PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

A lua banha a solitária estrada…
Silêncio!… Mas além, confuso e brando,
O som longínquo vem-se aproximando
Do galopar de estranha cavalgada.

São fidalgos que voltam da caçada;
Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando.
E as trompas a soar vão agitando
O remanso da noite embalsamada…

E o bosque estala, move-se, estremece…
Da cavalgada o estrépito que aumenta
Perde-se após no centro da montanha…

E o silêncio outra vez soturno desce…
E límpida, sem mácula, alvacenta,
A lua a estrada solitária banha…

Raimundo da Mota de Azevedo Correia, São Luís-MA, (1859-1911)

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