VIOLANTE PIMENTEL - CENAS DO CAMINHO

Há pessoas insatisfeitas e mal-humoradas, que reclamam de tudo e de todos. Essas pessoas não poupam os ouvidos de ninguém e estão sempre apontando defeitos em alguém ou em alguma coisa. São pessoas irritadas, por natureza. Só se satisfazem, quando provocam alguém e forçam uma resposta contraditória, capaz de dar início a um bate-boca. Geralmente, essas pessoas são mal resolvidas, frustradas, que erraram nas suas escolhas e querem se vingar do mundo. Quando não encontram alguém para Cristo, como se diz no interior nordestino, “dão coice no vento.”

Pois bem. Benício Silva, fazendeiro rico do interior nordestino e engenheiro agrônomo aposentado, era desse tipo. Insatisfeito e mal humorado. Reclamava de tudo e de todos. Dizia detestar política, mas não deixava de ler jornais e revistas, além de não desprezar um bom livro, atual ou antigo.

Com filhos casados e netos, morando fora, o fazendeiro passava a maior parte do tempo na companhia da esposa e dos empregados, e raramente recebia visitas de amigos ou parentes.

Apontava os defeitos do governo federal, estadual ou municipal, dos partidos políticos, ministros, senadores, deputados e vereadores, e até do Papa, Bispos e padres.

Enfim, achava que somente ele era supremo, e que somente ele tinha capacidade de fazer tudo bem feito e de ser honesto.

Depois do almoço, deitava-se numa rede armada no alpendre de sua casa, para ler algum jornal ou revista, mas logo adormecia. À tardinha, se levantava, para fazer sua caminhada no pátio da fazenda, e ao mesmo tempo admirar a passagem do seu enorme rebanho, quando era tangido para o curral.

Enquanto caminhava, meditava sobre o sentido da vida, a criação do mundo, seus arrependimentos e frustrações, sempre atribuindo a causa dos seus desacertos a outras pessoas e à sua falta de coragem na hora de fazer escolhas.

Tinha ideias próprias sobre a existência humana, e chegava a dizer que se tivesse feito o mundo, seria tudo diferente. e não haveria injustiça.

À noite, junto com a esposa, costumava ler a Bíblia, pausadamente, focalizando, de preferência, os Salmos de Davi. Esse hábito sempre existiu, desde a infância dos três filhos (dois meninos e uma menina).

Numa certa tarde, ao fazer sua caminhada pelo pátio da fazenda, Benício, dominado por ideias reacionárias lidas num jornal matutino, se perdeu em pensamentos, revoltado contra as “coisas erradas do mundo”.

Observando a passagem do seu enorme rebanho, achou uma injustiça o boi, que é tão forte e pesado, tem patas, chifres, orelhas e cauda, ser condenado a caminhar sempre na terra, enfrentando a quentura ou a lama, enquanto os pássaros, que são leves, voam livres e soltos, pela amplidão do espaço.

Atrás do rebanho vinham revoadas de pássaros, num espetáculo deslumbrante.

As andorinhas sobrevoaram o pátio da fazenda, chamando a atenção de Benício. Ao vê-las a voejar, Benício chegou a blasfemar:

– Está tudo errado! O mundo foi muito mal feito. Quem devia voar era o boi, que é um animal pesado! E não os pássaros, que não pesam quase nada! Mas são eles que voam, leves e soltos, se locomovendo rapidamente e dominando os ares!

Nesse momento, uma andorinha que voejava sobre o pátio, deixou cair sobre a cabeça calva e descoberta do irritado fazendeiro, alguma coisa que lhe fazia sobrecarga no intestino. Instintivamente, ele passou a mão na cabeça e, olhando seus dedos brancos daquela “sujeira”, caiu de joelhos, pedindo perdão a Deus:

– Perdão, meu Senhor e meu Deus! Quem sou eu para julgar a criação do mundo! Tudo o que no mundo existe foi feito com perfeição, acerto e sabedoria!

