DEU NO JORNAL

Leandro Ruschel

Todo processo revolucionário é iniciado através de uma promessa, usualmente a promessa de uma vida melhor, ou de mais “justiça social”, de “igualdade” ou qualquer outro valor que seja caro à maioria das pessoas.

O trabalho do revolucionário é facilitado por dois fatores.

Em primeiro lugar, o mundo sempre foi cheio de problemas e injustiças.

Logo, apontá-las e prometer resolvê-las é muito fácil.

Em segundo lugar, o ser humano tem uma propensão ao vitimismo, movido pela inveja e o ressentimento.

É muito difícil assumir responsabilidade pelos seus infortúnios. Muito mais fácil é responsabilizar outras pessoas, especialmente aqueles que estão numa condição melhor.

O combustível da esquerda é justamente esse ressentimento.

A estratégia é simples: apontar o dedo para minoria rica, e afirmar que tal grupo é responsável pelas agruras dos demais. Como a mediocridade é muito mais comum que a excelência, o único trabalho da esquerda é prometer que os “ricos”, responsáveis pela miséria dos demais, serão perseguidos e terão sua riqueza distribuída

Obviamente, as únicas pessoas que serão beneficiadas no processo não são os pobres ou “oprimidos”, mas sim aqueles que estão à frente do processo revolucionário. O motivo é óbvio: se você reprime e elimina aqueles 20% que produzem 80% da riqueza, o resultado será mais pobreza para todos.

Depois de algum tempo, fica evidente que a promessa revolucionária era uma farsa, quando “acaba o dinheiro dos outros”, como dizia Thatcher.

Neste momento, só há uma forma do grupo que promoveu a revolta permanecer no poder: através do medo.

É criado um sistema de controle das ideias em circulação, em primeiro lugar.
A polícia política passa a representar o cerne do poder.

Na Alemanha Oriental, a Stasi chegou a ter 25% da população como colaboradora. Do outro lado, colaborar com o regime pode garantir um emprego, uma vaga na faculdade, ou um mero prato de comida.

Depois de um tempo, ninguém mais acreditava na promessa comunista, mas era preciso simular a crença. Ou seja, a mentira passa a ser a norma.

O processo é tão diabólico que qualquer verdade passa a ser tratada como a pior mentira, e as mentiras mais deslavadas são alçadas ao status de dogmas religiosos.

Uma sociedade organizada dessa forma vira um verdadeiro inferno.

Não por acaso, são os mais violentos psicopatas que acabam chegando aos cargos de poder, pois eles são os únicos que tem estômago para operar na lógica do sistema.

É exatamente por isso que as pessoas arriscam a vida para fugir de sociedades desse tipo.

Não há registro de alguém tentando pular o Muro de Berlim do lado Ocidental para o lado Oriental, comunista. Também não há um único registro de alguém fugindo de Miami para Cuba, em balsas improvisadas.

Resumindo, a sobrevivência e o acesso a alguma benesse num regime totalitário depende de você baixar a cabeça, mentir sistematicamente, nunca criticar o regime, e ter a sorte de não estar no lugar errado, na hora errada.

Se quiser realmente alcançar um bom posto, terá que demonstrar o apoio incondicional ao partido, chegando ao ponto de defender as piores atrocidades.

Para garantir o controle, o regime estimula o denuncismo entre as pessoas, que pode ser feita pelos motivos mais mesquinhos, como por exemplo, estar de olho no emprego do seu colega, ou na casa do seu vizinho, ou ainda na sua mulher.

Ou seja, a obediência é derivada do medo de ser punido por não apoiar o regime.

A mentira é derivada dessa postura.

Essa lógica é universal.

Em qualquer lugar ou momento histórico em que um regime totalitário foi implementado, foi assim que ele operou.

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