FRACASSO TOTAL DA ECONOMIA! VÃO SE AFUNDAR DE VEZ!!!

    • Caro Adonis Silveira o melhor é aguardar os resultados com as medidas tomadas seriamente, pois o que falta no Brasil é seriedade política. Esse negócio de endeusar líderes da política é a maior enrolada da paróquia porque, eles crescem e se perpetuam na jogada, enquanto o país se afunda na lama. Agora, uma coisa é lógica, cada pessoa tem o seu direito de trabalhar em ideias. Boas ou ruins. Se ruins, que sirvam de lição para não cair mais na armadilha. \porém, se boas, continuar na jogada para ir melhorando os lances. . . .

  2. Ivan Grozniy, meu caro Ivan
    Cuma cê iscrevi direitim, cabra. ¿Sabes qué?

    Alongo o que escreveu Adônis:
    5-Imposto sobre grandes fortunas na Argentina.
    6-Mais e mais ESTADO nas costas do cidadão argentino.
    7-Reverência à Xiping e Maduro pelo atual governo da argentina.
    8- Enquanto isso, na Argentina…Argentinos nas ruas pela nona vez contra o governo de Aberto Fernández em 2020. Se trató de la novena manifestación en contra de la gestión de Alberto Fernández desde el inicio de la cuarentena. Saíram às ruas os argentinos el 20 de junio, el 9 de julio, el 1°, 17 y el 26 de agosto, el 13 y el 19 de septiembre, el 12 de octubre y el 8 de noviembre de 2020.

    • Caro Sancho Pança sou contra o Estado só tributar os pobres, deixando os ricaços livres para dobrar a suas fortunas, sem investimentos na economia…

      • Caríssimo Ivan,
        ESTADO seja qual for e em todos os hemisférios tributa a todos indistintamente, pois a cada pãozinho consumido lá se vai a cota do governo que nada fez pelo padeiro.

        Sempre os mais ricos pagaram mais impostos, ocorrendo em países como a Argentina a criação de leis (no Brasil também existe, mas não foi posta em prática) da tributação das grandes fortunas, ou seja, um imposto a mais que vai mexer no bolso dos ricaços. Assustar rico nunca foi prudente, pois uma das medidas que imediatamente tomam é partir para outros países onde tal tributo não seja cobrado. ou seja, quem perde é o PAÍS…

        Generalizei sem entrar em grandes detalhes, pois colunistas do gabarito de Adônis, Assuero, León e Bertoluci são mais afeitos aos números da economia, enquanto Sancho resume-se a aplaudir nossos doutos em economia e finanças.

      • Caro Ivan,

        O estado tributar é sempre em detrimento do país.

        Estado é sempre uma maneira que gente esperta encontrou para se locupletar às custas de um bando de otários pagadores de impostos.

        Estado bom é estado morto!

  3. A derrocada Argentina, começou com o governo populista do Coronel Juan Domingos Perón. Agora, com a esquerdalha colocando em ação, suas ideias do atraso, certamente, a Argentina se transformará em um estado pária , quem viver verá.

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