O algodoeiro é uma planta milagrosa. Faz o que a política brasileira não prioriza. Movimenta a economia do interior. Cria milhares de empregos no campo. Distribui no meio rural. De tanto melhorar a situação do matuto em épocas de grandes necessidades, o algodão foi batizado de outro branco. Por uma simples razão. Conseguiu revitalizar a cotonicultura no lado pobre do Brasil.
Se bem que a exploração do algodão começou na Europa no período da Revolução Industrial e o Brasil copiou. Foi na onda. Mas, depois que inovaram na implantação de técnicas modernas, o cultivo do algodão, tanto no processo de irrigação, como no de sequeiro tem dado certo.
A tecnologia utilizada atualmente produziu excelentes efeitos. Melhorou a atividade de descaroçar o algodão, aumento da produção e o baixo custo. Ações que incentivam o cotonicultor.
Na linguagem popular, dizem que o algodão é de fato um tipo de tecido de cor branca que cresce a partir de sementes jogadas no campo. Para não perder espaço no cultivo, em face da mão de obra escrava estar desaparecendo, foi criada nos Estados Unidos, em 1972, uma máquina capaz de inovar na extração do tecido da semente de modo técnico. Bem mais rápido do que no sistema manual.
Todavia, coube à Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra a partir de 1760, a iniciativa pela utilização do algodão no mercado produtivo. Introduzir novas teorias econômicas, políticas e sociais que se espalhou pelo mundo.
O mérito trouxe novos avanços tecnológicos ao mundo, especialmente no lado ocidental. Contribuiu para a Inglaterra tornar-se uma potência mundial. Acabar com o trabalho artesanal, ao introduzir o sistema assalariado, motivado justamente pelo emprego das máquinas.
A máquina provocou verdadeira revolução nas técnicas de produção. A mais importante bandeira foi a substituição da força do homem pela superioridade da máquina a vapor. Bem mais concentrada e eterna. Eliminando as tradicionais paradas técnicas que ocasionalmente aconteciam, devido a doenças, estiagens e falta de financiamento no meio rural.
Foram os árabes com sua aprimorada técnica de comercialização os responsáveis pelas vendas dos derivados do algodão através da Europa, por volta do ano 1000 d.C. No entanto, o algodão é conhecido do homem há mais de quatro mil anos. Incialmente, os incas do Peru utilizaram a fibra do algodoeiro. Em seguida, os árabes tomaram conta da comercialização. Todavia, os mexicanos foram os primeiros povos das Américas a manter contato com o algodão.
Quando as atividades de mineração foram perdendo importância no Brasil, as atenções se voltaram para o algodão. Desde os tempos remotos, o algodão já era plantado e comercializado pelos indianos, chineses e egípcios e até por índios americanos.
No Brasil, o algodão é conhecido pelos índios muito antes do descobrimento. Eles já sabiam como colher, fiar, tecer e tingir tecidos com suas fibras. Depois de transformar o algodão em fios, os indígenas fabricaram redes e cobertores. Depois, aprenderam a empregar o algodão para fins medicinais, particularmente na cicatrização de feridas.
A produção comercial do algodão teve início no Nordeste. O primeiro estado a se destacar foi o Maranhão, com a introdução do sistema de plantation. Grandes latifúndios exploravam a mão de obra escrava na monocultura do algodão.
Quando os Estados Unidos se tornaram independentes, o algodão se valorizou. Atualmente, o mundo explora dois tipos de algodão. O arbóreo e o herbáceo. A espécie arbórea tem a planta de tamanho pequeno, porém o cultivo é permanente.
Já a herbácea, devido a motivos específicos, tem a aparência de um arbusto e sua produção é anual. Embora tenham as fibras mais comercializadas no mundo. Este tipo de fibra é resultado de vários cruzamentos.
Contudo, para o consumidor, o importante é saber que do algodão pode fabricar vários tipos de tecidos. Seda, linho, cambraia, tricoline, popeline, chita e brim. Do algodão cru a população compra roupas de jeans e coton.
Também do tecido de algodão cru pode-se comprar bonecas, forro de bolsas, jogo americano, caminhos e trilhos. Em virtude de sua forte resistência, este tipo de algodão é bastante utilizado na produção de embalagens de produtos hospitalares.
O Brasil tira bom proveito do algodão. Da planta, o agricultor aproveita o caroço, e a fibra. Do caroço, que é a própria semente, extrai-se óleo que, inclusive é absorvido na alimentação animal. Já a fibra é beneficiada pela indústria têxtil para a produção de tecidos.
A fibra tem robusta fonte natural e a produção coloca o país entre os cinco maiores produtores mundiais, disputando a liderança com a China, Estados Unidos, Índia e o Paquistão. A produção brasileira é tão forte que nem a praga do bicudo estraçalhou a extraordinária lavoura algodoeira.
O algodoeiro é rigoroso. Adora dias ensolarados e chuvaradas de até 1500 mm anuais. Com o aumento da produtividade, o Brasil em 2019 colheu 2.7 milhões de toneladas de algodão. Coube ao país exportar 1.7 milhão de toneladas de algodão pluma. O restante da produção foi consumida pela indústria têxtil brasileira.
Depois, então, que a cultura se espalhou pela região do Cerrado, que passou a utilizar a biotecnologia para superar os efeitos da seca, a lavoura algodoeira deu grandioso salto. Coloca os estados de Mato Grosso, Bahia e Goiás na vanguarda dos grandes produtores nacionais.
No entanto, cabe ao estado de Mato Grosso defender o título de maior produtor do Brasil, seguido da Bahia, como vice-lider na cotonicultura nacional.
Excelente artigo, meu caríssimo colunista Carlos Ivan:
Tudo que o nobre colunista escreve eu aprendo um pouco, mesmo não sendo da minha área. Sempre levei em considerações as posições claras, objetivas, científicas…
Não discuto o mérito; discuto o que eu parendo.
Meus parabéns por mais esse ALGODÃO!
Caro Cícero brigadão. Saúde e paz.
Correção acima:
AO INVÉS DE: “discuto o que eu parendo, o certo é: DISCUTO O QUE EU APRENDO.
Caro Cícero, entendi perfeitamente. Aquele abraço.
Bom texto , aliá sempre é bom um texto que fala e explica algo de bom sobre o país. Sobre o algodão : fazemos tecidos , óleo , o caroço é utilizado também como complemento alimentar para o gado , e também se gera coisa diferente.
Não sei de muitas , mas uma grande foi na Ásia ,onde rios foram desviados para irrigação de grandes plantações , que dizem ser de algodão e praticamente secou ou o imenso lago de Aral . Um erro de governo .
Daqui cito uma notícia que vi anos atrás no pequeno jornal da época Tribuna do Sertão , em que a matéria tratava do pedido de perdão da dívida dos produtores de Guanambi feito por Prisco Viana salvo erro , e por Antonio Carlos Magalhães . Escrevo isto porque na época a informação circulante sobre a cidade que diziam grande produtora de algodão , deixava estranho saber o porque não havia o mesmo tratamento para dívidas de produtores de outras culturas e em outros estados. Não sei qual foi o resultado , pois deixei de acompanhar , juntei a outras informações sobre atos semelhantes e fiquei quieto . Não sei se é chato escrever isto mas , bendita internet !. Mas isto não afeta o teor do texto que é muito bom.
Caro Joaquim Francisco brigadão pela leitura do texto. Quer saber de uma coisa? Gostei do seu pronunciamento a respeito da situação do algodão pelo sertão nordestino.