DEU NO X

J.R. GUZZO

A POLÍCIA DA FUNAI E A PAIXÃO TÓRRIDA DE LULA E DO PT PELO ESTADO POLICIALESCO

O poder de polícia da Funai tem como finalidade a prevenção e a dissuasão da violação ou da ameaça de violação a direitos dos povos indígenas

Como os cachorros de Pavlov, que começavam a ficar com água na boca assim que o cientista lhes mostrava num pedaço de carne, o governo Lula tem as suas reações automáticas. Não podem ver uma lei neste país, qualquer lei que os atrapalhe, para serem tomados pelo impulso incontrolável de violar o que está escrito ali. Seu último acesso é a decisão, tomada agora na alta cúpula presidencial, de criar uma polícia com autoridade para agir em questões que afetem os “territórios indígenas”, a Polícia da Funai.

Não pode. As áreas indígenas, ou que são descritas como tal, ficam dentro do território do Brasil – e aqui dentro no Brasil, pelo menos enquanto o Supremo não “formar maioria” dizendo o contrário, o governo não pode ir inventando polícias como inventa ministérios, inclusive o “do Índio”. Polícias são órgãos permanentes do Estado para a proteção da ordem pública, com funções judiciais previstas na Constituição. São parte integrante das instituições nacionais, e seu funcionamento está sujeito a leis que têm, obrigatoriamente, de ser aprovadas pelo Congresso. A nova “polícia indígena” que o governo acaba de anunciar não é nada disso.

O absoluto pouco caso do governo diante da lei, resultado direto da criação, por parte do STF, da prática segundo a qual a violação da ordem jurídica deve ser aceita (e recomendada) para se “defender a democracia”, fica evidente nessa sua última ideia repressiva. Para fazer o que estão querendo, Lula e o seu Estado-Maior decidiram dar poderes de polícia a uma fundação, nada menos que isso – a Fundação Nacional do Índio, a Funai. Por que não fazer a mesma coisa, então, com a Fundação Ford, ou a Fundação de George Soros, ou alguma dessas ONGs apátridas que já governam porções inteiras do Brasil?

A natureza pavloviana do governo não se limita, no caso, à fixação em desrespeitar a lei. É mais uma oportunidade para se considerar a paixão tórrida de Lula, do PT e do seu entorno pela polícia. Desde o primeiro dia de governo, todos ali saíram do armário e assumiram a obsessão histórica que a esquerda tem com a ideia de resolver tudo tocando a polícia em cima.

Ninguém gosta tanto, como eles, de discursar no mundo do palavrório contra a “bancada da bala” – e, no mundo das coisas práticas, viverem encantados, agora que mandam, com as oportunidades de reprimir. O que amam, mesmo, é o camburão da Federal, o inquérito, a “delação premiada”, o interrogatório, a Papuda, o Xandão.

Num país em que o grande herói da esquerda é Alexandre de Moraes e a sua organização mais admirada é a Polícia Federal, só se poderia mesmo esperar a Polícia da Funai.

DEU NO X

CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

LAUDEIR ÂNGELO - A CACETADA DO DIA

SEVERINO SOUTO - SE SOU SERTÃO

DEU NO X

PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

MOCIDADE – Florbela Espanca

A mocidade esplêndida, vibrante,
Ardente, extraordinária, audaciosa.
Que vê num cardo a folha duma rosa,
Na gota de água o brilho dum diamante;

Essa que fez de mim Judeu Errante
Do espírito, a torrente caudalosa,
Dos vendavais irmã tempestuosa,
– Trago-a em mim vermelha, triunfante!

No meu sangue rubis correm dispersos:
– Chamas subindo ao alto nos meus versos,
Papoilas nos meus lábios a florir!

Ama-me doida, estonteadoramente,
O meu Amor! que o coração da gente
É tão pequeno… e a vida, água a fugir…

Florbela Espanca, Vila Viçosa, Portugal (1894-1930)

DEU NO JORNAL

USAID, PROJETO GLOBALISTA

Leandro Ruschel

Ao longo da Guerra Fria, os Estados Unidos travaram uma luta em todas as frentes contra o projeto político mais diabólico da história humana. Por mais erros e abusos que os americanos tenham cometido ao longo desse conflito, não há comparação possível entre os dois sistemas de governo.

Uma breve comparação entre os países que adotaram o modelo americano e aqueles que caíram sob o jugo comunista demonstra a superioridade do primeiro. O Muro de Berlim era o símbolo máximo dessa diferença. Não há registro de alguém que tenha fugido da Alemanha Ocidental para a República “Democrática” Alemã.

Com a queda do Muro, surgiu a expectativa de transformar o mundo em um conjunto de nações livres, capazes de negociar e prosperar além da imaginação. Um historiador chegou até mesmo a chamar esse momento de “o fim da história”.

