RODRIGO CONSTANTINO

Candidatos à prefeitura de São Paulo participaram do debate promovido pelo Flow Podcast

Mediador Carlos Tramontina advertiu Marçal por três vezes no último bloco

O debate para a Prefeitura de SP nesta segunda foi palco de mais barraco e violência. Desta vez foi o assessor de Pablo Marçal, Nahuel Medina, quem desferiu um soco na cara do marqueteiro de Ricardo Nunes, Duda Lima. A agressão ocorreu após Marçal, que fazia as considerações finais, ter sido expulso do debate por acusar Nunes de crimes e alegar que o atual prefeito seria preso.

Num vídeo que circula nas redes sociais é possível ver Duda Lima rindo neste momento, e quando alguém se aproxima com o telefone filmando, provavelmente o próprio Nahuel, Duda tenta retirar o aparelho de sua mão.

Após o debate, Marçal disse que a agressão começou com Duda Lima. “Ele avançou contra um integrante da minha equipe e, na reação, ele acabou desferindo um soco contra ele”, declarou Marçal.

“Duda Lima precisa ser retirado, ele não pode entrar mais nesses debates, pois ele assumiu as dores do prefeito, que vou prender. Isso é uma proposta de campanha: ele não vai passar ileso. Ele participou dos esquemas de creche”, prosseguiu o candidato do PRTB.

Nahuel Medina compareceu ao 16º Distrito Policial, na zona sul de São Paulo, para prestar depoimento após a agressão a Duda Lima. Ao deixar o local, Medina afirmou a jornalistas que o marqueteiro de Nunes xingou Marçal durante o debate e tentou passar “código” a candidato do MDB. “Eu fui começar a filmar, para mostrar isso, para mostrar como eles agem pelas costas, como eles criam toda essa narrativa e manipulam tudo”, disse Medina.

O videomaker mostrou o peito e disse que estava machucado e que, “na hora, ele [Duda Lima] me olhou e veio segurar e foi com toda força em mim, enfiou a mão dentro da minha camisa”. Para a equipe de Marçal, foi um ato de legítima defesa o soco de Nahuel.

E não foi exatamente essa a narrativa da turma do Datena? A Executiva Municipal do PSDB em São Paulo rejeitou o pedido de expulsão do candidato a prefeito José Luiz Datena (PSDB). O pedido foi assinado por 42 filiados, em razão da agressão contra o candidato Pablo Marçal (PRTB) durante o debate promovido pela TV Cultura, no último dia 15, quando o tucano atirou uma cadeira no concorrente após troca de ofensas entre os dois.

“Após uma análise minuciosa dos fatos, o partido concluiu que as acusações formuladas por alguns filiados eram infundadas, uma vez que o incidente ocorrido durante o debate na TV Cultura não violou, direta ou indiretamente, as normas internas da agremiação. Ademais, na deliberação se firmou o entendimento de que Datena agiu em legítima defesa para repelir a injusta agressão perpetrada por Pablo Marçal”, explica, em nota, o advogado do PSDB-SP e da Federação PSDB-Cidadania, Guilherme Ruiz Neto.

Cadeirada justificada por vários, inclusive por Bolsonaro, que recebeu ligação de Datena o agradecendo depois, e a permanência do agressor na campanha eram um convite a novas agressões, não? Mas se vem do lado “errado” tem prisão em flagrante? Agora o discurso do sistema é que isso é inaceitável? Então só um lado pode agredir? É isso, produção?

O Brasil virou várzea de vez, e a culpa é justamente desse pessoal que relativiza os maiores absurdos quando cometidos contra a direita. Se a esquerda tem um salvo-conduto para cometer crimes, isso vai espalhar uma onda de revolta legítima na população. O povo gosta de justiça, que deve ser isonômica. As regras precisam valer para todos. Caso contrário é apenas tribalismo, onde a tribo dominante faz o que quer com os demais.

Não acho que o soco do assessor de Marçal seja justificável, mesmo sabendo que o tal do Duda Lima é um provocador barato. Assim como não acho que uma cadeirada seja defensável só porque o alvo foi Marçal, outro provocador. Ou adotamos uma régua única, o mesmo critério para todos, ou teremos um vale tudo. O que não dá é para passar pano para a cadeirada do Datena e agora se mostrar indignado com o soco do assessor de Marçal. Isso é pura hipocrisia!

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