Hoje vos levo a conhecer uma pequena parte da história da família Semyonova, originária da Rússia, que, conseguindo fugir daquele país nos momentos mais difíceis, foi praticamente trazida pelos ventos fortes, e acabou encontrando abrigo-esconderijo no Ceará, mais propriamente na Serra da Ibiapaba.
Ali, quando os Semyonova chegaram (o casal, Yury e Eugene), com as dificuldades naturais do idioma falado, com poucos recursos financeiros, surgiram as primeiras conquistas: a liberdade e a paz. Foram recebidos na pensão de Dona Dica, viúva e proprietária de alguns hectares de terra, na serra e num local pouco visto e ainda menos visitado. Era o lugar ideal para o casal russo. Abro um parêntesis nesta história que tem muito pouco ou quase nada de estória – aproveitem para ir ao banheiro e/ou apagar o fogo da panela para não queimar o arroz importado da China – para lembrar aos que têm mais 50, o maravilhoso filmes “Os girassóis da Rússia” dirigido por Vittorio De Sica, protagonizado por Marcello Mastroianni e Sophia Loren, que retratou um antes, um durante e um pós-guerra que o amor ajudou a amenizar as dores e os traumas.
Girassol e suas sementes
“O girassol (Helianthus annuus) é uma planta anual da família das Asteraceae, gênero Heliantheae. Está situado na tribo Heliantheae, subtribo Helianthinae. É cultivada pelo seu óleo e frutos comestíveis. O nome é derivado do formato de sua inflorescência.
É caracterizada por possuir grandes inflorescências do tipo capítulo — com aproximadamente 30 cm de diâmetro — cujo caule pode atingir até 3 metros de altura e apresenta filotaxia do tipo oposta cruzada. O girassol mais alto já registrado chegou a 9.17 metros.
Os girassóis são plantas originárias da América do Norte cultivada pelos povos indígenas para alimentação, foram domesticadas por volta do ano 1 000 a.C. Francisco Pizarro encontrou diversos objetos incas e imagens moldadas em ouro que fazem referência aos girassóis como seu deus do Sol.
Dos seus frutos, popularmente chamados sementes, é extraído o óleo de girassol que é comestível. A produção mundial ultrapassa 20 milhões de toneladas anuais de grão. A semente também é usada na alimentação de pássaros em cativeiro além de ser uma das mais utilizadas na alimentação viva.
A sua flor é comercializada como flor de corte. Existem dois grupos de variedades importantes: uniflor com haste única e uma flor terminal; multiflor com flores menores que com ramos desde a base que são mais utilizadas na confecção de bouquet.
A semente do girassol tem sido utilizada no Brasil na produção de biodiesel. Tem sido também uma boa alternativa para alimentação de gado, em substituição a outros grãos.
Os girassóis foram tema na série de pinturas de Van Gogh, da qual Doze Girassóis numa Jarra faz parte. (Essas informações técnicas e qualitativas foram extraídas do Wikipédia)”
Vencidas as primeiras dificuldades normais de estarem num lugar estranho, com dificuldade de entendimento na linguagem, Yury e Eugene conseguiram um bom atendimento de Dona Dica, e se abancaram. Ficaram. Convenceram a proprietária em lhes confiar a venda de parte daqueles hectares – que seria paga no “correr dos dias”.
Garantiram também, que, enquanto o novo lar não lhes permitisse morar, ali seria a casa deles e também o local do antepasto.
Pois Yury se preparou para desbastar a área adquirida preparando-a para semear. A garantia da alimentação na pensão de Dona Dica, abriu a possibilidade para que, as sementes de girassol que carregavam para “matar a fome” durante a fuga desde a Rússia, servisse para o início tentador de uma nova cultura.
Eis que apareceu aquela velha vaticinação: “quando alguém fecha uma porta, Deus abre uma nova janela”.
Plantadas as sementes, Yury foi beneficiado pela chuva que facilitou o nascimento e o crescimento da semeadura. Antes mesmo da chegada da primavera, a área plantada foi transformada num atrativo da Serra da Ibiapaba – um campo extenso, e amarelecido por igual. Coisa de Deus. Claro!
