MAGNOVALDO BEZERRA - EXCRESCÊNCIAS

Em 1988 fui visitar o representante da nossa Empresa e alguns clientes na região de Caxias do Sul, formosa e hospitaleira cidade do Rio Grande do Sul. Nos quatro dias em que estive naquela linda região serrana gaúcha esbaldei-me com churrasco, pratos italianos e alemães, geleias, doces e todas essas maravilhosas comidas que fazem tão bem à nossa felicidade quanto o S.T.F. faz de mal ao Brasil.

Caxias do Sul, RS

No último dia, já de regresso a Porto Alegre para tomar meu avião para São Paulo, tomei conhecimento de que não havia provado duas especialidades daquela região: cuca e mandolate. Não havia nenhuma delas disponível, mas fui informado que na estrada de Caxias do Sul para Porto Alegre havia tendas que seguramente vendiam tais maravilhas.

Fui firme e animado.

Já na primeira bodega da estrada, para minha sorte, um cartaz anunciava que tinham cuca e mandolate. Parei imediatamente. Entrei. Uma linda potranca gaúcha, “dessas da venta brasina, com cheiro de lechiguana, que quando ergue uma pestana até a noite se ilumina” (como disse o saudoso Jayme Caetano Braun em seu poema ‘Bochincho’), chegou toda gentil e sorridente para me atender.

– Antes de tudo, disse eu, queria saber o que é uma cuca e de que é feita.

– Cuca? Cuca? Ora, cuca? Bem… uma cuca é uma cuca!

– Grato. E o que é mandolate?

– Mandolate? Já vi que tu não é daqui. Deixe-me ver… mandolate… como vou explicar pra ti? Ora, tchê, mandolate é mandolate!

A explicação da linda gauchinha não ajudou muito ou minha atenção não estava mais focada na etimologia. Encurtando o caso, comprei as duas delícias sem maiores discussões, provei, gostei e fui tomar meu avião em Porto Alegre.

3 pensou em “A CUCA E O MANDOLATE

  1. Como gaúcha, descendente de italianos e casada com um alemão, confirmo: cuca e mandolate são delícias inigualáveis!
    Saudade do Rio Grande!

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