Mas havia um problema: em um mundo assim, o que aconteceria com a gigantesca burocracia criada no Ocidente para combater os soviéticos? Na Europa, em que já havia um pendor maior para o socialismo “democrático”, a transição foi mais suave, absorvendo a “consciência social” soviética, mesclada a um suposto “livre mercado” e à promessa de manter direitos humanos fundamentais, incluindo a liberdade de expressão.

Não demorou para que essa mesma ideia de socialismo “democrático” infestasse a esquerda americana e até parte do Partido Republicano. O problema é que o socialismo nunca funcionou e nunca funcionará em escala global, pois sempre desemboca em um arranjo totalitário, no qual as elites reprimem o povo quando “o dinheiro dos outros acaba”.

Para piorar, a China — que os globalistas acreditavam ser uma parceira para a construção de um admirável mundo novo — reformou seu próprio comunismo para acomodar uma maior liberdade de mercado e, com financiamento ocidental, criou um projeto alternativo para o mundo, uma espécie de repaginação da URSS.

Diante disso, os socialistas “democráticos” dos dois lados do Atlântico decidiram pôr fim às liberdades fundamentais para neutralizar a suposta ameaça do “populismo autoritário”, representado por movimentos como o Brexit, Trump e Bolsonaro, entre outros. Tais movimentos são releituras do antigo modelo americano, baseado em Estado limitado, iniciativa individual e moralidade cristã.

Todo o aparato estatal construído durante a Guerra Fria — e inflado pelo estado de bem-estar social — deveria agora ser direcionado para promover a agenda política radical da esquerda, com fins de controle social. Nesse contexto, surgem o identitarismo pós-marxista, a ideologia de gênero, o ambientalismo radical e, sobretudo, a censura em massa. O controle do fluxo de informações é fundamental em qualquer projeto totalitário.

O surgimento da internet e o crescimento das redes sociais retiraram das mãos dessa burocracia o controle do fluxo de informação, antes monopolizado pela mídia tradicional, aparelhada pela esquerda há décadas. Daí a necessidade de “regular” as redes sociais de todas as formas possíveis, com um único objetivo: censurar, criminalizar e fazer desaparecer qualquer oposição ao projeto socialista global.

É nesse ponto que entra um dos pilares desse arranjo, a USAID, agência formalmente independente para ajuda humanitária global, mas na prática um braço de ação do Departamento de Estado e de outras agências de inteligência americanas, teoricamente voltadas à segurança nacional.

É esse pessoal que criou o que Mike Benz chama de “Show de Truman”, em referência ao filme em que o protagonista vive toda a sua existência dentro de um reality show sem saber. Foram destinados dezenas de bilhões de dólares, nos últimos anos, ao esforço de impor a agenda da esquerda e criminalizar qualquer oposição, levando adiante o projeto globalista, por meio de bolsas acadêmicas, subsídios para jornalistas e veículos de comunicação, financiando milhares de ONGs, empresas e governos.

As digitais de bilionários globalistas, como George Soros, já eram claras nesse processo. Agora se vê que a gigantesca estrutura do Estado americano também foi usada para o mesmo fim — pasmem — contra os interesses do próprio país. Em outras palavras, nos EUA, uma elite “progressista” inescrupulosa tomou conta da máquina estatal para operá-la em benefício próprio e viabilizar um projeto de poder em escala global.

Nos últimos anos, a face mais nefasta desse projeto foi a busca pela censura em massa na internet, com a imposição de sistemas de “moderação” nas redes sociais, a criação de leis e regulações para fins de censura, tudo isso legitimado por uma imprensa aparelhada. O Brasil talvez seja o melhor exemplo do sucesso desse arranjo.

Quando Trump venceu pela primeira vez, ele não tinha plena consciência do inimigo que enfrentava, e o sistema usou sua máquina de moer carne para destruí-lo. Não só falharam nesse propósito, como sofreram uma derrota retumbante. Agora, Trump sabe exatamente o que precisa ser feito e trabalha para desmontar o Deep State.

O Brasil, sempre esse canto meio esquecido do mundo, não ficaria de fora do projeto. Em certa medida, só temos hoje um “Descondenado” na Presidência por conta disso, ao lado da consolidação de um regime de exceção, com censura e perseguição em massa à direita.

O maior risco, nesse processo de reconstrução dos EUA, é a abertura de espaço para outros projetos totalitários, como o europeu ou o chinês, que atua em parceria com a Rússia. A operação de manipulação da opinião pública já está a todo vapor nas esteira das últimas revelações, pintando os EUA como uma “força imperialista exploradora” e, assim, jogando fora o bebê junto com a água do banho. Há, inclusive, setores da direita que defendem um governo grande e autoritário, desde que isso represente um suposto conservadorismo, com uma simpatia mal escondida pela brutal ditadura russa.

De qualquer forma, isso talvez seja um problema menor no momento, pelo menos no Brasil, que enfrenta a existência de presos políticos, censura e repressão sistemática. A direita brasileira precisa expor a influência da elite globalista nesse estado de coisas. Não adianta discutir outros temas, como eleições presidenciais, enquanto o país não voltar a ser minimamente livre.

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