“O óleo de girassol é uma gordura saudável rica em vitamina E, uma vitamina com potente ação antioxidante e cicatrizante, fortalecendo o sistema imunológico, prevenindo o envelhecimento precoce e ajudando na cicatrização de feridas.
Além disso, o óleo de girassol também contém ômega 3, ômega 6 e ômega 9, que são gorduras saudáveis com ação anti-inflamatória e antioxidante, que ajudam a diminuir o colesterol “ruim”, o LDL, evitando doenças como aterosclerose e derrame.
Obtido através das sementes de girassol, esse óleo pode ser usado para temperar saladas, e no preparo de alimentos grelhados, refogados ou assados. Além disso, o óleo de girassol também é aplicado na pele e nos cabelos ou usado na forma de suplemento em cápsulas.
O óleo de girassol extra virgem é um produto de alta qualidade que oferece inúmeros benefícios para a saúde e o bem-estar. Produzido a partir das sementes de girassol cuidadosamente selecionadas, este óleo é prensado a frio para preservar todas as suas propriedades nutritivas e sabor delicioso”.
O campo cresceu. Os benefícios chegaram, mas trouxeram consigo os problemas. Preocupados com o futuro e as benfeitorias, Yury e Eugene não queriam “deixar para trás aquela conquista dada por Deus”, quando voltassem ao barro e chegassem em Pasárgada. A solução preventiva foi a adoção de Margarida, uma menina que, na época tinha menos de um ano de nascida. Foi, sabe-se, o anjo que Deus resolveu colocar naquele imenso jardim de girassóis e na vida do casal russo.
A notoriedade trazida pelo imenso jardim de Deus, acabou por ajudar a descobrir e localizar Yury e Eugene, fugitivos da Rússia. Foi feito um acordo entre os governos russo e brasileiro e o casal foi levado de volta para a terra de origem, Mologa, antes, “impondo uma condição”: que Margarida ficasse. Até porque, Margarida era adotada e brasileira.
O tempo passou e nunca mais se soube de Yury e Eugene. Na Rússia muito mudou. Mas, na Serra de Ibiapaba, a mudança foi o crescimento do campo de girassóis, seus frutos e benefícios das sementes e das flores.
Anos depois, descobriu-se, também que, todo ano Margarida viaja para Mologa, na Rússia, levando consigo sementes (que semeia) e uma muda de girassol, que coloca ao lado da lápide do casal Yury e Eugene.
A coisa nem aconteceu e o ativo STF, via ministro Luís Roberto Barroso, já disse que eventual anistia a condenados pelo 8 de janeiro pode ser revista pela corte, que é “quem interpreta a Constituição”, afirmou.
* * *
O Congresso, composto por parlamentares eleitos pela população e que criou e aprovou a atual Constituição em 1988, que se dane.
Quem manda nessa republiqueta banânica são os togadas.
Esta é a suprema decisão.
E pronto.
Perdeu, Mané!
Ulysses Guimarães quando foi aprovada a Constituição de 1988
Há muito tempo a violência no Brasil se mantém com índices elevados, constituindo-se na principal catástrofe social e humanitária do país. Se somados, os crimes contra a pessoa humana, sua integridade física, sua vida e seu patrimônio – a exemplo de homicídios, furtos, roubos, agressões físicas e maus-tratos – são alarmantes. Não só a quantidade de atos violentos contra pessoas constitui grande catástrofe como as estatísticas são subestimadas em função dos casos não notificados e, portanto, desconhecidos.
No caso dos homicídios, reportagem do Jornal da Globo de 29 de abril de 2014 – portanto, há dez anos – com o título “A maioria dos crimes no Brasil não chega a ser solucionada pela polícia” informa que, de cada 100 crimes no país, mais de 90 nunca foram resolvidos. Em 3 de agosto de 2022, a plataforma Expresso, do jornal O Estado de S.Paulo, dizia que apenas um em cada três assassinatos cometidos em 2019 no Brasil havia sido esclarecido até o fim de 2020: de 41.635 homicídios, somente 15.305 tiveram o autor apontado pelos órgãos de investigação. Não é necessário mais que isso para concluir que o problema da violência contra a pessoa humana é extremamente grave e a sociedade, embora cansada, acabou se acostumando com essa realidade dramática de forma a negligenciar a busca de meios para atenuar a tragédia.
