A “Negona” continua presente em mim
Hoje peço permissão aos leitores-seguidores para falar um pouco de mim, falando da parte que já se foi, mas continua presente no DNA. Incluindo as atitudes diárias e a falta de “frescuras”. Aquela parte que ia direto ao assunto, sem “arrodeios” e sem mimimis.
Vou falar da minha “Negona”!
* * *
I
Hoje, entre beijos, bênçãos, almoços e presentes, muitos comemoram o Dia das Mães – uma festa pagã que a maioria discorda quando já não tem mais o que comemorar. Aprendi na escola, antes de Paulo Freire, que isso tem o nome de “hipocrisia”.
Pois, na parte que me toca a lembrança, ainda está viva na memória, aquela figura de 1,79m tocando com força nos punhos da minha rede, ainda sem a claridade do dia. Depois, aprendi que o nome daquele momento era “madrugada”. Carinhosamente, chamado de “madrugadinha”, ou antes mesmo que o galo cantasse.
– José, acorde. Tá na hora de tomar o purgante!
E era um purgante mesmo, na pior acepção da palavra. Eram duas colheres de sopa do intragável óleo de rícino!
Zulive! Me causa arrepios ainda hoje, só em lembrar.
Tomava o purgante e a bacia colocada debaixo da rede para aparar o mijo durante a noite, já havia sido substituída pelo penico. Era só descer da rede e fazer o serviço. Poucas horas depois, o penico estava cheio de “macarrão vivo”!
Affffmaria! Zulive, de novo!
Mas, aquele solavanco no punho da rede, dado por aquelas mãos fortes, era mais um aviso divino entre tantos que filhos e filhas podem usufruir das mães. É a necessária limpeza do corpo dos vermes absorvidos pela liberdade de andar descalço no quintal.
Melhor ainda que o intragável óleo de rícino, é a lamparina acesa colocada no caminho de cada um – filho ou filha – para iluminar a melhor direção nas coisas da vida.
O nome da criatura que faz isso, que te deu óleo de rícino, que te iluminou o caminho e que te mandou “esfregar bem as orelhas” durante o banho, é “Mãe”!
No meu caso específico, tive a liberdade de chama-la de “Negona”, para ter sempre em resposta aquele sorriso largo, como se estivesse recebendo um buquê das mais lindas rosas e margaridas.
Que falta me faz, hoje, a minha “Negona”!
* * *
II
Elza pariu um casal de filhos. Uma fatalidade surgida no caminho ceifou a vida de ambos, quando cada um já havia posto no mundo três filhos. Ao todo, seis.
Elza viveu anos de saúde e Paz. Viveu como Deus lhe permitiu.
Hoje, domingo, 9 de maio, Elza não usufrui do prazer de ouvir a acariciante palavra “mãe”.
“Vó” – é a palavra que Elza escuta!
O mundo atual dos “politicamente corretos”
Quando compreendermos que o caminho nem sempre é o mesmo para todos, seremos dignos de viver e estaremos prontos para compreender que nenhum momento ou nada será diferente daquilo que o universo divino escreve e reserva.
Pois é meu amigo….tem muitas por aí fazendo falta.
Maurício, a minha me faz muita falta. Só a presença física já seria muito boa. Tenho absoluta certeza que, espiritualmente Ela está entre nós, os filhos e netos.
Caríssimo José Ramos,
Sua crônica, magnifica pelo sentimento que encerra, é enternecedora e expressa o sentimento que você nos transfere por sua personagem.
Gratp pelo momento que v. nos proporcionou.
Atenciosamente,
Carlos Edurdo
Carlos Eduardo, meu Mestre, quisera poder fazer algo além de agradecer a generosidade do seu comentário. Assim, num sentimento de agradecimento e respeito, uso o meu matutês e digo: “aubrigado”!
Isso não é crônica afetiva, Zé Ramos.
Isso é uma inspiração que toca no coração de qualquer ser que tem sensibilidade!