Em lágrimas, o fazendeiro levantou-se, limpando a mão, enojado e dizendo:

– Graças a Deus, não foi um boi!…

15 pensou em “A INSATISFAÇÃO

  1. Essa história é muito significativa, minha cara e Divina Violante.

    Fico a imaginar também se Deus desse asas às cobras. Se em pernas elas já são perigosas…

    Deus é muito justo. Sabe das coisas.

    • Fico a imaginar também se Deus desse asas às cobras. Se em pernas elas já são perigosas…

      Há controvérisas, caro João…. Não se esqueça que políticos possuem asas…

      Aproveito o espaço para deixar beijão para a diva maior deste JBF, a dona da sexta fubânica, a nossa Violante.

      • Obrigada pelo generoso comentário, querido Sancho!

        Relembrando a antiga música de Chico Buarque, “lugar de cobra é no chão.”
        Contrariando a vontade de Deus, o homem deu asas à cobra e a cobra voou…e continua voando, espalhando seu veneno”…,rsrs

        Um grande abraço, e um final de semana com muita saúde e Paz!

    • Obrigada pelo comentário gentil, prezado João Francisco!

      Deus não deu asas à cobra, mas os homens deram…rsrs .

      “Deram asas à cobra e a cobra voou…e continua voando, espalhando seu veneno…” (Lugar de Cobra é no Chão- interpretado por Chico Buarque)
      ………………………………………………………………………………………………..

      “É proibido ficar com pena
      de ver a cobra voltar a se arrastar
      Lugar de cobra é no chão
      O céu é dos passarinhos
      Que cantam lindas canções
      Que alegram os corações”…
      …………………………………………..

      Grande abraço, querido amigo! Bom final de semana!

  2. Boa narrativa, Dona Violante. Deve ter sido de uma história assim que surgiu a expressão “chapeu de bosta de boi”, que é como o matuto se refere ao chapeu de couro. rsrs.

    • Obrigada pela gentileza do comentário, prezado Beni Tavares!

      A imaginação do matuto é muito fértil. Daí nasceu a Sabedoria Popular…rsrs

      Bom final de semana!

  3. Belas estória , realidade divertida . A natureza é sábia . Querer mudá-la , podemos , as vezes se faz necessário . Mas ao menor descuido ela vence . Mas o tal fazendeiro não precisa se preocupar se o boi voa ou não , porque o mesmo não se aplica ao preço da carne. Aqui ela não apenas voa como já está chegando na estratosfera . Jeff Bezos gastou dinheiro a toa construindo a Blue Origin , bastaria ter comprado aqui alguns quilos de carne .
    Desculpe a brincadeira , bom fim de semana , com muito churrasco , e se por aí tiver pernilongos ……………………. .

    • Obrigada pelo comentário gentil e divertido, prezado Joaquimfrancisco!

      A natureza é sábia, e sempre procura o que lhe pertence.
      O fazendeiro, ranzinzo e tolo, perdia tempo meditando sobre coisas que ele não podia dar jeito. Ora, se o boi não foi feito para voar, fazer o que? rsrs
      Em compensação, o preço da carne de boi voa igual a uma nave espacial. rsrs…

      Concordo com você. Realmente, “Jeff Bezos gastou dinheiro a toa construindo a Blue Origin; bastaria ter comprado aqui alguns quilos de carne” .rsrs

      Bom fim de semana para você também! Os pernilongos estão de férias…rsrs

  4. Violante,

    Tive um dia com desafios para solucionar, entretanto ao acessar sua coluna diverti-me com seu bem-humorado texto. Há pessoas que reclamam de tudo. Vou contar uma historinha sobre um homem chato.
    Joaquim dos Santos Rodrigues, mais conhecido como Seu Lunga (1927 – 2014), foi um poeta brasileiro, repentista e vendedor de sucata residente em Juazeiro do Norte. Ele se tornou personagem recorrente na literatura de cordel, a ele sendo atribuídas inúmeras piadas sobre seu temperamento mal humorado e ranzinza, transformando-se em um personagem do folclore nordestino conhecido pela falta de paciência nas respostas a perguntas cotidianas. o grande poeta e cordelista Ismael Gaião fez um excelente cordel sobre este personagem, então compartilho com a amiga:

    SEU LUNGA – TOLERÂNCIA ZERO!

