MARCOS MAIRTON - CONTOS, CRÔNICAS E CORDEIS

É difícil até de crer
Não ter sido por engano
Que alguém veio a cometer
Esse ato vil e insano,
Que foi o de derrubar,
Jogar no chão e quebrar
A estátua de Ariano.

O Mestre Ariano estava
Conosco até outro dia.
E a todos nós encantava
Com a arte da poesia.
Ter sua estátua quebrada,
Covardemente atacada,
O Mestre não merecia.

O seu nome está gravado
Na memória nacional,
Em um lugar destacado
Do cenário cultural.
Pois misturou, sem conflito,
Popular com erudito
Na expressão Armorial.

Mestre Ariano, é bem triste
Ver tua estátua caída.
Mas a cultura resiste
E não se dá por vencida.
Derrubar o monumento
Não apaga o teu talento
Nem tua história de vida.

12 pensou em “A ESTÁTUA DE ARIANO

  1. A indignação é grande, Mestre xará Mairton.

    Suas poesias deveriam constar numa placa junto a estátua do nosso Mestre Ariano.

    Fiquei estarrecido quando assisti ontem a reportagem na TV local.

    Os vândalos ja haviam causado, em abril passado, gratuita destruição num dos principais pontos turísticos do Recife, o Parque das Esculturas, localizado em frente ao Marco Zero da Cidade, obras assinada por um ícone da terra, o artista plástico Francisco Brennand. Muitas pichações e irracionais quebradeiras.

    É de doer o coração. O vandalismo fere fundo a alma de qualquer cidadão consciente.

  2. Isso é vandalismo no seu estágio mais primitivo, quando não existia o estado para reprimir tal ato insano e punir severamente quem o praticou.

    A omissão do estado provoca esse desatino que choca o mundo.

    Ainda bem que o magistral poeta cearense Marcos Mairton eternizou essa essa cena abjeta, mostrando ao mundo o zelo com que o Brasil trata seus ícones do bem!

    Ariano Suassuna está triste!

  3. O cara que, sob qualquer pretexto, vandaliza, depreda e destrói demonstra apenas e tão somente possur neurônios incapazes de sinapses, ocasionando jeguiice irreversível (que polodoro me perdoe), pois será o próprio infeliz um dos que sofrerão com tal ato. Senão, vejamos: a Prefeitura do Recife informou que gasta R$ 2 milhões anualmente para recuperar monumentos, pontes e edificações públicas que são alvo de atos de vandalismo. Ou seja, se o retardado não destruísse, esse dinheiro poderia ser aplicado em melhorias da própria cidade onde a abjeta criatura destruidora vive.

    No início do ano, as estátuas de Ariano Suassuna e do poeta João Cabral de Melo Neto, localizadas na mesma rua, sofreram depredações.

    • Querido colunista fubânico Sancho Pança,

      O nobre cronista tenha a razão que só os grandes sábios sabem decifrar, mas a minha teoria é a de que no Brasil só existe essa impunidade a exaustão porque o Estado é ausente para punir os malfeitores com rigor!

  4. Mestre Mairto, fiquei chocado com esta notícia, até ler tua coluna não sabia deste absurdo.

    Espero que “Uma mulher vestida de sol” apareça e ilumine as autoridades para que identifiquem e punam os autores deste crime de lesa-cultura.

    Quanto os vandalos, nem a “Compadecida” poderá livra-lia das labaredas do inferno!

  5. A depreciação do patrimônio público e cultural, por parte de vândalos, é um desrespeito ao homenageado, seus familiares, amigos e admiradores . Mas, antes de tudo, é uma denúncia contra o poder público municipal, especificamente no que se refere à segurança pública, a quem compete zelar pela cidade e seus pontos históricos.

    Parabéns pelos versos, bonitos e pertinentes, Dr. Marcos Mairton!

  6. Queridos amigos, muito obrigado por me fazerem companhia nesse protesto contra esse ataque injusto e gratuito, não apenas a Ariano Suassuna, mas à nossa cultura.
    Fiquei bem chateado ao saber da notícia ontem.
    A reação de vcs me dá esperança de que os que depredam o patrimônio público e os monumentos que simbolizam nossos valores culturais são minoria.
    Abraços a todos!

  7. Antes de tudo. Temos que enaltecer essa iniciativa tão significativa e marcante de um mestre para outro.
    Parabéns Dr. Marcos Mairton.

    Nikolai Hel. Bem lembrado. O mestre Ariano na dúvida com essa “cultura”. Não sabia se era “punk” ou “funk”. Não é mesmo?
    Mas, a origem ele já sabia, estava na letra: “um cavalo morto, tá sem vida” e “em redor do buraco, tudo é beira”.

    Parodiando o fabuloso Sikêra Júnior. Vamos tentar formar o perfil do(s) vândalo(s).
    Quem quebrou a estátua do Ariano Suassuna: Foi um médico? Foi um engenheiro? Foi um Advogado? Foi um Escritor? Foi um Poeta? Ou foi um cabra safado?
    Tenho certeza que o povo decente e do bem. Conservador, Patriota e Cristão.
    Sabe que foi um marginal. Fruto das sementes podres. Plantadas ao longo de mais de três décadas. De desgovernos, de desserviços, de destruição da cultura e da educação, da moral e dos bons costumes. Cumpliciados com as mídias podres em todo território nacional.
    A cultura do tudo pode, do politicamente correto, do errado tá certo e o certo tá errado.
    Aliado à tudo isso (como aqui, a gente não pode duvidar de nada) quem sabe exista a “indústria” do vandalismo, da depredação.
    Afinal de contas, são 2 milhões de reais por ano… Devaneios à parte.
    Fiquemos com o benefício da dúvida.
    Por termos tão probos e responsáveis representantes, eleitos por todos nós. Não é verdade?

    Quem destruiu a estátua do Ariano Suassuna?

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