O nível de violência tornou-se tão extremo no Brasil que, mesmo quando comparado com países não desenvolvidos, a situação brasileira é pior, sem que isso tenha causado comoção e intolerância com a manutenção desse estado de coisas. O fato de a quantidade de vítimas dos vários tipos de violência ser altíssimo e o porcentual de casos apurados e punidos ser mínimo é facilitado pela redução da indignação e pela baixa mobilização popular para protestar e exigir medidas que combatam este mal.
A violência tem efeitos que vão além das tragédias humanitárias. Atinge a vida social, sabota a liberdade de ir e vir, impõe custos econômicos, traz ônus ao sistema de saúde e prejudica o desenvolvimento nacional. Numa época em que a busca da felicidade pessoal virou tema de cursos universitários e teses de doutorado, a existência de uma sociedade do medo, em que as pessoas evitam andar pelas ruas, sentar nos bancos de praças ou passear à noite, atormentadas pelo medo e pânico advindo das ameaças de violência, é um problema calamitoso que deveria estar no entre as principais preocupações e prioridades do governo, dos governantes e da sociedade em geral.
Quanto aos prejuízos financeiros e inibição ao crescimento econômico, o tamanho das perdas é visível, a começar pela constatação de que, mesmo com tantas belezas naturais em um território imenso, o Brasil deixa de faturar bilhões de dólares e prejudica a geração de empregos em função do baixíssimo fluxo de turistas estrangeiros. O setor de turismo tornou-se uma gigantesca fonte de renda e emprego em todo o mundo e, por ser conhecido no exterior como um país perigoso e violento, o Brasil tem desempenho ridículo nesse setor. Como exemplo, basta mencionar que, apesar de seu gigantismo territorial e 203,1 milhões de habitantes, o Brasil recebe menos turistas estrangeiros anualmente do que algumas cidades, como Nova York ou Paris. Mas este é apenas mais um problema entre tantos que respondem pelo grande mal humanitário imposto às famílias vítimas da violência e prejudicam a economia nacional.
Pelos dados oficiais, conforme já mencionado, o Brasil tem sido ineficiente tanto na prevenção como na solução dos diversos atos de violência, especialmente em relação aos homicídios. Mesmo assim, o país gasta elevado porcentual da renda nacional e dos tributos pagos ao governo para manter o sistema de policiamento, prevenção, investigação, apuração, processamento, julgamento, condenação e encarceramento dos autores de crimes e ilícitos diversos. Uma frase resume o tamanho do flagelo resultante da violência no país: o Brasil está perdendo a guerra contra o crime.
Nesse emanharado de tragédias, cabe destacar a derrota para as drogas e para o crime organizado. As nações latino-americanas que perderam a guerra contra o narcotráfico transformaram-se em verdadeiros narcoestados, em que os cartéis de criminosos comandam a política e frações da polícia e do sistema de Justiça. No momento em que isso acontece, está descartada de vez qualquer possibilidade de o país vencer o subdesenvolvimento e reduzir a pobreza para sonhar com a chance de vir a ser um país desenvolvido. Ao acostumar-se a conviver com o mal, a sociedade passa a tolerar a violência, até como meio de aliviar a dor de viver em uma nação violenta e perigosa. Porém, isso não deve impedir a sociedade de se indignar, se manifestar e se mobilizar para cobrar que políticos, governos, autoridades e instituições em geral transformem o combate à violência e ao crime como uma das prioridades nacionais.
Eu sempre achei o instituto da Medida Provisória uma grande besteira, mas eu sou um sonhador. Eu achava que bastava o congresso para legislar, fiscalizar o executivo e o judiciário dirimir dúvidas constitucionais. Pelo menos era isso que prometia a constituição de 1988 e, por essa razão, achava que a MP seria algo desnecessária. Que sonho ver o executivo e o legislativo trabalhando em projetos que beneficiassem a população.