Meus parabéns, meu querido cronista!
A “Negona” tá lá em cima sirrindo emocionada pela homenagem do filho ilustre!
Cícero, louvemos a Deus. Foi Ele quem nos deu a sensibilidade para perceber que a semente do mundo é o amor. E “mainha” também ensinou isso.
O nome da criatura que faz isso, que te deu óleo de rícino, que te iluminou o caminho e que te mandou “esfregar bem as orelhas” durante o banho, é “Mãe”!
A catalã Catharina das Neves Azevedo (pariu Luiz Carlos, Maria Helena e Paulo Roberto), mãe de Sancho, além dos “esfregões de orelha” tinha uma frase que me levou a trilhar o “caminho do saber”. Dizia ela: “A caneta pesa menos do que a enxada”.
E aproveito o dia de hoje para saudar Berto, uma mãezona para todos nós e dona Aline Berto, a supermãe do JBF…
bEIJÃO, zÉ!!!!!!!!!!
Uso o matutês do Zé e digo: “aubrigado” por trazer à memória de Sancho o belo rosto de Catharina!
Este é daqueles dias em que não enxugamos gelo, enxugamos saudosas lágrimas, caríssimo Zé.
San Cho: Arre égua! Tem bixim mais bunitim que fio feio para qualquer mãe? Num tem não. Purisso que Maurino Júnior é lindro! Arre égtua de novo, macho véi.
San Cho: quisera todos nó tivéssemos uma Catharina ou uma Negona ainda viva. Ou, por extensão, uma Quiterinha!
Cê lembrô de dona Quiterinha… Vai fazê Berto chorar…
Vai inundar o Recife….Affffmaria! Zulive!!!!!!
E me despeço deixando um abração para o lindjo lindro Maurino.
A mãe dele talvez tenha dito: “É lindo dimais da conta, mas veio do avesso!!!!” kkkkkkkkk
San Cho: Arre égua! Pelo avesso?! Zulive, mermão!
Quiterinha tá é se rindo-se dessa presepada de vocês.
Berto: D. Quitéria que te ensinou a ser bom, foi? Ou foi D. Aline? Ou foi ainda, Joãozim? Apois me digta quem te ensinou a ser o único ganhador na Roleta do Cu-Trancado?
Se Quiterinha me visse jogando na roleta de Cu Trancado, ela me dava era um cascudo!!!
E tu acha que ela tava errada? Calado! Nem mais um pio!
San Cho: D. Quiterinha não gostava de receber presentes. Ela gostava de dar presentes. Tanto que nos deu Luiz. O Berto!
Fato!!! Incontestável!!!!
Quiterinha para presiden”a” do Céu. Pronto falei!!!!
Dois votos! Pronto. Também falei (e votei)!
Senhores! Senhores! Senhores!
Tem coisa mais bonita e verdadeira do que falar de Mãe?
Eu louvo à Deus e levanto às mãos para o céu. Por termos a nossa mãezinha aqui do nosso lado. Linda e maravilhosa do alto das suas 85 primaveras.
Farei nela, se me permitirem, um carinho, um afago e um beijo para homenagear as mãezinhas dos senhores. Que com certeza, lá do alto, estão à zelar por cada um. Orgulhosas de tê-los como filhos.
Sr. José Ramos. Temos que agradecer ao senhor pela sensibilidade em escrever esse comovente texto.
Já até comentei com o Berto hoje. Aquela máxima, que nossas avós sempre diziam: uma mãe vale por cem filhos e cem filhos não vale por uma mãe. Se fosse nos dias de hoje, nem mil.
Um bom final de domingo para todos.
Luiz Carlos: com certeza os maus filhos não são tão maus por conta do que aprenderam com as mães. Se assim fosse, não existir4iam filhos tão ruins! Hoje, se ainda estivesse no sertão, seria uma tarde todinha de cafunés e cochilos nos colos. Mas, um dia a gente vai ter a sorte de repetir isso. Nem que seja na eternidade.