    Eu vou falar de Seu Lunga
    Um cabra muito sincero,
    Que não tolera burrice
    Nem gosta de lero-lero.
    Tem sempre boas maneiras,
    Mas se perguntam besteiras,
    Sua tolerância é zero!

    Ao entrar num restaurante
    Logo depois de sentar,
    Um garçom lhe perguntou:
    O Senhor vai almoçar?
    Lunga disse: não Senhor!
    Chame o padre, por favor,
    Vim aqui me confessar.

    Lunga tava na parada
    Com Renata perto dele.
    Esse ônibus vai pra praia?
    Ela perguntou a ele.
    Ele, então, disse à mulher:
    – Só se a Senhora tiver
    Um biquini que dê nele!

    Seu Lunga estava pescando
    E alguém lhe perguntou:
    – Você gosta de pescar?
    Ele logo retrucou:
    – Como você pode ver,
    Eu vim pescar sem querer,
    A polícia me obrigou.

    Pagando contas no Banco
    Lunga viveu um dilema
    Pois com um talão nas mãos,
    Ouviu de Pedro Jurema:
    O Senhor vai usar cheque?
    – Ele disse: não, moleque,
    Vou escrever um poema.

    Em sua sucataria
    Alguém tava escolhendo,
    – Por quanto o Senhor me dá,
    Essa lata com remendo?
    Lunga, sem pestanejar,
    Disse: não posso lhe dar,
    Porque eu estou vendendo.

    E ainda irritado
    A seu freguês respondeu:
    Tudo que eu tenho aqui,
    Eu vendo porque é meu.
    Se o Senhor quiser ver,
    Coisas sem ser pra vender
    Vá visitar um museu.

    Lunga foi comprar sapato
    Na loja de Barnabé
    E um rapaz bem gentil
    Perguntou: é pra seu pé?
    Ele disse: não esqueça,
    Bote na minha cabeça,
    Vou usar como boné.

    Lunga carregava leite
    Numa garrafa tampada
    E um velho lhe perguntou:
    Bebe leite, camarada?
    Ele disse: bebo não!
    Depois derramou no chão.
    – Eu vou lavar a calçada.

    Seu Lunga tava deitado
    Na cama, sem se mexer.
    E um amigo idiota
    Perguntou, a lhe bater:
    – O senhor está dormindo?
    Lunga disse: tô fingindo,
    E treinando pra morrer!

    Seu Lunga foi a um banco
    Com um cheque pra trocar
    Um caixa muito imbecil
    Achou de lhe perguntar:
    O Senhor quer em dinheiro?
    – Não quero não, companheiro,
    Quero em bolas de bilhar.

    Lunga olhou pro relógio
    Na frente de Gabriela
    Quando menos esperava,
    Ouviu a pergunta dela:
    – Lunga viu que horas são?
    Ele disse: não, vi não,
    Olhei pra ver a novela!

    Seu Lunga comprava esporas
    Para correr argolinha
    E o vendedor idiota
    Fez essa perguntazinha:
    – É pra usar no cavalo?
    – É não, eu uso no galo,
    Monto e dou uma voltinha.

    Seu Lunga outra vez pescava
    Quando chegou Viriato
    – Perguntando: aqui dá peixe?
    Lunga disse: é boato!
    No rio só dá tatu,
    Paca, cutia e teju,
    Peixe dá dentro do mato.

