Em algumas situações o viés obsceno do palavrão deixa de sê-lo para transformar-se na única e mais adequada forma de expressar uma indignação:
A Lagartixa (ou um Breve Romance Platônico Interrompido):
A lagartixa colhia sobejos
na parede de azulejos.
Por instantes cortejou um inseto,
imóvel, discreto, no alto, no teto.
Platonicamente, tentou subir.
Não conseguiu
e na parede lisa escorregou, caiu.
No chão, vendo que ele sumiu,
apenas vociferou:
– PU-TA-QUE-PA-RIU! …
A largatixa viu retratos
De comidas nos pratos
E ficou contente
Feliz sua gente
Então vou politicos
Espertos, sifilíticos,
No meio Lacerda
E gritou ensandecida,
Sem mais gosto pela vida,
-Deus, Puta Merda.
Dr Zé Paulo,
sábia e pornográfica lagartixa.
Seja ela um Bizerra,
Ou, quem sabe um Carvalho,
Talvez seja um Cavalcanti
No sol quente ou no orvalho
Essa sábia lagartixa
Digo e não admito rixa,
É sabida pra Caralho!
FRANCISCO JOSÉ BIZERRA DE CARVALHO
KKKKKKKKKKKK Xico, lá para as bandas da nossa terrinha, essa lagartixa vira “briba”!
Lembrei da reação de minhas gatinhas ao virem uma libélula orbitando a lâmpada da sala! Ambas no chão, olhando para cima, seguindo os movimentos circulares da libélula e eu ouvindo, nitidamente: “cai, cai, tanajura, da bundinha de gordura”… Quanto a lagartixa pornôfonica…