PERCIVAL PUGGINA

A Inglaterra, segundo as palavras de Churchill no famoso discurso de 18 de junho de 1939, teve sua “hora mais esplêndida” (finest time) ao entrar, sozinha, na guerra contra a Alemanha nazista. Os Estados Unidos tiveram sua “hora mais escura” (darkest hour) após o ataque terrorista às Torres Gêmeas e caçada a Bin Laden, retratada no filme Zero Dark Thirty (“meia noite e meia”, no jargão militar americano). E o Brasil está vivendo sua hora mais ridícula nessa CPI da Hidroxicloroquina (HCQ).

Pode o vírus voltar para a China com alvará de soltura porque, bem investigadinho em CPI do Senado brasileiro, não lhe cabe culpa alguma. Aqui, nas palavras de senadores membros da comissão, todas as vítimas, sem exceção, foram causadas pelo governo federal. No Brasil, de covid-19, só se morre pela insistência do presidente em apontar um tratamento precoce indicado mundo afora por médicos com atividade clínica, inclusive em automedicação.

“Mas como – perguntará o estrangeiro visitante, que sequer imagina as peculiaridades da política em nosso país – o governo trocou vacina por hidroxicloroquina? Ela é vendida sem receita médica? No Brasil, decisões terapêuticas não são privativas dos médicos?”

Ora, ora, mister, esclareço eu. Aqui há mentiras badaladas e verdades enxotadas. Se você fizer essas perguntas a um militante de esquerda ele o chamará de gado e esperará que você se afaste mugindo. Exibir discernimento resulta ofensivo em certos ambientes e veículos.

Como era absolutamente previsível, com cinco a seis bilhões de pessoas por vacinar e com os cinco países dos grandes laboratórios consumindo mais de 60% da produção em suas próprias populações, o imunizante é um bem escasso, não disponibilizado em ritmo adequado. Ainda assim, o Brasil consegue disputar o quarto lugar em número de doses adquiridas e aplicadas. Não é apenas de postos de trabalho, bens de consumo e matérias-primas que a pandemia gerou escassez. Vacinas também entram nesse cenário, mas o discernimento exigido para percebê-lo excede a capacidade de muitos militantes nas atuais corregedorias da opinião pública e entre os comissários da verdade.

A CPI da hidroxicloroquina já mostrou onde quer chegar. Ninguém precisa ser atirador de elite para identificar o alvo da artilharia inimiga. Ela quer carimbar uma narrativa unilateral, dando-lhe caráter suspostamente oficial. Em nossa hora mais ridícula, um medicamento que não é vendido sem receita médica virou objeto de ódio político e é o eixo em torno do qual giram os trabalhos de uma barulhenta CPI.

7 pensou em “A HORA MAIS RIDÍCULA

  1. Assino em baixo nobre jornalista, só os alienados não enxergam que essa CPI já nasceu com um alvo já escolhido e as pessoas de bem sabem, agora governadores e prefeitos roubaram a rodo e não podem serem investigados? Tem um certo governador de um estado do Nordeste, filho de uma alta autoridade da CPI que até ameaça prender os depoentes, antes da pandemia só pagava os salários atrasados, hoje paga antecipado, mas a grana não era exclusivamente para saúde? Dá pra entender?

  2. Prezado Luis

    Todas as CPIs nascem através de assinaturas e fatos consumados. Os repasses a governos estaduais e municipais serão investigados por fatos correlatos. Isto é o que está na decisão d SFT.

    Aguarde um pouc para aposr aus assinatura. Daí podes retomar seu discurso.

    Abraços

    • Caro Hipólito, (Se é que é esse mesmo o seu nome)

      VAI SER IMBECIL ASSIM NA PUTA QUE TE PARIU!

      Você extrapola em muito o direito de ser imbecil.

      Faça-nos um grande favor: Enfie no cu todas as suas opiniões imbecis. Não temos o mínimo interesse de ficar perdendo tempo com suas defecadas verbais.

      Passe bem mau!

  3. Não estou discursando pois não sou político, agora defender uma CPI onde as estrelas são mais sujas que pau de galinheiro e que já tem relatório pronto antes do término dos trabalhos, isso chama-se palhaçada e eu não tenho nariz de palhaço. Vc tem razão, deixarei de fazer meus comentário aqui, pois muitas vezes damos holofotes a quem não merece, passe bem!

    • Meu caro leitor Luiz Xavier: aqui quem fala é o Berto, Editor deste jornal.

      Por favor, não deixe de fazer seus comentários. Sua presença por aqui é muito importante e preciosa.

      O fato é que somos uma página aberta e democrática, onde não há moderação de comentários e todas as opiniões são publicadas.

      Mesmo as mais esquisitas e descabidas.

      Peço novamente: continue aqui conosco. Não deixe de participar. Sua participação e audiência são muito importante pra nós.

      Abraços e uma excelente noite de domingo.

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