A BELEZA DO VOO
O meu voo é do condor
Prazer na liberdade
Cada pessoa tem seu dom
Eu falo a verdade:
O belo na natureza
É a diversidade.
INSPIRAÇÃO
Qualquer ato inspira
Sem essa de fingidor
Moeda com duas faces
De alegria e da dor
O ato vem de repente
Brota uma semente
Com poder transformador.
A LÁGRIMA DA SAUDADE
Lágrima mais bonita
É a que nos afaga
Nasce de belos risos
De sonho que não apaga
Noção de esperança
Energia que não larga.
TIMIDEZ
Timidez é entrave
Pra se socializar
Imagine ficar só
E não querer conversar
Calar não é consentir
Tem mais que evoluir
Investir no reeducar.
AUTOCONFIANÇA
Ter uma autoconfiança
Põe você em movimento
Com sabedoria e força
Através do discernimento
Se acredita, pode fazer
Se não, é capaz de aprender
Invista no autoconhecimento!
Tive o prazer de ler estes poemas breves que constituem o poder de síntese sem comprometer o entendimento do leitor. Sou focada no autoconhecimento e, atualmente faço um curso sobre esse tema na Conscienciologia. O autoconhecimento serve para as pessoas conseguirem entender como suas emoções surgem e florescem e controlá-las conforme as circunstâncias da vida exigirem. Não é um processo fácil e, com certeza, dura uma vida inteira, pelo menos. O poema “AUTOCOFIANÇA” chamou a minha atenção e faço questão de reproduzir: Ter uma autoconfiança/Põe você em movimento/
Com sabedoria e força/Através do discernimento//Se acredita, pode fazer/Se não, é capaz de aprender/Invista no autoconhecimento!
Grato por seu comentário detalhado sobre o autoconhecimento. Informo que já assisti várias palestras da Conscienciologia no Intercampi de Recife. Tenho o maior respeito pelos assuntos abordados nessa instituição e fiz alguns versos para explicar em palavras simples os fenômemos parapsíquicos. Aproveito para compartilhar um poema sobre o idealizador da Conscienciologia Waldo Vieira:
Tributo a Waldo Vieira
Waldo Vieira desmistifica
Sai do corpo sem se desintegrar.
Psicossoma ao infinito,
Chegando lá vai se albergar.
A velocidade é tão grande
Jato nenhum é capaz de acompanhar.
A distância que ele atinge,
Não há lente capaz de enxergar.
Relatou as suas práticas
De projeções da consciência;
Deixou um novo paradigma
Com bom senso e inteligência.
Saudações fraternas,
Aristeu
O segundo poema do artigo lembrou-me o poeta português Fernando Pessoa porque o poema de sua autoria intitulado Autopsicografia foi publicado em 1932 através do heterônimo de Álvaro de Campos,.que trata brevemente sobre o fazer poético, enquanto o autor destrincha a si mesmo, ao seu próprio psicológico, para demonstrar liricamente a lógica por detrás do pensamento poético. Esse fato me fez destacar o poema breve: Qualquer ato inspira/Sem essa de fingidor/Moeda com duas faces/De alegria e da dor
O ato vem de repente/Brota uma semente/Com poder transformador.
Messias,
Muito obrigado por ler o meu artigo e fazer um ótimo comentário. Fernando Pessoa é um dos mais importantes escritores portugueses do modernismo e poetas de língua portuguesa. Destacou-se na poesia, com a criação de seus heterônimos sendo considerado uma figura multifacetada. Trabalhou como crítico literário, crítico político, editor, jornalista, publicitário, empresário e astrólogo.
Fiquei feliz em saber que meu poema provocou sua lembrança na obra do talentoso poeta Fernando Pessoa, então nada melhor do que compartilhar o citado poema com o prezado amigo:
Autopsicografia
O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Saudações fraternas,
Aristeu
O artigo de hoje destaca poemas curtos e foram inspiradores para quem gosta de ler poesia. Cofesso que fiquei encantada com estes versos cheios de lirismo: Lágrima mais bonita/É a que nos afaga/Nasce de belos risos/De sonho que não apaga/Noção de esperança/Energia que não larga.
Denise,
Agradeço seu comentário sobre o meu poema abordando ser a lágrima bonita e não só triste. Aproveito o mote para fazer breve reflexão sobre lágrimas.