    Lunga foi se consultar
    Com um Doutor que era Crente
    Esse logo perguntou:
    – O Senhor está doente?
    – Lunga disse: não Senhor,
    Vim convidar o Doutor,
    Para tomar aguardente.

    Seu Lunga, com seu cachorro,
    Saiu para caminhar
    Um besta lhe perguntou:
    É seu cão, vai passear?
    Lunga sofreu um abalo,
    Disse: não, é um cavalo,
    Vou levar para montar.

    Lunga trazia da feira,
    Já em ponto de tratar,
    Uma cabeça de porco,
    Quando ouviu alguém falar:
    – Vai levando pra comer?
    Ele só fez responder:
    – Vou levando pra criar!

    Lunga foi à eletrônica
    Com um som pra consertar
    E ouviu um idiota
    Sem demora, perguntar:
    – O seu som está quebrado?
    – Tá não, está estressado.
    Eu trouxe pra passear.

    Seu Lunga entrou numa loja
    Lá perto de Itaqui
    – Tem veneno pra rato?
    – Temos o melhor daqui.
    Vai levá-lo? Está barato.
    – Vou não, vou buscar o rato
    Para vim comer aqui!

    Seu Lunga estava bebendo,
    Quando ouviu de Tião:
    – Já que faltou energia,
    Nós vamos fechar irmão!
    Lunga falou: que desgraça!
    Eu vim pra tomar cachaça,
    Não foi tomar choque não!

    Lunga estava em sua loja
    Numa preguiça profunda
    Quando escutou a pergunta
    Vindo de Dona Raimunda:
    – O Senhor tem meia-calça?
    – Isso em você não realça,
    Ou você, tem meia bunda?

    Seu Lunga indo pescar
    Um velho amigo encontrou.
    Depois de cumprimentá-lo
    Seu amigo perguntou:
    Lunga vai à pescaria?
    Seu Lunga só disse: ia.
    Pegou a vara e quebrou.

    Jacó estava querendo
    Apostar numa milhar
    Vendo Lunga numa banca
    Disse: agora vou jogar!
    E foi gritando dali:
    – Lunga, passa bicho aqui?
    – Passa sim! Pode passar.

    Seu Lunga estava doente
    Procurou Doutor Ramon,
    Que começou a consulta
    Já perguntando em bom tom:
    Seu Lunga, qual o seu plano?
    Lunga disse: sem engano,
    O meu plano é ficar bom!

    Lunga tava em seu comércio
    Despachando a Zé Lulu
    Que depois de escolher
    Fava e feijão guandu.
    – Disse: vou levar fubá.
    E o arroz como está?
    Seu Lunga disse: Tá cru!

    Lunga com uma galinha
    E a faca pra cortar,
    Seu vizinho perguntou:
    Oh! Seu Lunga, vai matar?
    Com essa pergunta burra,
    Disse: não, vou dar uma surra,
    Logo depois vou soltar.

    Lunga indo a um enterro
    Encontrou Zeca Passivo.
    – Seu Lunga pra onde vai?
    Ao enterro de Biu Ivo.
    – E Seu Biu Ivo morreu?
    – Não, isso é engano seu,
    Vão enterrar ele vivo!

    Lunga mostrou um relógio
    Ao filho de Biu Romão
    – Posso botar dentro d’água?
    Perguntou o garotão.
    Lunga disse sem demora:
    – Relógio é pra ver a hora,
    Não é sabonete, não!

    Lunga fez uma viagem
    Pra cidade de Belém
    E quando voltou pra casa
    Escutou essa de alguém:
    – Oh! Seu Lunga, já chegou?
    – Eu não, você se enganou,
    Chego semana que vem!

    Lunga levou uma queda
    De cima de seu balcão
    – Quer tomar um pouco d’água?
    Perguntou o seu irmão.
    Lunga logo, respondeu:
    Foi só uma queda, meu!
    Eu não comi doce não!

