Triste e espantado, sem sorriso algum,
Diz, frente ao espelho (velho amigo seu):
– Não, não me diga, de jeito nenhum,
Que tudo passa e que esse aí sou eu…
Quem foi que disse que esse vulto é meu?
Que eu virei “isso”… e que nós somos um?
Por que meu riso, que era tão comum,
Do seu semblante desapareceu?
Será um sonho, um pesadelo, enfim…
Ou foi a idade que passou por mim?…
Responde o espelho: – Disse muito bem!
Por que o tempo, esse carrasco mudo,
Que a todos muda e que transforma tudo,
Não passaria por você também?
José Rufino da Costa Neto, o Dedé Monteiro, pernamucano de Tabira
Caramba! Me serviu como uma luva.
Esse é o meu amigo Dedé Monteiro, o Papa da Poesia.