Os humanos são a única espécie conhecida a produzir lágrimas por razões emocionais. A expressão “lágrimas de crocodilo é uma referência à falsa demonstração das emoções de uma pessoa que tem origem na misteriosa tendência dos crocodilos de derramar lágrimas durante sua alimentação.
As lágrimas desempenham papéis importantes além do choro. Elas são benéficas à visão porque lubrificam o olho e limpam ciscos também protegem o olho contra infecções e fornecem nutrição à córnea, a camada externa transparente do olho, que não possui vasos sanguíneos.
Essas informações técnicas não se comparam com o linguajar poético, então compartilho um poema de Florbela Espanca com a prezada amiga:
Lágrimas Ocultas
Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi outras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida…
E a minha triste boca dolorida
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago…
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim…
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!
Saudações fraternas,
Aristeu
A minha personalidade tem o traço fardo da timidez. Há quem esteja tímido em determinadas situações e há quem seja, de fato, tímido ou tenha uma personalidade introvertida. O que determina se isso será bom ou ruim é o impacto que esse comportamento terá na vida da pessoa. Tenho investido muito em superar a timidez e posso dizer com certeza que já melhorei bastante. Esse depoimento para explicar porque escolhi este belo poema sobre timidez: Timidez é entrave/Pra se socializar/Imagine ficar só/E não querer conversar/Calar não é consentir/Tem mais que evoluir/Investir no reeducar.
Dione,
Muito obrigado por suas considerações sobre meu poema em que abordo a timidez. Parabéns por superar sua introversão. Entendo perfeitamente devido a ser tímido e muitas vezes confundem minha inibição com isolamento antissocial ou orgulho.
Acredito ser a timidez uma emoção que afeta a forma como as pessoas sentem e se comportam face aos outros. A timidez pode significar que a pessoa se sente desconfortável, envergonhada, nervosa ou insegura. Às vezes, a timidez pode fazer as pessoas corar, ficar sem palavras ou mesmo tremer em situações sociais.
Compartilho um poema Cecilia Meireles com a prezada amiga que tenho certeza irá apreciar:
TIMIDEZ
Basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve…
– mas só esse eu não farei.
Uma palavra caída
das montanhas dos instantes
desmancha todos os mares
e une as terras mais distantes…
– palavra que não direi.
Para que tu me adivinhes,
entre os ventos taciturnos,
apago meus pensamentos,
ponho vestidos noturnos,
– que amargamente inventei.
E, enquanto não me descobres,
os mundos vão navegando
nos ares certos do tempo,
até não se sabe quando…
– e um dia me acabarei.
Saudações fraternas,
Aristeu
Parabéns, Aristeu, pela excelente postagem, ALGUNS POEMAS BREVES.
Gostei imensamente de todos os seus versos. Mas, destaco:
“A BELEZA DO VOO
O meu voo é do condor
Prazer na liberdade
Cada pessoa tem seu dom
Eu falo a verdade:
O belo na natureza
É a diversidade.”
Desejo a você uma ótima semana, plena de saúde, alegria e Paz!
Violante,
É gratificante receber seu excelente comentário. Gostei muito da sua opinião favorável. Agora tenho a certeza que meu artigo irá agradar aos leitores fubânicos apreciadores de poesia. Afirmo que a inspiração veio do poeta vulcânico Castro Alves (“A praça é do povo como o céu é do condor”). Aproveito esse espaço democrático do Jornal da Besta Fubana para compartilhar um poema da poetisa Cecília Meireles (1901-1964) com a prezada amiga:
VOO
Alheias e nossas as palavras voam.
Bando de borboletas multicores, as palavras voam
Bando azul de andorinhas, bando de gaivotas brancas,
as palavras voam.
Voam as palavras como águias imensas.
Como escuros morcegos, como negros abutres,
as palavras voam.
Oh! alto e baixo em círculos e retas acima de nós,
em redor de nós as palavras voam.
E às vezes pousam.
Desejo uma semana plena de paz, saúde e da inspiração de sempre!
Aristeu
Obrigada, Aristeu, por compartilhar comigo este belo poema da grande poetisa Cecília Meireles (1901-1964) , “VOO”! Poema de extrema profundidade e muito verdadeiro.
Realmente, as palavras voam, como se fossem penas jogadas ao vento, da torre de uma igreja. Depois de soltas, ninguém jamais conseguirá juntá-las, sejam palavras boas ou más.
Desejo a você também, uma semana repleta de paz, saúde e inspiração!
Mais uma vez, parabéns pelos excelentes versos. Você é um grande poeta!!!