    Na porta do elevador
    Esperando ele chegar
    Seu Lunga escutou um besta
    Pro seu lado perguntar:
    – Vai subir nesse momento?
    – Não, que meu apartamento,
    Vai descer pra me pegar.

    Se encontrar com Seu Lunga
    Converse, mas com cuidado,
    Pois ele pode ser grosso
    Mesmo sendo educado.
    Eu já fiz o meu papel
    Escrevendo este cordel
    A você, muito obrigado!

    Desejo um final de semana pleno de paz, saúde e alegria

    Aristeu

  5. Obrigada pelo rico comentário, prezado Aristeu!

    Gostei imensamente de conhecer a história de vida de Joaquim dos Santos Rodrigues, mais conhecido como Seu Lunga (1927 – 2014), que se tornou uma figura folclórica, em virtude do seu temperamento ranzinza e “respondão”.

    Não sabia que se tratava de um poeta e repentista brasileiro, que trabalhava como sucateiro e residia em Juazeiro do Norte (CE).

    Seu comentário enriqueceu o meu texto. Obrigada, também, por compartilhar comigo o excelente Cordel , SEU LUNGA – TOLERÂNCIA ZERO, da autoria do grande poeta e cordelista Ismael Gaião!

    Para você também, um final de semana. com muita saúde, alegria e paz!

    Violante

  6. Obrigada pelo gratificante comentário, prezado Aristeu!

    Gostei, imensamente, de conhecer a história de vida de Seu Lunga, poeta e repentista cearense, que se notabilizou no anedotário nordestino, pelo seu temperamento ranzinza e respondão.

    Obrigada, também, por compartilhar comigo o excelente Cordel, SEU LUNGA – TOLERÂNCIA ZERO, do grande poeta e cordelista Ismael Gaião. Adorei!

    Um final de semana cheio de saúde, alegria e paz, para você também!

    Violante

  7. Bela crônica, Violante.

    Quem de nós não carrega em sí um pouco da obsessão de Américo pisca-pisca, o personagem de Monteiro Lobato, da fábula O Reformador do Mundo?
    Nela, Américo achava que a natureza havia falhado em muitas coisas. Ele teria feito de outra maneira. Num déjà–vu de um cochilo, questionou o por que minúsculas jabuticabas se fixavam em grossos troncos e, melancias, tão grandes, ramavam pelo solo. Foi desperto com uma jabuticaba que lhe caiu no nariz. Foi o suficiente para mudar de ideia.

    Todos “enxergam” alguma falha na criação: Por exemplo, eu acho que o Aedes Aegypti não deveria ter embarcado na arca de Noé. (duvido de quem não concordar comigo) Ou até mesmo a serpente Taipan do interior – Austrália. uma picada dela tem veneno suficiente para matar uns 100 seres humanos ou quase trezentos ratinhos.

    Parabéns, musa!

    Bom fim de semana.

  8. Obrigada pela gentileza do comentário, prezado Marcos André

    Ótima lembrança a sua, do personagem de Monteiro Lobato, André pisca-pisca, na Fábula “O Reformador do Mundo”.

    A insatisfação é própria do ser humano. Faz parte do direito de sonhar…rsrs
    Concordo com as falhas “enxergadas por você” no que tange ao Aedes Aegypti, que não deveria ter embarcado na arca de Noé, como também no que diz respeito “a serpente Taipan do interior – Austrália. uma picada dela tem veneno suficiente para matar uns 100 seres humanos ou quase trezentos ratinhos.”
    A minha maior insatisfação é com relação à morte, “angústia de quem vive” (Vinícius de Moraes)

    E repito os versos desse inesquecível poeta, em “Cotidiano nº 2”

    “Às vezes quero crer mas não consigo
    É tudo uma total insensatez
    Aí pergunto a Deus: escute, amigo
    Se foi pra desfazer, por que é que fez?”………………………………

    Grande abraço, amigo! Feliz final de semana!

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