ARISTEU BEZERRA - CULTURA POPULAR

Salomão pediu a Deus,
Inteligência sem fim.
Saber pedir foi Adão
Esse soube pedir, sim.
Soube pedir, sim senhor,
Quando disse ao criador:
Faça uma mulher pra mim.

Geraldo Amâncio

Eu não falo de mulher
Pois toda mulher é boa
Honesta ou desonesta
Pois mesmo a mulher à toa
Se não prestar pro marido
Presta pra outra pessoa.

Severino Bezerra

Quando a mulher é jogada
Na mais detestável lama,
Recebendo humilhações
Da pessoa que mais ama,
A terra bebe chorando
As lágrimas que ela derrama…

Rogério Menezes

Toda mulher simboliza
Nosso ponto de partida
Pela luz do amor divino
A sua alma é nutrida
E assim seu ventre fecunda
A luz que dá brilho à vida.

Rubens do Valle

Maria, quando eu morrer,
Talvez encontre um rapaz
Que possa tirar-te o luto
Pelos meus restos mortais,
Mas poeta como eu
Talvez não encontre mais.

Josué da Cruz (1904 – 1968)

9 pensou em “A MULHER NOS VERSOS DOS REPENTISTAS

  1. O artigo presta uma bonita homenagem ao Dia Internacional da Mulher com estrofes dos criativos repentistas nordestinos. O Dia Internacional da Mulher é uma data comemorativa que foi oficializada pela Organização das Nações Unidas na década de 1970. Essa data simboliza a luta histórica das mulheres para terem suas condições equiparadas às dos homens. Inicialmente, essa data remetia à reivindicação por igualdade salarial, mas, atualmente, simboliza a luta das mulheres não apenas contra a desigualdade salarial, mas também contra o machismo e a violência.
    Se eu fosse escolher a sextilha ou septilha que mais me impressionou, o meu voto seria na de Rogério Menezes porque a taxa de violência contra a mulher está muito alta.

  2. Vitorino,

    Grato por seu excelente comentário. O Brasil é o 5º país em mortes violentas de mulheres no mundo. Estamos em pleno século XXI, e nada justifica a barbárie contra o sexo feminino.
    O poeta e repentista Rogério Meneses é natural da cidade de Imaculada-PB, porém reside, já há bastante tempo, em Caruaru-PE, onde foi vereador e presidente da Câmara Municipal. Nas últimas eleições foi candidato a deputado estadual, não conseguiu se eleger, mas obteve uma boa votação.
    Certa vez, o talentoso repentista Rogério Meneses estava fazendo uma cantoria e alguém deu o seguinte mote:

    Não existe cidade pra mudar
    Os costumes que eu trouxe do sertão

    Compartilho uma das estrofes glosadas pelo poeta paraibano com o prezado leitor fubânico:

    Eu adoro uma noite de forró,
    Vaquejada, repente e serenata
    Eu odeio essa história de gravata
    Que parece uma corda em meu gogó.
    O mais belo e mais rico paletó
    Eu por ele não troco o meu gibão
    Meu cavalo eu não dou num avião
    Que eu nasci foi pro chão e não pro ar
    Não existe cidade pra mudar
    os costumes que eu trouxe do sertão.

    Saudações fraternas,

    Aristeu

  3. Parabéns pela belíssima homenagem ao Dia Internacional da Mulher, prezado Aristeu Bezerra! Sua postagem, “A MULHER NOS VERSOS DOS REPENTISTAS” reúne versos bonitos e emocionantes, de excelentes poetas.

    Entre eles, destaco:

    “Toda mulher simboliza
    Nosso ponto de partida
    Pela luz do amor divino
    A sua alma é nutrida
    E assim seu ventre fecunda
    A luz que dá brilho à vida.

    Rubens do Valle”

    Um abraço e obrigada pela homenagem!

    Violante Pimentel Natal (RN)

  4. Violante,

    Muito obrigado por seu valioso comentário. Você tem poesia na alma, pois soube escolher uma sextilha belíssima. Rubens do Valle é um dos mais destacados da nova geração de repentistas, e não será nada fácil a responsabilidade de substituir os grandes talentos na arte de fazer versos de improviso, metrificados e com sabedoria.
    Aproveito esse espaço democrático do Jornal da Besta Fubana para compartilhar uma sextilha de
    Rubens do Valle com a prezada amiga:

    A mulher é rosa viva
    Onde o sentimento exala
    O seu olhar é pacífico
    Escuta o que a alma fala
    E os lábios murmuram sonhos
    Depois que a alma se cala.

    Saudações fraternas,

    Aristeu

    • Obrigada, prezado Aristeu, por compartilhar comigo, esta belíssima sextilha do maravilhoso poeta, Rubens do Valle! Adorei!!!
      Um abraço!

      Violante

  5. Aristeu,
    Parabéns pela homenagem ao dia internacional dedicado as mulheres,creio que todos os dias deveriam ser dedicados a estes instrumentos divinos da qual foram escolhidas para gerar a vida. Como mulher-mãe eu sou grata.

    Quando a mulher é jogada
    Na mais detestável lama,
    Recebendo humilhações
    Da pessoa que mais ama,
    A terra bebe chorando
    As lágrimas que ela derrama…

    Rogério Menezes.
    Acredito que na atualidade a terra está encharcada pois é muito triste o que acontece a muitas mulheres ainda gerado pelo machismo e autoritarismo de muitos homens, que esqueceram ter vindo de uma mulher.
    Assim penso.
    Fraterno abraço.
    Carmen.

  6. Carmen,

    Agradeço ao seu comentário com observações importantes sobre o Dia Internacional da Mulher. No dia 8 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher, então, ocorreu-me a ideia de selecionar algumas sextilhas de grandes poetas do repente para publicar no Jornal da Besta Fubana. Concordo com seus argumentos sobre o machismo e o autoritarismo estarem vinculados com o alto grau de violência que sofrem as mulheres em todo o mundo.
    Um dos principais tipos de violência empregados contra a mulher ocorre dentro do lar, sendo esta praticada por pessoas próximas à sua convivência, como maridos ou companheiros, sendo também praticada de diversas maneiras, desde agressões físicas até psicológicas e verbais.
    Aproveito a ocasião para compartilhar uma sextilha do repentista Rubens do Valle homenageando a mulher com a prezada leitora fubânica:

    Feliz dia das mulheres
    A quem possa interessar
    Que Deus encha os corações
    De bênçãos pra transbordar
    Que o ventre seja fecundo
    E deixe o amor brotar.

    Saudações fraternas,

    Aristeu

    • Jesus de Ritinha de Miúdo,

      É gratificante receber o comentário do colega colunista e poeta popular talentoso. Aproveito esse espaço democrático do Jornal da Besta Fubana para compartilhar uma sextilha bem-humorada do repentista Canhotinho (1913 – 1965):

      A minha vista hoje em dia
      Está tão embaraçada,
      Que não vejo mais um vulto,
      Daqui pra li, na calçada,
      Sendo mulher, ainda vejo;
      Mas homem, não vejo nada.

      Saudações fraternas,

      Aristeu

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