A realidade é outra. Considerando as medidas provisórias dos governos anteriores, em termos proporcionais de conversão em lei, nós temos o seguinte: FHC, 82,5%; Lula 1, 90,4%, Lula 2, 83,2%, Dilma 1, 74,5%, Dilma/Temer, 63,1% e Bolsonaro, 47,1%. A desproporcionalidade de aprovações do governo Bolsonaro em relação aos demais é absurda. Em termos absolutos foram 70 MP’s com, aproximadamente, 33 aprovações. É fácil explicar: tudo que o governo fazia era alvo de contestação no STF. Ao contrário dos demais governos que sempre tiveram o STF a seu favor.
Então, nesse sentido cabe duas falar tanto das leis criadas pelo STF quanto das medidas provisórias do governo. A mais recente obra do STF foi diferençar usuários de maconha de traficante. Aquele que portar 40g de maconha é usuário e não traficante. Se o caro for até a boca de fumo 50 vezes para comprar 40g, então ele terá 2kg, mas continua usuário. Eu lembro bem de uma cena do filme Tropa de Elite quando uns usuários de maconha estavam numa passeata pela paz e o policial tira um deles segurando pelo pescoço dizendo que eram eles que financiavam o tráfico.
O problema não é ser 40g. O problema é ser droga e diga-se, é um tipo de droga que serve como porta de entrada para outras mais pesadas. Quando se começa, não tem mais volta. O acesso vai permitir mais liberdade de uso e num breve espaço de tempo, o comércio da maconha será regulamentado, com alvará de funcionamento, CNPJ etc. Eu entendo que a única parcela da população a ser beneficiada é o tráfico. Como algo dessa natureza trará benefício para o população pobre? Bem, como disse Rui Costa, certa vez, o tráfico é uma forma de empreendedorismo porque tem uma cadeia produtiva envolvida, tem gente trabalhando duro nessa seara.
Sobre as medidas provisórias, falei aqui recentemente sobre a “taxa das blusinhas”, que virou lei e foi sancionada pelo presidente, e de outra medida provisória que cancelava a compensação de outros impostos via PIS/CONFINS. Era como se o governo não tivesse obrigação de restituir o que você pagou a mais de imposto de renda. O objetivo aqui é falar de outra MP emitida no dia 12/06, mas para isso, um pouco de contextualização.
A Amazonas Energia estava sendo ofertado no mercado desde maio de 2023 e não aparecia ninguém disposto a fazer uma proposta. O motivo era relativamente simples: passivo de R$ 9 bilhões e inadimplência junto a Eletrobrás de R$ 150 milhões por mês. Vou dizer de novo: R$ 150 MILHÕES POR MÊS. Até que surgiu um comprador: A Âmbar Energia cujos donos são Joesley e Wesley Batista, aqueles mesmos que entregaram Temer, os “300 milhão” para Lula e Dilma, que ficaram ricos enviando linguiça no povo, no escuro, e agora vão enfiar linguiça no claro.
A Âmbar comprou a Amazonas, no dia 10/06 sacramentou o negócio, por R$ 4,7 bilhões, mas tinha um problema sério: como honrar esse prejuízo de R$ 150 milhões por mês? Isso é preocupação para um gerente ou diretor financeiro que precisa equalizar um fluxo de caixa de grande passivo, mas para pessoas como esses irmãos? Que nada! Medida Provisória existe para isso. Pois bem, o governo transferiu para os consumidores esse débito mensal. Que tiver energia elétrica em casa, em qualquer parte do Brasil, vai pagar mais para que a Amazonas, ou Âmbar honre seus compromissos junto a Eletrobras. A questão não para por aqui: a Âmbar, mediante flexibilização da ANEEL, vai se tornar acionista de Eletrobras.
Estamos nessa dualidade: submetido às leis criadas pelo STF e aos interesses majoritários de um segmento da população que se apoia na capacidade de manipulação de um partido político. A simbiose existente entre partido político e judiciário lembra muito um pau de galinheiro. Ou gente muda isso ou isso vai mutilar a gente.
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